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Casagrande

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A tragédia do litoral norte escancarou a covardia do 'capitalismo selvagem'

Destruição causada por fortes chuvas no bairro Veloso, em Ilhabela, São Paulo - Maurício Amorim / @drone.mar
Destruição causada por fortes chuvas no bairro Veloso, em Ilhabela, São Paulo Imagem: Maurício Amorim / @drone.mar

Colunista do UOL

22/02/2023 12h42

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O oportunismo macabro em situações de tragédias não é uma novidade aqui no Brasil. A hipocrisia política de quem é de um lado ou de outro é uma covardia desumana.

Escrevi um texto hoje mostrando a diferença de comportamento do ex-presidente para o atual em uma mesma situação, e isso gerou "chilique" e "raivinha" dos apoiadores do covarde ex-presidente.

Li comentários absurdos, desde dizer que quem está ajudando é de direita e quem está se aproveitando é de esquerda. A realidade é que pessoas perversas e cruéis estão em todos os lados políticos, assim como as pessoas com empatia também.

Usar do desespero para ganhar mais dinheiro é muito perverso. Cobrar R$ 93 reais em um galão de água é não ter o mínimo de empatia e de amor no coração. Cobrar R$ 40 mil para tirar as pessoas de lá em pleno desespero tem o mesmo nível de maldade e crueldade.

Quer dizer que quem está sem dinheiro não bebe água? Ou quem não é rico vai ficar lá, com risco de morte?

O governador Tarcísio de Freitas, junto com o presidente Lula, deveria direcionar helicópteros para salvar as pessoas que estão em situação de risco, da mesma forma como deveria distribuir galões de água.

Saber que existem "hienas humanas" que só ficam esperando pessoas entrar em desespero para poder ganhar com isso é nojento. Esse é o verdadeiro "capitalismo selvagem", de pessoas que só pensam em lucrar, mesmo que seja explorando pessoas em situação de vulnerabilidade.

Podemos classificar pessoas desse tipo como hienas ou urubus, que são animais que se alimentam da carcaça de animais mortos, mas perseguem quem está ferido para depois atacarem. Não é exagero algum comparar esses animais com quem está usufruindo financeiramente dessa dolorida tragédia.

Muitas pessoas morreram e outras tantas estão desaparecidas. Pessoas que são locais e que moram em situação de risco, já que governo algum tomou qualquer providência, mesmo sabendo que nessas cidades existia grande possibilidade de tragédias a qualquer momento.

Muitos turistas foram para as praias à procura de divertimento e entraram num filme de terror do qual muitos não conseguiram sair, causando dor nos seus familiares que ficaram por aqui.

O governo estadual e o federal devem tentar resolver essa situação crítica. Ninguém deve viver em tensão, imaginando que a qualquer momento um desastre pode acontecer e colocar a vida de seus familiares e amigos em risco.

Não se pode mais esperar acontecer para depois agir, lamentar, mostrar empatia e solidariedade. As pessoas querem viver em segurança, em paz com seus filhos, pais e com amigos.

Não existe lado político, classe social, cor da pele e gênero para as pessoas serem boas ou ruins. Isso depende do caráter delas.

É como se diz no futebol: nós temos que parar de chegar junto ou depois, temos que chegar antes! Antecipar as tragédias e agir de forma preventiva, não só para recuperar.

O Brasil precisa mudar o modo de encarar as coisas. Aquele papo de "jeitinho brasileiro", com o passar dos anos, deixou o país totalmente vulnerável. Hoje em dia nada se resolve com jeitinho e sim com efetividade e seriedade.

Nunca vou deixar de dizer o que penso, mesmo nos dias de hoje, em que existem muitas "hienas virtuais" espalhadas pelas redes sociais. Assim como aquelas que só querem desinformar, distorcer e mentir, como algumas que entram nos meus textos para fazer comentários perversos, joguinhos políticos e criar um sentimento de ódio.

Assim segue a humanidade.