Casagrande

Casagrande

Palmeiras pensa em títulos, e Santos vai correr muito risco. É a realidade

só para assinantes

Colunista do UOL

04/02/2023 21h11

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

A diferença entre o Palmeiras e o Santos hoje em dia é enorme.

O primeiro tempo não foi lá grande coisa, mas foi o suficiente para o Palmeiras mostrar que tem diversas alternativas para dominar um adversário e chegar ao gol.

O Santos se esforçou muito na marcação para dificultar o forte Palmeiras de agredir, mas mostrou uma fragilidade gigantesca no seu meio de campo e, consequentemente, quase não conseguiu agredir.

O time do Abel Ferreira é muito entrosado, bem treinado e tem na bola parada uma grande arma para furar um time que está marcando forte.

Dois escanteios, duas confusões na área e 2 a 0.

Ambos os lances contaram com a forte presença de área dos dois ótimos zagueiros, Gustavo Gómez e Murilo, e os atacantes, que são um problema para qualquer time marcar.

O primeiro gol veio em um escanteio bem batido pelo Raphael Veiga, com a bola sobrando para o Murilo. O segundo, de novo saindo dos pés de Veiga, entrou depois de duas defesas espetaculares de Vladimir, que entrou em campo depois de João Paulo se machucar.

Gol de Roni, e o time de Abel foi para o intervalo vencendo por 2 a 0.

O ataque do Santos foi nulo, o seu meio de campo não tem nenhuma criatividade. Dessa forma fica difícil para o ótimo centroavante Marcos Leonardo fazer alguma coisa.

Não teve ninguém que chegasse de trás e armasse uma jogada para ele finalizar, muito menos pelos lados. Mendoza e Lucas Braga fizeram um primeiro tempo muito ruim. E o Palmeiras foi apertando a marcação, pressionando, roubando a bola rápido e acabou controlando o jogo sem correr riscos.

O Odair Hellmann terá muito trabalho para fazer esse time do Santos ficar competitivo.

O Santos voltou para o segundo tempo querendo pressionar a saída de bola do Palmeiras, mas a diferença técnica e de elenco é muito grande. O Palmeiras seguiu dominando o jogo.

O terceiro gol saiu de um bonito lançamento do Marcos Rocha para o Roni. O camisa 10 colocou a bola no chão para a chegada do ótimo garoto Giovani, que tinha acabado de entrar, fazer o seu gol.

Aí o risco de uma goleada histórica começou a ficar real, porque o Santos ficou entregue e o Abel faz o seu time jogar sério o tempo todo. Ele, além da competência como treinador, consegue fazer seus jogadores ficarem focados o tempo todo.

Isso é muito difícil de se conseguir principalmente com um time super vencedor de títulos.

O melhor jeito de se respeitar um adversário é continuar indo para cima, jogando sério, procurando o gol. Eu gosto muito de ver esse time do Palmeiras jogar.

O Santos terá um ano muito preocupante, até mais do que os últimos, que já lutou para escapar do rebaixamento no Paulista e no Brasileiro.

O clube tem pouco dinheiro e anda errando nas contratações, gastando o pouco dinheiro que tem com jogadores iguais ou piores dos que já tem.

Posso estar errado, mas esse time do Santos está me parecendo o pior dos últimos anos.

No final, ainda conseguiu diminuir o resultado com Eduardo Bauermann.

A vitória do Palmeiras por 3 a 1 foi super merecida, e com um segundo tempo tranquilo. Um jogo fácil.

Quero destacar que o Endrick está ficando cada vez mais à vontade, se colocando melhor, tentando suas jogadas principais, que é na velocidade. Ele usa sua ótima força muscular mesmo tendo só 16 anos.

E destaco também o Giovani, que está pronto para ter cada vez mais chances no time. Ele já merece até sair jogando como titular para vermos qual é o seu rendimento desde o início de uma partida. Entrando no segundo tempo, já vimos que ele muda completamente a intensidade e a dinâmica ofensiva.

Nos dias de hoje, os clubes estão em situação completamente opostas.

O Palmeiras é o grande favorito para todos os campeonatos que disputar agora. Já o Santos vai correr riscos e sofrer muito nos mesmos campeonatos que o rival disputará

Uma triste realidade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL