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A Premier League oferece o que o futebol tem de melhor
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Nesse domingo (22) acordei querendo assistir a dois jogos da Premier League: City x Wolves e Arsenal x United. Para começar, digo que na minha opinião não existe nenhum centroavante perto do Erling Haaland no futebol mundial nesse momento. Um garoto norueguês de 22 anos que tem um potencial incrível.
Alto, forte, com muita explosão muscular e que joga sério o tempo todo, sempre querendo fazer gols. Canhoto que tem diversas alternativas técnicas e de fundamentos para finalizar.
Na vitória de hoje contra o Wolves por 3 x 0, realizou pela quarta vez um "hat trick" nessa temporada da Premier League. Fazia três jogos que não marcava e, provavelmente, estava muito incomodado e pressionado porque acostumou mal os amantes do futebol. Já marcou 25 vezes em apenas 20 jogos só no campeonato e 35 na temporada, um aproveitamento incrível para um atacante.
Não é só isso. Nessa rodada, Haaland já passou os dois artilheiros da temporada passada: Son e Salah fizeram 23 gols em toda a premier League e ele chegou a 25. Com ele, o City ficou muito mais agressivo e a presença dele fez o ótimo Guardiola rever alguns conceitos no seu estilo preferido para armar uma equipe.
Sempre preferiu jogar sem uma homem de área, pois gosta do controle do jogo e de chegar ao ataque com troca de passes. Mas desde que saiu do Barcelona, vem tendo muita dificuldade na Champions e existe, sim, uma cobrança sobre ele.
O sonho do Manchester City é ser campeão europeu e mundial, e para isso contratou Haaland. Não só para aumentar o número de gols da equipe, mas para ter gols de peso, gols que decidem jogos e títulos. Muita gente dizia que ele teria dificuldade de entrar no esquema do City por não ser um jogador de troca de passes. Tem boa técnica, se movimenta muito, mas o seu forte é rondar a área adversária.
Guardiola é um treinador muito inteligente, talentoso, não é teimoso como alguns que conhecemos muito bem, né? Ajeitou o seu time para facilitar para o jovem norueguês porque entendeu que esse jogador poderia fazer a diferença na Champions, marcando gols importantes que faltaram nas edições anteriores.
O City esse ano chega mais forte no mata-mata da competição europeia, mas precisa perder a síndrome de inferioridade que afeta ótimos times, mas sem história e peso na camisa. Os maiores exemplos dessa síndrome são o próprio Manchester City e o PSG. São duas grandes equipes, mas que até agora não sairam do lugar na Champions League
Nas oitavas, o City não terá uma tarefa tão difícil assim, mas precisa jogar focado porque o RB Leipzig tem uma equipe traiçoeira. Já o PSG bate de frente com uma das maiores potências da história do futebol mundial, que é o Bayern de Munique.
Depois desse jogo, almocei rapidinho e sentei no sofá para assistir a esse grande clássico inglês: Arsenal x Manchester United. Já falei diversas vezes que torço para o United desde garoto pelas histórias que meu pai me contou e também pelo George Best. Nesse momento está dando gosto de ver esse time jogar.
Tinha pela frente o líder Arsenal, que vem bem no campeonato, mas a única derrota dos Gunners foi exatamente para o United. O jogo começou a todo vapor e em 24 minutos já estava 1 x 1, com dois golaços. Rashford fez um lindo gol de fora da área e, para mim, está sendo o melhor jogador do campeonato nesse momento.
Não demorou muito e o Arsenal armou uma jogada espetacular de troca passes clareando a jogada para um belo cruzamento para o belo gol do jovem centroavante Eddie NKetiah. O primeiro tempo foi de uma intensidade incrível, com os dois times jogando aberto e com muita agressividade ofensiva.
Tanto Arteta, treinador do Arsenal, como Ten Hag, do United, montam suas equipes com dinâmica agressiva para defender, criar e atacar, não tem essa de administrar resultado. O campeonato inglês é incrível. O segundo tempo foi até mais intenso e dinâmico que o primeiro, os caras se entregam o jogo todo sem ficar caindo, rolando no chão, discutindo por lateral. Simulação ali é confronto de verdade.
O Arsenal teve um início dominante, foi para cima e o Saka fez um gol espetacular de fora da área que até pensei que fosse o fim do United. Mas não existe o fim para um time na Premier League só porque tomou um gol. Em menos de 6 minutos, os Red Devils pressionaram e empataram com o zagueiro Martinez e quase fizeram o terceiro novamente com Rashford.
Emirates Stadium completamente lotado, vibrante e com uma energia que fez esse clássico ficar para história. E como disse antes, na Premier League o jogo é intenso até o juiz apitar o final. Essa vitória do Arsenal por 3 x 2 foi impressionante e considero um dos melhores jogos dos últimos tempos.
NKetiah fez o terceiro gol do Arsenal aos 90 minutos, mostrando todo o seu oportunismo e posicionamento. O Manchester United perdeu, mas não se entregou em nenhum momento. Tudo foi maravilhoso, como sempre. Ótima transmissão da ESPN, com Paulo Andrade, Mário Marra, João Castelo Branco e a Renata Ruel
Os dois times jogaram muito, os jogadores fizeram o espetáculo por causa do comprometimento,do foco e com a mão dos dois treinadores Arteta e Ten Hag colaboraram muito pela coragem de montar suas equipes, pela ousadia de jogarem aberto e buscando a vitória até o final. mostrando para quem tem dúvida que quando grandes jogadores têm liberdade para usar a criatividade e a intuição que eles tem, é certeza que se verá um grande espetáculo, uma grande partida.
Acompanho o futebol inglês desde quando fui para a Europa em 1986, quando ainda o estilo britânico era o do chuveirinho, mas os ingleses já mostravam a vontade de evoluírem na parte técnica do jogo. Liverpool e United já estavam à frente dos demais nessa evolução, mas tudo acelerou quando virou uma liga. as punições ficaram severas para os torcedores violentos e obviamente com a chegada dos melhores jogadores do mundo. Isso fez muito bem aí futebol inglês. A Premier League de hoje é o Campeonato Italiano dos anos 80 e 90.
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