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OPINIÃO

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De quatro seleções, mais Brasil e Espanha, sairão os finalistas da Copa

Vinicius Júnior fez o seu gol: destaque da partida - Mike Egerton/PA Images via Getty Images
Vinicius Júnior fez o seu gol: destaque da partida Imagem: Mike Egerton/PA Images via Getty Images

Colunista do UOL, em Doha (QAT)

05/12/2022 21h44

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Na minha coluna anterior sobre a seleção brasileira, escrevi que o Brasil tinha que se impor logo do início da partida para vencer a Coreia do Sul, pelas oitavas de final da Copa do Qatar.

E a seleção fez isso muito bem, porque em 30 minutos já vencia por 3 a 0. A classificação estava liquidada e faríamos ainda o quarto gol no primeiro tempo.

Foram três gols de belas jogadas, principalmente as tabelas para os gols do Richarlison e do Lucas Paquetá.

Sem precisar acelerar, tudo foi acontecendo naturalmente, e essa é a parte boa da história. A seleção trocou passes, esperou as movimentações, aconteceram as aproximações e as jogadas foram saindo, como se fosse um treino.

A Coreia foi dominada, mas mesmo assim o Alisson trabalhou pela primeira vez na Copa, duas vezes no primeiro tempo, com um ótimo chute de longa distância do camisa 11 Hwang, e uma outra defesa mais de perto, com o mesmo jogador coreano.

Mas o Brasil poderia ter feito mais gols a hora que quisesse, pelo menos mais duas vezes.

O segundo tempo foi lento demais, com o Brasil tirando totalmente o pé do acelerador e dando chance para o time asiático crescer no jogo e apertar a defesa brasileira algumas vezes, até fazer seu gol com o camisa 8 Paik Seung-Ho.

Bom, Neymar esteve em grande parte do jogo, mas sem muita mobilidade, principalmente no segundo tempo, o que é normal para quem está voltando de uma contusão forte no tornozelo. Mas, mesmo assim, fez uma boa partida, tentando participar da maioria das jogadas de ataque no primeiro tempo.

O camisa 10 fez seu gol de pênalti, e como o Tite disse na coletiva depois do jogo, ele tem sim uma liderança técnica na equipe. Poderia ter soltado a bola mais rápido em alguns momentos, como num contra-ataque ainda no primeiro tempo, quando estava com a bola e o Vinícius Jr passou sozinho pela esquerda. Ele tentou fazer uma jogada individual e acabou desperdiçando o lance. Mas, no geral, foi bem.

Richarlison voltou a marcar um belo gol, o seu terceiro na Copa, o que é importantíssimo para um camisa 9. Mas, fora isso, ele briga muito pela bola e pressiona a defesa adversária, tanto que foi numa dessas que sofreu o pênalti.

Vinícius Jr esteve bem solto na partida, também fazendo o seu gol. Para mim fez a sua melhor partida da Copa e, na minha opinião, foi o melhor do jogo.

A defesa titular se comportou bem como sempre, mesmo desfalcada do Alex Sandro.

Casemiro é um monstro: marca, sai para o jogo, e está fazendo uma Copa melhor que a de 2018, que já tinha sido boa. Acho até que ele é o jogador mais regular da seleção, jogando bem as três partidas que disputou.

Quando o Tite escala o Paquetá na posição de segundo volante, como foi contra a Sérvia e a Coreia, a bola sai mais rápida e com mais precisão no passe.

Ele procura, na maioria das vezes, o passe vertical. Dessa forma, a equipe fica mais veloz na saída para o jogo. Paquetá (que marcou o quarto gol do Brasil) também está fazendo uma boa Copa. Só não foi bem contra a Suíça, mas estava em outra posição.

Agora quero falar sobre o Raphinha, que está, como ele mesmo disse, muito ansioso para fazer o seu gol e isso atrapalha qualquer jogador.

E isso não está atrapalhando só nas finalizações com chances de gols, mas muitas vezes no passe. Em alguns momentos ele quer acelerar o jogo e acaba errando passes fáceis. E aí é o momento de se tranquilizar, porque o gol sai quando a gente menos espera — a ansiedade facilita o erro.

Agora o Brasil pegará a Croácia, que sofreu para passar pelo Japão e só conseguiu na disputa por pênaltis, depois de ter empatado o jogo por 1 a 1 até a prorrogação.

Será uma partida mais difícil, porque teremos pela frente, na sexta-feira (9), a última vice-campeã mundial, que também é uma equipe mais experiente e técnica.

Mas acho a seleção brasileira favorita, porque tem um time melhor e vai chegar cheia de confiança depois da goleada em cima da Coreia do Sul.

Dessa vez gostei do trabalho do Tite no jogo. Poderia ter tirado o Neymar no intervalo, já que a classificação estava garantida, mas isso é uma questão de escolha e de visão do futebol.

O Brasil cresce na hora certa, assim como as outras favoritas Inglaterra e França, que vão se confrontar nas quartas, e Argentina e Holanda, que também decidirão uma vaga.

Acho que dessas cinco seleções sairão as duas finalistas da Copa, com a Espanha correndo por fora.