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Champions League: na Inglaterra, uma guerra; em Portugal, um massacre

Sterling encerrou o jejum e marcou o primeiro gol do Chelsea contra o Dortmund - Darren Walsh/Chelsea FC via Getty Images
Sterling encerrou o jejum e marcou o primeiro gol do Chelsea contra o Dortmund Imagem: Darren Walsh/Chelsea FC via Getty Images

Colunista do UOL

07/03/2023 19h25

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Tarde de Champions League com a segunda partida das oitavas de final. É quando chega o momento mais dramático, porque quem perde, cai fora, já era, só na próxima temporada.

Escolhi Chelsea x Borussia Dortmund para assistir. O time alemão é fortíssimo e está dividindo a liderança da Bundesliga com o grande Bayern de Munique com 49 pontos, mas perde longe no saldo de gols. Já o time inglês não atravessa um bom momento e está apenas em 10º lugar na Premier League.

No primeiro tempo, essa diferença de momento ficou clara. Além do Borussia já ter vencido por 1 a 0 na Alemanha, é um time melhor, mais confiante, e que estava enfrentando uma equipe que está tentando salvar a temporada.

Não foi lá um grande jogo na etapa inicial, que mostrou a dificuldade do Chelsea em articular e criar as jogadas, sem contar que o Sterling não fazia um gol desde o início do ano e parecia perdido em campo, sem conseguir se achar numa posição, e isso atrapalha a agressividade da equipe.

Mas o Chelsea tem no atacante alemão Havertz o cara mais perigoso, porque se movimenta muito. Antes dos 30 minutos, ele meteu uma bola incrível na trave, que rolou em cima da linha mas que, por teimosia, não entrou.

Antes disso, o goleiro Kepa salvou o Chelsea numa falta muito bem batida por Marco Reus. Ele é um ótimo jogador, mas sempre quando chega perto de uma grande competição com a seleção alemã, como Copa ou a Eurocopa, ele tem o azar de se machucar e não participar — foi assim em 2014, por exemplo, quando a Alemanha foi campeã.

Depois desses dois lances, o jogo ficou muito intenso, brigado, disputado, mas prevalecendo a marcação no campo todo, o que dificultou a criatividade dos dois times.

Mas, faltando uns 10 minutos, o Chelsea colocou uma pressão forte e quase chegou ao gol, forçando os erros de passe do Borussia — por isso cresceu a agressividade.

E aí chegou o gol do Sterling, que deu uma furada no primeiro lance e, na sequência, deu uma pancada para lavar a alma de quem não fazia um gol desde de 1º de janeiro, como gritou André Henning na sua ótima narração.

A pressão aumentou, com o time inglês colocando uma dinâmica que estava insuportável para o Borussia — os alemães estavam já rezando pelo fim do primeiro tempo.

Somando o tempo todo, o Chelsea foi melhor e mereceu virar vencendo por 1 a 0.

O segundo tempo começou com o comando total do Chelsea, que colocou em 2 minutos uma intensidade incrível e forçou um pênalti real, com a bola batendo na mão do defensor alemão. Mas Havertz tirou muito do goleiro e a bola acabou batendo na trave.

Só que teve uma invasão dupla, e o árbitro mandou repetir a cobrança. Havertz bateu do mesmo jeito, no mesmo canto, mas tirou menos e fez 2 a 0, o resultado que o time inglês precisava para passar direto às quartas de final.

Aí o jogo alcançou uma intensidade espetacular, porque o Dortmund teve que sair com muita força e deixou espaço para o Chelsea. A partida ficou totalmente aberta!

Só que o Chelsea recuou muito, e foi deixando o rival alemão pressionado, e o jogo foi ficando perigoso. Os treinadores Graham Potter, do Chelsea, e Edin Terzic, do Borussia Dortmund, estavam agitadíssimos no banco, porque a tensão estava batendo no teto.

O Chelsea congestionou a entrada da área e ficou difícil para o estilo do Dortmund, que é de toque, de jogo progressivo, mas que estava com pouca agressividade ofensiva. O mérito de diminuir o ímpeto do adversário e o ritmo do jogo.

Chegando ao final da partida, o Chelsea se defendia com todos os jogadores na frente da área. O time alemão não encontrava espaço para jogar como gosta. A equipe de Graham Potter marcou melhor, lutou mais pela bola, foi mais agressivo — isso contando os dois tempos.

Achei que o time treinado por Edin Terzic foi muito passivo para quem foi a Stamford Bridge lutar por uma classificação de Champions League. Até certo ponto, caiu nas teias do Chelsea, que mereceu a vitória e a classificação para as quartas de final da competição mais desejada pelos clubes europeus.

Enquanto isso, lá no belíssimo Estádio da Luz, em Lisboa, o forte Benfica fez 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com dois belos gols de Rafa e Gonçalo Ramos, contra o belga Brugge — foi um domínio total, e merecia ter feito mais uns três gols. No segundo tempo, o time português encerrou o massacre por 5 a 1, e avançou muito bem às quartas.