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OPINIÃO

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Abel Ferreira é vencedor, conhece nosso futebol e deveria assumir a seleção

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras - Ettore Chiereguini/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

11/12/2022 17h03

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Desde quando começaram a falar que o Tite sairia da seleção depois da Copa, os nomes do possível substituto foram surgindo.

O melhor nome para mim é, sem dúvida, o de Abel Ferreira.

Um treinador que, em pouco mais de dois anos na Sociedade Esportiva Palmeiras, já ganhou todos os títulos que disputou na América do Sul.

Já foi campeão brasileiro com extrema facilidade, campeão paulista revertendo um resultado de dois gols de desvantagem contra o rival São Paulo, e ganhou a Copa do Brasil. Foi bicampeão da Libertadores da América. É o treinador que por mais tempo está num clube no futebol brasileiro.

É um estrangeiro que conhece bem como é a relação com os torcedores e com a imprensa esportiva. Por ser europeu que trabalha no Brasil, tem muitas variações táticas interessantes com resultado.

Sabe trabalhar um grupo em todos os sentidos. Além da parte tática e técnica, sabe motivar e trabalhar o psicológico dos jogadores.

Alguns vão dizer: mas trabalhar num clube é diferente. Tem que ver se ele consegue ir bem num ritmo de seleção, que encontra poucas vezes com os seus jogadores.

Mas isso será um desafio para qualquer um que for o escolhido.

Não vejo nenhum nome de treinador brasileiro que esteja pronto para assumir a seleção. Estão forçando a barra para o Fernando Diniz, que não teve continuidade em nenhum clube ainda.

Primeira passagem no Fluminense, depois São Paulo, Santos, Athletico PR, e foi demitido em todos sem concluir um trabalho. Agora fez um bom trabalho, por pouco tempo, no Fluminense, e dará continuidade após oito meses de clube.

Não tem a mínima comparação entre ele ou todos os treinadores brasileiros do momento e o Abel Ferreira. O treinador do Palmeiras é o mais preparado.

As opiniões são livres e merecem ser respeitadas, mas precisam ter argumentos lógicos.

Ninguém sabe se o trabalho do Fernando Diniz é competitivo o suficiente para vencer e, convenhamos, a seleção brasileira precisa ser muito mais competitiva e ter força de vencedora. Parar de ser só favorita.

Se fosse para escolher um brasileiro, o Dorival Júnior fez um trabalho muito mais importante que o Diniz, pegando o Flamengo numa fase péssima e levando a dois títulos importantes.

Não estou falando que ele merece ser o treinador da seleção, porque acho que não, mas está muito na frente do treinador do Fluminense.

Acho também que o Abel incomoda alguns ex e atuais jogadores, porque já mostrou que não gosta de interferência externa e nem de fazer panelinha. E, no Brasil, amam fazer uma panela, e esse é um dos motivos pelos quais a seleção não ganhou nada, a não ser a Copa América de 2019.

Está na hora de a CBF fazer uma limpa e colocar para correr os oportunistas de plantão, sejam eles campeões do mundo ou não. A seleção precisa parar de ser laboratório para venda de jogadores.

Esse é o momento certo e muito importante para quebrar esse esquema de panelinha que estão tentando montar novamente.

Enfim, espero que a escolha seja a correta, porque já saberemos de cara se teremos alguma chance de título ou será só mais uma panela brasileira na próxima Copa.