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OPINIÃO

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Final da Copinha e o Sul-Americano sub-20 me dão esperanças para o futuro

Patrick, do Palmeiras, foi eleito o melhor jogador da final da Copinha - Fabio Menotti/Palmeiras
Patrick, do Palmeiras, foi eleito o melhor jogador da final da Copinha Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras

Colunista do UOL

26/01/2023 15h21

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Nesta quarta-feira (25) aconteceram vários jogos dos campeonatos estaduais espalhados pelo Brasil, mas o que eu queria assistir mesmo era a final da Copa São Paulo e o jogo da garotada sub-20 no Sul-Americano da categoria.

No meio da tarde, assistimos a um grande jogo entre Palmeiras x América MG. Duas ótimas equipes, muito bem treinadas e com jovens jogadores supertalentosos.

A intensidade do jogo foi impressionante. Mesmo num calor de 30 graus, as equipes foram agressivas o tempo todo, tanto que o jogo só foi decidido no último minuto dos acréscimos. O Palmeiras saiu vitorioso, se tornando bicampeão seguido (2022/2023).

As avaliações para o futuro dos jogadores precisam ser pés no chão, mas, sem dúvida, vimos vários garotos com muito talento técnico, com bons passes e ataques rápidos, habilidosos e com presença de área.

O Palmeiras, além de campeão, teve o artilheiro Ruan Ribeiro com 9 gols e o melhor jogador da competição, o ponta Kevin.

No ótimo time mineiro, gostaria de destacar os três atacantes. Os dois pontas são ótimos, Adson pela direita e, principalmente, Luan Campos que joga pela esquerda.

Adyson é um jogador muito habilidoso, veloz e inteligente. Ele é um tormento para quem joga na lateral tentar marcá-lo, tanto que sofreu o pênalti que resultou no gol de empate na final. A penalidade foi convertida pelo Renato Marques, camisa 9 e artilheiro do time na Copinha.

Mas para mim o grande jogador desse time é o Luan Campos, que tem uma explosão muscular impressionante, ótima técnica e é muito inteligente. Ele usa toda a sua força física na hora de arrancar e fica muito difícil de pará-lo. Na final de ontem, ele fez uma jogada incrível depois de passar por dois jogadores palmeirenses e só foi parado com uma falta depois que já tinha driblado o terceiro marcador.

No Palmeiras, um dos meus destaques é o Ruan Ribeiro, camisa 9. Além de ter sido o artilheiro, é um jogador que se movimenta muito e demonstrou nessa Copinha ter frieza para finalizar e muita presença de área.

O Kevin é técnico, habilidoso e tem uma velocidade incrível. É um jogador leve e muito rápido na mudança de direção. Ele arranca para o fundo da mesma forma que entra em diagonal.

O jogo foi igual porque os dois times tiveram a chance de matar o jogo, mas o destino quis que a bola do título fosse na direção do garoto Patrick.

O América-MG sempre foi um revelador de jogadores que normalmente iam parar no Atlético ou no Cruzeiro. Só para dar dois exemplos, cito o espetacular ponta esquerda Eder, que começou na base do Coelho e depois de fazer sucesso no Grêmio voltou para BH para se consagrar no Galo. Além dele, o grande centroavante Fred, que também jogou a Copinha pelo América-MG, mas foi no Cruzeiro que mostrou todo o seu talento.

Já o Palmeiras sempre fez as suas Academias comprando ótimos jogadores das outras equipes, mas de uns para cá isso mudou.

O trabalho que o clube faz nas categorias de base é impressionante. Além de vencer quase tudo, ainda revela grandes jogadores para a equipe profissional.

Parabéns ao Palmeiras pelo bicampeonato consecutivo da Copinha.

Seleção sub-20 impressiona pela maturidade

À noite, eu assisti ao empate por 1 a 1 entre Colômbia e Brasil pelo Sul-Americano sub-20. Foi sem dúvida o jogo mais complicado da seleção de Ramon Menezes. Além de encarar a seleção da casa, a equipe ainda precisou lidar com toda aquela energia e vibração da torcida colombiana.

Outra situação nova foi ter saído atrás no placar. O Brasil demonstrou personalidade e um ótimo poder de reação para chegar ao empate ainda no primeiro tempo, com o ótimo volante Andrey Santos, ex-Vasco e agora no Chelsea.

O trabalho do Ramon é ótimo, independentemente de ser campeão do torneio, porque o objetivo principal é a seleção voltar a disputar um Mundial. O desse ano acontecerá na Indonésia, entre 20 de maio e 11 de junho.

O Brasil não se classifica desde 2015, quando foi vice-campeão, perdendo a final para a Sérvia. E o mínimo que se espera é que a seleção se classifique para o Mundial.

Essa geração está impressionando pela maturidade, talento e comprometimento dos garotos. Par ao Mundial, ainda tem vários jogadores que poderão jogar e não foram liberados pelos clubes para o Sul-Americano.

O Brasil joga de novo amanhã às 21h30, dessa vez contra o Paraguai, que está na segunda colocação da chave, com os mesmos sete pontos da seleção brasileira.

Olhando a final da Copinha e o Sul-Americano sub-20 no mesmo dia, fica claro que está pintando uma garotada muito boa de bola, com um jogo intenso.

São ótimos volantes que marcam e saem para o jogo, pontas velozes, habilidosos e com força pelos dois lados, assim como centroavantes que por muito tempo tinham sumido do futebol do futebol graças às táticas inventadas por alguns que se acham gênios do futebol.

Hoje em dia, o mundo corre atrás de um camisa 9 que domine totalmente o espaço da área.

Temos ainda uma escassez daquele camisa 10 criativo, que também sumiu junto com o centroavante e agora está muito difícil de formar.

Por isso que valorizo muito o trabalho dos treinadores das categorias de base que não só se preocupam com a evolução técnica e de fundamentos, mas também com a formação de cidadãos.

É importante também que esses garotos tenham total entendimento do valor de jogar com a camisa amarela, e isso independe de ganhar ou perder, de ser campeão ou não, mas da postura e comportamento com essa camisa.

Com as coisas terríveis que vem acontecendo nos últimos anos, principalmente em relação ao envolvimento de jogadores em casos de violência, assédio e estupro contra mulheres, esses garotos precisam ter dentro da cabeça que poderão virar grandes ídolos mundiais, mas isso não significará que podem tudo e que estão acima do bem e do mal.

Para terminar, vou repetir que o tratamento da saúde mental desses garotos é de responsabilidade dos clubes e da CBF.