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OPINIÃO

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Chegou o grande dia: América do Sul x Europa. Sou mais Argentina!

Julián Álvarez pode ser eleito o melhor jovem da Copa do Qatar - Pedro Nunes/Reuters
Julián Álvarez pode ser eleito o melhor jovem da Copa do Qatar Imagem: Pedro Nunes/Reuters

Colunista do UOL, em Doha (QAT)

18/12/2022 06h48

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Chegou o dia da grande final da Copa do Mundo!

Após as 12 horas (de Brasília), alguma equipe será tricampeã mundial de futebol. França ou Argentina?

Será que chegou o momento de uma seleção sul-americana quebrar esse domínio dos europeus, que vem desde de 2006?

São 20 anos, e 4 Copas do Mundo, em que Brasil e Argentina, principalmente, só olham para a taça — e nada de conquista.

O Brasil foi campeão na Copa da Coreia do Sul e Japão. Depois disso, só a Argentina chegou na final, em 2014, no Brasil, e perdeu por 1 x 0 para a Alemanha.

Mas neste domingo, 18 de dezembro de 2022, o futebol sul-americano pode voltar a gritar "É campeão" através das milhares de vozes argentinas espalhadas pelo mundo.

Torço pelo meu continente, torço para a América do Sul se desenvolver e marcar presença positiva no mundo em todos os cenários.

A expectativa sobre essa final é enorme. Afinal, teremos frente a frente o grande jogador desse século e que está se despedindo das Copas aos 35 anos, podendo se colocar definitivamente entre os deuses do futebol. Esse é o argentino Lionel Messi.

E do outro lado temos Kylian Mbappé, que está a dois dias de fazer 24 anos e já foi campeão do mundo em 2018, na Rússia, sendo considerado o melhor jovem daquela competição.

Mas esse jogo não se resume só entre dois.

O treinador argentino Lionel Scaloni conseguiu, depois da derrota para a Arábia Saudita, com coragem e percepção, encontrar sua equipe ideal após mudar vários jogadores para o segundo jogo contra o México.

Ele conquistou definitivamente o grupo e se emocionou na última entrevista antes da final, quando fez questão de agradecer aos jogadores.

As emoções, quando verdadeiras, aparecem naturalmente, sem que se escolha o momento. Então foi um desabafo emocionado de um cara que reconhece que o grupo acreditou nas suas palavras e atitudes. Eu valorizo muito as emoções autênticas, como as de Scaloni.

Do lado francês, vimos uma remontagem da equipe com total mérito de seu treinador, Didier Deschamps. Depois de perder peças-chave da sua formação, reinventou um outro modo de jogar, mas que se demonstrou muito eficiente e competitivo.

Não seria simples para ninguém ter que arrumar dois jogadores para os lugares dos imprescindíveis N'Golo Kanté e Paul Pogba.

Deschamps conseguiu encontrar em Aurélien Tchouaméni e Adrien Rabiot uma dupla de volantes, mas precisou mudar todo o funcionamento da equipe para poder ter Mbappé pronto para decidir os jogos.

E o mecanismo da equipe mudou completamente em relação ao time que foi campeão em 2018, mas está funcionando muito bem. Claro que a seleção francesa ficou menos talentosa e criativa, mas continuou muito competitiva.

Não vou discutir a ausência de Karim Benzema, porque estou comparando com a última Copa e ele não estava. Mas, de qualquer forma, Olivier Giroud está se saindo bem melhor do que quando foi campeão na Rússia.

Na Argentina, duas entradas na equipe fizeram total diferença: a do talentoso meio-campo Enzo Fernández (21 anos), junto com outro jovem, o centroavante Julián Álvarez (22 anos). A equipe ganhou em técnica e entrega em campo, mais o entrosamento entre Álvarez e Messi, que aconteceu naturalmente.

Os goleiros se equivalem, mas acho a França melhor defensivamente. O meio-campo argentino é melhor, mas os franceses têm Antoine Griezmann fazendo uma grande Copa do Mundo, numa função muito estratégica e diferente para ele.

Enfim, são duas equipes que merecem fazer a final. E eu confirmo a minha torcida para a Argentina ser campeã! Acho, também, que Messi será eleito o melhor jogador e Julián Álvarez, o melhor jovem.

Vou fazer uma seleção entre as duas equipes por brincadeira, mas em cima do meu gosto em relação aos jogadores.

1- Emiliano Martínez
2- Jules Koundé
3- Cristian Romero
4- Raphaël Varane
6- Theo Hérnandez
5- Adrien Rabiot
8- Enzo Fernández
11- Antoine Griezmann
10- Lionel Messi
9- Julián Álvarez
7- Kylian Mbappé
Técnico: Didier Deschamps