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OPINIÃO

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A decepção com Neymar não é pelo último jogo

Neymar, do PSG, durante disputa com Joe Rodon, do Rennes, em jogo do Francês - REUTERS/Stephane Mahe
Neymar, do PSG, durante disputa com Joe Rodon, do Rennes, em jogo do Francês Imagem: REUTERS/Stephane Mahe

Colunista do UOL

16/01/2023 10h57

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Neymar continua decepcionando mesmo com algumas "neymarsettes" não dando muito espaço para os seus fracassos.

Aqui, quando ele faz algum gol ou dá uma assistência no "fortíssimo" campeonato francês tem manchetes e reportagens que ficam em destaque mais de uma semana, mas quando joga mal —o que está sendo mais frequente—, fingem que nada aconteceu. Tentam justificar que outros também jogaram mal e que também levaram notas baixas nos jornais.

Já falei mil vezes que o campeonato francês não é parâmetro para nada enquanto muitos, por ele fazer gols nesse campeonato, falam dele como se tivesse decidido uma Copa do Mundo, coisa que nunca aconteceu e acho improvável que aconteça.

Desde que foi para o PSG, nunca mais decidiu jogos importantes na Champions e nem na seleção.

Isso é um fato e não uma crítica inventada de um comentarista que o "persegue", como gostam de afirmar os seus fiéis protetores.

Na seleção principal, nunca decidiu nada e nem nas três Copas que já disputou fez gols importantes.

Quando fez o gol contra a Croácia, que foi bonito, ouvi xingamentos como se eu fosse o único a ver o Neymar como ele realmente é, que muitos preferem fingir que não estão vendo.

O único título importante na era Neymar na seleção principal foi a Copa América de 2019, e ele não participou, porque a Copa das Confederações nem existe mais. Outro detalhe importante.

Os seus melhores momentos foram quando jogava com a camisa 11, aberto na esquerda, partindo para cima do marcador com dribles e mudanças de direção em plena velocidade, o que faziam dele um verdadeiro craque.

Depois que cismou que deveria jogar com a camisa 10 e mais centralizado, aquela diferença técnica que ele tinha foi diminuindo aos poucos, mais por motivos extra campo do que dentro dele.

Infinitas festas fora de hora, diversas madrugadas jogando pôquer com treinos no outro dia, muitas contusões sem um comprometimento com a recuperação.

Basta lembrar as imagens dele após uma cirurgia, no Carnaval da Bahia, levantando e agachando num camarote, o que irritou profundamente os dirigentes do PSG, mas que não fizeram nada.

Aquele "monstro" que o René Simões falou que estava sendo criado quando Neymar ainda estava no início da carreira no Santos já existe há muito tempo e aqui no Brasil e os dirigentes do time francês não fizeram nada para impedir que evoluísse.

Saiu do Barcelona por dinheiro e por vaidade porque não queria ser mais a sombra do Messi. Deu um soco no rosto de um torcedor. Já faz tempo que é mais celebridade do que jogador.

Só se manifesta contra algum crítico, se faz um gol ou quando curte alguma postagem de alguém que sai em sua defesa, como se críticas ao Neymar significassem alguma acusação.

Vão começar em breve as oitavas da Champions League e o confronto é bem indigesto. Medirá forças com o Bayern de Munique que faz parte da primeira prateleira do futebol mundial. Uma camisa pesada, uma história riquíssima e um time super vencedor no mundo.

É aí que ele precisa fazer a diferença dando assistências, fazendo gols decisivos e ajudando diretamente o seu time a se classificar para as quartas, eliminando uma potência.

Mas é exatamente nestes momentos que ele vem falhando há muito tempo.

O Tite não ajudou em nada, muito pelo contrário, inflou o seu ego o tempo todo, deu a ele "imunidade futebolística" e o pior foi que se colocou submisso a ele.

Essa Copa do Qatar foi um escândalo pela falta de comando, de liderança dentro e fora do campo.

Tentar fazer de Neymar um líder foi outro grande erro porque essa qualidade ele nunca demonstrou ter porque não faz parte da sua personalidade.

E isso não é uma crítica e, sim, uma realidade.

Aliás, nessa geração dos cabelos descoloridos, das dancinhas, das postagens fúteis, não apareceu liderança alguma até o momento.

Casemiro é o jogador mais centrado, comprometido e focado dessa turma e pode ajudar muito nesse sentido, na formação dos ótimos jovens jogadores que estão surgindo.

Rodrygo, Vinícius Jr, Martinelli, Richarlison, Paulinho, Endrick, Danilo, João Gomes e muitos outros que até a próxima Copa surgirão.

Como já disse antes, não convocaria mais o Neymar porque a influência dele sempre foi negativa ou ninguém percebeu que esses garotos chegam à seleção humildes e em pouco tempo começam a imitá-lo?

Exemplo máximo foi o Raphinha que se perdeu em pouco tempo.

Entrou na seleção por mérito porque estava jogando muito no Leeds United e impressionou incialmente por não sentir o peso com a camisa da seleção.

Jogou bem as eliminatórias e amistosos, jogos que enganam, mas quando chegou o torneio mais esperado para um jogador, só falou que já tinha ensaiado dez dancinhas, e quando perguntaram se assistia à Copa respondeu: "Não assisto, o que eu preciso saber sobre o Messi?".

As críticas que Neymar vem recebendo sobre o último jogo são merecidas e não tentem igualar o Neymar ao Messi e a Mbappé porque esse dois estão a anos-luz dele.

Jogaram mal também, mas têm créditos de sobra, ou se esqueceram que os dois já são campeões do mundo? Titulo que Neymar dificilmente conseguirá.