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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

'Não existe gol feio, feio é não fazer gol'. Ser artilheiro é para poucos

Róger Guedes, do Corinthians, em jogo pelo Paulistão - Ettore Chiereguini/AGIF
Róger Guedes, do Corinthians, em jogo pelo Paulistão Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

20/02/2023 15h01

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Os Estaduais estão rolando, mas eles não têm mais o mesmo charme e importância que tinham décadas atrás. Vale a pena destacar também que os campeonatos são mais curtos hoje em dia. Com isso, os artilheiros fazem muito menos gols do que antes.

Mas, de qualquer maneira, ser campeão e/ou artilheiro do campeonato é muito importante para o jogador e para o clube. Aumenta a autoestima, a confiança, a segurança, sem contar que enche de orgulho não só o cara, mas sua família e amigos.

Só de pensar na felicidade do filhinho ou da filhinha na escolinha com o pai artilheiro do campeonato já arrepia! É algo que mexe bastante positivamente com o emocional das pessoas.

Vou citar os artilheiros de alguns Estaduais espalhados pelo país para destacar o feito momentâneo desses caras.

No Carioca, o artilheiro neste momento é o Lelê, do Volta Redonda, com 7 gols. No Gaúcho é o Pedro Henrique, do Internacional, e no Mineiro, é o Hulk (Atlético-MG), também com 7 gols.

Na Bahia temos dois artilheiros: Cesinha, do Itabuna, e Jean, do Jacupiense, com 4 gols. No Pernambucano, Emerson Galego (Petrolina), e no Cearense, Zazá (Caucaia), têm ambos 5 gols. Por último, lá no Paraná, o artilheiro é o Pablo (Athletico), com 8 gols

E no Paulista, que é o Estadual mais difícil do país, o artilheiro é o corintiano Róger Guedes, com 7 gols, que está jogando muito bem.

Conseguir ser o artilheiro no primeiro campeonato do ano deixa o atacante super motivado para o restante da temporada. E isso deve ser muito valorizado, porque nunca é fácil fazer mais gols do que os outros, seja na competição que for.

Lendo hoje a coluna do PVC, vi que o Corinthians não tem um artilheiro no Campeonato Paulista no mesmo ano em que é campeão desde 1982, quando fui o artilheiro, com 28 gols.

Eu nem imaginava isso, e só um cara como Paulo Vinícius Coelho para ir atrás desses detalhes.

Tabus são feitos para serem quebrados. Naquele 1982, já fazia 15 anos que um jogador do Corinthians não era o artilheiro do Campeonato Paulista — o último tinha sido o centroavante Flávio, em 1967, com 20 gols.

Essas conquistas pessoais ficam para a história do jogador, do clube e do campeonato. E isso mostra o quanto esse feito ainda tem muita importância.

Não vejo relevância alguma, num debate esportivo, colocar em dúvida se esse ou aquele jogador conseguirá fazer muitos gols num campeonato mais difícil como o Brasileiro.

O momento é de discutir e valorizar o feito desses caras agora, até porque não sabemos se eles, no final, serão os artilheiros dos campeonatos que estão disputando.

Na terça-feira (21), o São Paulo enfrenta o São Bento na cidade de Sorocaba, e o jogador Galoppo, do Tricolor, pode alcançar ou até passar o Róger Guedes, porque ele tem 6 gols mesmo não sendo titular em todos os jogos.

Também tem o John Kennedy, da Ferroviária, com os mesmos 6 gols, mas seu time está tentando fugir do rebaixamento.

Será uma disputa acirrada por essa artilharia, que talvez não fique só entre Róger Guedes e Galoppo.

Eu incentivo muito todos esses jogadores espalhados pelo Brasil que, além da luta pelo título, estão brigando também para serem os artilheiros.

Como dizia o grande Dadá Maravilha: não existe gol feio; feio é não fazer gol.