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OPINIÃO

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Nas semifinais, os três melhores camisas 10 da Copa: Messi, Modric e Mbappé

Mbappé já foi o melhor jovem da Copa de 2018, na Rússia - Adam Pretty - FIFA/FIFA via Getty Images
Mbappé já foi o melhor jovem da Copa de 2018, na Rússia Imagem: Adam Pretty - FIFA/FIFA via Getty Images

Colunista do UOL

10/12/2022 19h59

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Acabei de sair do Al Bayt Stadium, onde a França eliminou a Inglaterra da Copa do Mundo. Foi um grande jogo, com ótimos jogadores e duas das melhores seleções da competição.

Muitos, como eu, acreditavam que poderia ser a grande final caso não se encontrassem pelo caminho. Mas as duas seleções saíram líderes dos seus grupos na primeira fase, passaram tranquilos pelas oitavas e tiveram que medir forças neste sábado (10).

Foi uma partida de troca, em que as equipes foram dividindo o domínio do jogo durante os 90 minutos, e qualquer um poderia fazer gols em qualquer momento.

A França fez primeiro, num momento de equilíbrio da partida, com um belo chute de fora da área do Tchouaméni, um dos substitutos dos contundidos Pogba e Kanté (que nem vieram para o Qatar).

Mesmo com a vantagem da França, o jogo continuou lá e cá, mas foi para o intervalo com os franceses vencendo por 1 a 0.

O segundo tempo foi alucinante, com jogadas em grande velocidade dos dois lados, até que numa dessas jogadas rápidas, Saka sofreu um pênalti.

A hora da cobrança foi estranha, porque o batedor Harry Kane e o goleiro Lloris jogam no mesmo time na Inglaterra, e devem treinar pênaltis no Tottenham. Mas Kane bateu bem e empatou.

A intensidade da partida estava altíssima, e os times muito agressivos, partindo para cima, como se fosse uma grande luta de boxe com pesos pesados dos grandes tempos. Talvez um Mohamed Ali x George Foreman no Zaire, em 1974.

Em alguns momentos, a França ia para as cordas; em outros, era a vez da Inglaterra sofrer com os golpes franceses.

Foram duas chances claras com Giroud, com defesas fantásticas do goleiro inglês Pickford.

Até ter o terceiro cruzamento para o camisa 9 dos Blues, e o maior artilheiro da sua seleção antecipar o zagueiro para fazer um golaço de cabeça.

O estádio explodiu!

Os reservas entraram em campo, foi uma grande festa, e teve até uns tapinhas no rosto do Giroud dados pelo fenômeno Mbappé.

Nesse momento, pensei: "Acabou o jogo". Mas que nada! Em uma infantilidade do defensor francês, que simplesmente atropelou o Sterling dentro da área, outro pênalti foi marcado (com a ajuda do VAR).

E lá foi Kane novamente, com a chance de empatar. Mas talvez pela dúvida de onde bater, deu uma pancada e a bola sumiu no meio da torcida. E aí a Inglaterra teve uma forte queda emocional.

No último minuto, os ingleses ainda tiveram uma falta na entrada da área, com todo mundo na frente do Lloris. Rashford bateu bem e girando, e a bola passou a meio dedo do ângulo, com o goleiro francês imóvel.

Fim de jogo!

Aí começa a alegria de quem ganha e o desespero de quem perde, principalmente do jogador que se sente o culpado da história. Kane desabou no gramado e ficou muito tempo, com certeza se cobrando e se perguntando: "Por que não bati tranquilo como sempre?".

Ele fez uma ótima partida de movimentação e de toques precisos. É bonito de ver do estádio os espaços que ele ocupa e os que ele abre para os outros jogadores. Mas esse pênalti perdido vai pesar para ele por muito tempo.

Já Mbappé é um terror quando arranca, é quase impossível para seu marcador. Foi muito bem marcado, mas fez umas quatro jogadas que os defensores ingleses ou se entortaram ou corriam atrás dele sem ter a mínima chance de chegar.

Agora teremos duas semifinais diferentes.

Argentina x Croácia farão um duelo com dois concorrentes a melhor jogador da Copa. De um lado, Messi, o camisa 10 argentino que está fazendo o seu melhor Mundial. Do outro o maestro Modric, também camisa 10, que além de poder chegar novamente à final, pode repetir 2018 e ser o melhor da competição. Será um duelo espetacular!

Na outra semifinal, teremos Marrocos, a grande sensação da Copa do Qatar, enfrentando a França — que luta pelo tricampeonato mundial, podendo se igualar a Itália e Brasil, os únicos que venceram duas Copas consecutivas (1934/38 e 1958/62) —, e que também tem um camisa 10 na luta entre os melhores da disputa. Mbappé foi o melhor jogador jovem na Copa da Rússia, mas agora disputa a Bola de Ouro entre os grandes.

Aconteceu de tudo até aqui, e só posso dizer que o favoritismo está para Argentina e França. Mas essa Copa já mostrou que isso não significa muita coisa.