Topo

Casagrande

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Faltaram treinador, controle emocional e organização para o Flamengo

Vítor Pereira durante duelo entre Flamengo e Al Hilal - Fadel SENNA / AFP
Vítor Pereira durante duelo entre Flamengo e Al Hilal Imagem: Fadel SENNA / AFP

Colunista do UOL

07/02/2023 18h16

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

No programa Fim de Papo de segunda-feira (6), eu disse que a semifinal do Mundial de Clubes é o jogo mais difícil. Porque sempre os europeus e sul-americanos chegam para esse jogo como os grandes favoritos.

Tem uma cobrança para a vitória, que chega perto de uma obrigação. Dei os exemplos do Mazembe (Congo), que eliminou o Internacional, e o Raja Casablanca, que tirou o Atlético-MG. Esses dois perderam pela soberba, por acharem que ganhariam o jogo em qualquer momento, e foram tomando gols.

No caso do Palmeiras, o vexame foi perder o terceiro lugar, porque o Tigres (México) se mostrou uma equipe forte e bem treinada. Mas também teve uma soberba palmeirense.

O Flamengo é, sem dúvida, um timaço, mas o Al Hilal também é uma boa equipe.

No primeiro tempo, o que atrapalhou muito o time da Gávea foi o nervosismo e a falta de equilíbrio emocional, exagerando nas divididas até dentro da área. Os dois pênaltis foram desnecessários e em momentos estratégicos de uma partida de futebol.

O primeiro, do Matheusinho, foi aos 3 minutos, e o segundo, do Gerson, nos acréscimos — e esse ainda teve a expulsão do jogador flamenguista. David Luiz tomou amarelo por duas faltas por trás com o jogador de costas e no meio-campo, sendo uma falta desnecessária. O Gabriel tomou o seu cartão amarelo por reclamação, e o Gerson, por simulação.

No segundo tempo, com dez jogadores, o Flamengo errou demais e o time saudita usou muito bem o contra-ataque. Errando muitos passes, sendo dominado pelo Al Hilal até tomar o terceiro gol.

O time do Flamengo jogou muito mal, mas o pior em campo foi o treinador "mentiroso" Vítor Pereira. Ele tirou o Arrascaeta no intervalo para colocar o Pulgar, e depois tirou o Éverton Ribeiro para a entrada do Cebolinha. E ficou sem nenhuma criação. Foi péssimo, assim como na final da Supercopa do Brasil, quando perdeu para o Palmeiras por 4 x 3.

O Flamengo está perdido em campo porque não tem força na marcação. O técnico tira a criatividade do time e os jogadores estão descontrolados psicologicamente. Só se salvou Pedro, que fez os dois gols do Flamengo na partida.

O Vítor Pereira deveria ter puxado o Éverton Ribeiro para segundo volante e deixado em campo o Arrascaeta, que é o mais criativo e homem do último passe, para continuar tentando com inteligência chegar pelo menos ao empate.

Quando o Vítor Pereira contou aquela mentira para sair do Corinthians e ir para o Flamengo, eu disse que ele não tinha a altura do forte time da Gávea. Agora ele terá a Recopa Sul-Americana, contra o Independiente Del Valle, e terá jogar todas as suas fichas nessa final.

Até agora é péssimo o seu início de trabalho no Flamengo. Uma equipe forte como é a do Rubro-negro não pode tomar sete gols em dois jogos decisivos. Se o seu crédito já não acabou, está próximo disso.

O Al Hilal mereceu ir para a final porque jogou melhor que o Flamengo. E, no banco, o Ramón Díaz deu um show no Vítor Pereira. Agora, nesta quarta-feira (8), o Real Madrid — que está todo desmantelado — precisa entrar bem focado para não ser surpreendido como foi o Flamengo.

Enfim, mais uma péssima partida do Flamengo em jogo grande, com erros do seu treinador, Vítor Pereira.

O bi mundial ficou para uma próxima, porque o Flamengo sempre é um favorito na Libertadores da América. Mas, com esse treinador, tenho muitas dúvidas disso.