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OPINIÃO

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Só mentes doentias veem problemas em Mbappé namorar uma mulher trans

Kylian Mbappé e Ines Rau juntos em um barco - Reprodução
Kylian Mbappé e Ines Rau juntos em um barco Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

17/12/2022 07h29

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Véspera de uma final espetacular de Copa, a única do século que coloca frente a frente os dois melhores jogadores do mundo, e o assunto mais falado é o possível relacionamento do craque Mbappé com a modelo trans Ines Rau.

Qual é o problema? Nenhum. O problema está com quem se incomoda com ele. O problema está na mente doentia de quem faz ataques grosseiros, transfóbicos e preconceituosos contra ela.

Ines não poderá vir a Doha assistir a final da Copa porque, com conivência da Fifa, o torneio está sendo realizado em um país que criminaliza as pessoas LGBTQIA+.

Ou seja, não existe liberdade para você ser quem você é de verdade.

Não sei se existe um relacionamento entre eles. Mas, independentemente disso, deveriam poder curtir em qualquer lugar do mundo, principalmente no mais importante torneio de seleções de futebol do mundo. O esporte é o maior meio de inclusão, mas não por aqui.

Esse jogo tem tudo para ser fantástico, com duas gerações diferentes de gênios em campo. Dois camisas 10 das suas seleções. Dois companheiros do PSG. Duas seleções que disputarão o tricampeonato mundial, sendo que a França pode ganhar dois títulos consecutivos.

Depois dessa final, o vencedor e o perdedor voltarão para Paris, porque eles têm pela frente a continuação da Champions League.

Acredito também que um dos dois será o melhor da Copa, e com todo o merecimento, porque realmente são muito acima da média. Mas vejo vantagem para o Messi nessa disputa, já que depois da derrota argentina para a Arábia Saudita, só deu ele.

A Argentina já jogou seis jogos e ele fez gols em cinco, enquanto Mbappé também fez cinco gols, mas em três partidas.

As campanhas na fase de grupos foram parecidas: ganharam duas partidas e passaram, mas decepcionaram contra as equipes mais fracas do grupo.

No geral, a França tem mais vitórias — ganhou cinco vezes e perdeu uma. Os argentinos ganharam quatro, empataram uma (ganharam nos pênaltis) e perderam uma também.

Não dá para ficar dando palpites num jogo desses, mas a Argentina passou bem melhor pela semifinal e tem uma grande e empolgante torcida por aqui. A troca de energia entre a torcida e o time está sendo por conexão direta. Já a torcida francesa está em menor número e mais discreta.

São diferenças que podem influenciar no jogo de alguma maneira, mas uma seleção não vai ganhar ou perder por causa de torcedores.

Para finalizar, as Copas do Mundo precisam ser realizadas nos países em que todas as pessoas, independentemente de etnia, cor e gênero, possam assistir e torcer com segurança e sem preconceito.