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OPINIÃO

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PSG mostra que dinheiro não compra história e nem dá peso a uma camisa

Choupo-Moting comemora o primeiro gol do Bayern de Munique contra o PSG - Danilo Di Giovanni/Getty Images
Choupo-Moting comemora o primeiro gol do Bayern de Munique contra o PSG Imagem: Danilo Di Giovanni/Getty Images

Colunista do UOL

08/03/2023 19h14

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Nesta quarta-feira (8) não tinha nada mais importante para quem trabalha com futebol do que a Champions League, com o jogo mais esperado: Bayern x PSG.

O Allianz Arena estava totalmente lotado com os fanáticos torcedores do time da Baviera, assim como foi no Parque dos Príncipes 15 dias atrás.

Foi um primeiro tempo truncado, com muitos erros de passe e faltinhas para parar jogadas. Até os 25 minutos, teve um chute do Goretzka e uma grande chance com o Messi, mas muito bem travada em cima da hora pelo Davies. Em seguida, chegou o holandês De Ligt e o goleiro Sommer.

Mas continuaram prevalecendo as defesas, que estavam marcando muito bem, e os dois times dobrando a marcação, principalmente o PSG.

O ponto forte do time alemão é o coletivo e o do time francês, obviamente, é ter dois gênios em campo, Messi e Mbappé. É incrível pensar que os dois juntos na final da Copa do Qatar fizeram 5 gols.

Mas a jogada principal do primeiro tempo foi criada pelo goleiro Sommer, que tentou sair jogando driblando dentro da área. O Verratti roubou a bola e empurrou para gol, com a certeza de que ela entraria. Mas o De Ligt chegou como um raio, salvando a pele do ótimo Sommer.

Eu esperava mais na etapa inicial, principalmente dos atacantes. Faltou criatividade para os dois times.

Na minha opinião, os destaques foram Sergio Ramos e o Verratti pelo PSG e o De Ligt e o Goretzka pelo Bayern. Os atacantes dos dois times estiveram bem apagados. Messi, Mbappé, Müller e Choupo-Moting pegaram poucas vezes na bola.

O segundo tempo foi muito melhor, mas o coletivo do Bayern prevaleceu na maior parte do tempo. Marcou mais forte na saída de bola e, em uma dessas, roubaram a bola e o Müller deixou o Choupo-Motinga sem goleiro. Foi só empurrar para as redes: 1 a 0.

Eu acho inadmissível jogadores de alto nível ainda cometerem um erro fatal numa partida, como dar um passe para o companheiro na entrada da própria área de costas para o campo, como fizeram com o Verratti. Aí aconteceu o óbvio: os jogadores do Bayern agrediram na jogada e saiu o gol.

Logo em seguida, o zagueiro Sergio Ramos, um dos melhores do PSG, deu uma cabeçada certeira, mas Sommer fez uma grande defesa, evitando o empate. Eu até lembrei daquele gol que ele fez no último minuto na final da Champions 2013/14, contra o Atlético de Madri, jogando pelo Real Madrid.

Mas o jogo ficou nas mãos do time do treinador Nagelsmann o tempo todo. E, como falo há anos, na Europa a história e o peso da camisa fazem uma diferença enorme.

No contra-ataque, o Bayern perdeu várias chances de aumentar o resultado e matar o jogo. Mas foram duas partidas em que o time alemão dominou, com o PSG sendo uma presa fácil.

Fora a partida fraca que fizeram Messi e Mbappé. O time francês é desorganizado, não demonstra poder de reação contra equipes fortes como vem acontecendo há anos. Dinheiro não compra história e nem dá peso para uma camisa.

O time do Galtier joga mal com o Neymar, e sem ele também.

No jogo de ida, na França, saíram como titulares Messi e Neymar, e foram péssimos. O time só melhorou com a entrada do Mbappé. Hoje, só foi bem mesmo o Sergio Ramos, que além de marcar forte, foi o jogador mais perigoso no ataque com as jogadas aéreas.

O PSG sempre é eliminado por equipes históricas como Manchester United, Bayern, Real Madrid. Porque na hora do "vamos ver", não segura a onda, porque não tem peso nenhum no continente. É uma equipe grande na França. Mas, passou a fronteira, fica pequeno.

E, no final, o Bayern foi lá e finalmente matou o jogo com Gnabry, mostrando que é muito superior e um dos favoritos ao título. Até agora, ganhou todas as partidas.

Stanisic, Goretzka, Davies, Kimmich, De Ligt e Sommer (quando precisou) comandaram a dinâmica do jogo na parte defensiva e com total domínio do meio-campo.

Acho estranho que, todos os anos, com a eliminação do PSG, tratarem como surpresa e algo que merece discussão. Não é o dinheiro que faz um grande time, mas usar bem o dinheiro, o que não é o caso do dono do clube francês.

Messi, Neymar e Mbappé não fizeram do PSG um time grande.