Abel Ferreira não é badalado, mas para mim é o melhor treinador no Brasil

O primeiro tempo de Palmeiras e São Bernardo foi bem equilibrado, mas em alguns momentos o São Bernardo empurrou o Palmeiras para trás, criando algumas chances e forçando o Weverton a fazer boas defesas, sendo uma cara a cara.

A diferença nesse momento do jogo foi que o time do treinador Mário Zanardi estava pegando a segunda bola tanto na sua defesa como na entrada da área do Palmeiras. Essa famosa segunda bola que dá à equipe que consegue pegá-la o domínio e a dinâmica do jogo.

O São Bernardo foi melhor que o Palmeiras na maior parte do primeiro tempo, levando muito mais perigo e criando chances de gol. O time do Abel Ferreira teve muita dificuldade para equilibrar a dinâmica, coisa que não é o normal.

Relacionadas

Rony elogia elenco e diz que Palmeiras soube sofrer para bater São Bernardo

Palmeiras vence São Bernardo com gol de Rony e avança à semi do Paulista

Veja o gol de Rony, na vitória do Palmeiras sobre o São Bernardo

Claro que a qualidade técnica do Palmeiras é superior porque só nessa partida havia cinco jogadores de seleção em campo: Weverton, Rony e Raphael Veiga (seleção brasileira), Gustavo Gómez (Paraguai) e Piquerez (Uruguai).

Nos últimos 10 minutos, o Palmeiras conseguiu colocar o seu ritmo e depois de um belo chute do Bruno Tabata veio o gol do sempre presente Rony.

Gabriel Menino, com uma ótima visão de jogo, colocou no espaço vazio dentro da área para o camisa 10 palmeirense atacar a bola e fazer 1 a 0.

O Gabriel Menino, aliás, vem jogando muito bem depois de um período turbulento em que chegou a correr o risco de sair do Palmeiras por indisciplina, como saíram Patrick de Paula (Botafogo), Gabriel Veron (Porto), Renan (Bragantino), onde causou um acidente de madrugada, embriagado, que matou um pai de família e acabou indo para a Arábia Saudita.

Com a ajuda do Abel, conseguiu entrar no eixo novamente, teve oportunidade e, quando o Danilo saiu, ele entrou e tomou conta da posição merecidamente.

Já o Rony é o atacante brasileiro que nesse momento melhor ataca a bola, tendo o tempo certo dentro da área, seja com a bola rasteira ou aérea como fez nesse gol novamente.

Ele está fazendo jus à sua convocação pelo treinador interino da seleção brasileira, Ramon Menezes.

No segundo tempo, o Palmeiras começou a levar mais vantagens nas jogadas individuais, principalmente com o ótimo Bruno Tabata, e também conseguiu ficar mais com a bola.

Até a metade do segundo tempo, o Palmeiras controlou o jogo mais administrando do que acelerando.

O Abel começou a mudar o time começando com a entrada do Breno Lopes no lugar do Dudu, que saiu chateado. Até aí tudo normal.

Depois entraram juntos Fabinho e Giovani e saíram, na minha opinião, os dois melhores do jogo até aquele momento: Gabriel Menino e Bruno Tabata. As trocas tinham o objetivo de tentar ditar a dinâmica do jogo, porque estava muito devagar.

O jogo caiu demais tecnicamente com muitos erros de passe, faltinhas, sem chutes no gol, deixando a partida muito chata.

Depois entraram os dois últimos que o Abel poderia colocar: Jailson e Navarro, saindo Veiga e Roni.

E veio a pergunta: E o Endrick?

Normal ele não entrar. O Abel deu oportunidades ao Endrick na fase classificatória, mas agora quem perde, sai, e ele está escalando um time mais experiente, com jogadores acostumados a grandes decisões como profissionais.

O Endrick voltará a ter chances de sair jogando ou entrar durante a partida com o tempo.

O Abel quer ganhar o título e agora, na cabeça dele, não é o momento de testar um jogador muito jovem.

Como era esperado, o Palmeiras mais uma vez foi para a semifinal sendo o melhor time, não só do Paulista, mas do Brasil. É o grande favorito ao título na minha opinião.

Impressionante o trabalho do Abel Ferreira, que mesmo quando o seu time não está jogando bem, não perde a organização. Para mim é o melhor treinador trabalhando no Brasil disparado.

Se não der para trazer o Carlo Ancelotti para dirigir aceleração brasileira, não pensaria duas vezes em colocar o Abel Ferreira.