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Paulinho foi o dono da classificação do Atlético-MG na Libertadores
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Depois da tarde de Champions League, entramos na noite com Libertadores da América.
O Galo recebeu o time colombiano do Millonarios no Mineirão lotado, precisando vencer para entrar na fase de grupos do torneio.
O Atlético-MG começou comandando o jogo, mas disputando com o Millonarios quem iria ditar a dinâmica da partida. Mas mesmo com mais posse de bola, a chance perigosa do começo foi da equipe da Colômbia.
Antes dos 12 minutos de jogo, o Galo perdeu um jogador muito importante para a qualidade do passe e da criação. O ótimo volante Allan saiu com um problema nas costas que pareceu uma contratura muscular.
Depois disso o time mineiro começou a roubar a bola rápido, se mantendo no ataque com enorme dificuldade na criatividade, mas brigando muito.
O Galo foi empurrando o Millonarios para trás, mas encontrando a frente da área totalmente congestionada, sem achar espaço para uma enfiada de bola.
A parte boa é que o Atlético perdia a bola, já lutava para recuperá-la e muitas vezes conseguia, mas sem assustar o adversário.
Obviamente o time do treinador Alberto Gamero fazia de tudo para deixar o ritmo do jogo bem lento, fazendo cera com os jogadores caindo e ficando no gramado. Enfim, nenhuma novidade no futebol sul-americano, mas é algo que sempre atrapalha a equipe que joga em casa.
E, às vezes, conseguia até ameaçar quando achava um contra-ataque.
Quando o Allan saiu, entrou o Otávio em seu lugar. O Atlético-MG perdeu muito porque, além da característica, as qualidades são diferentes. O Otávio marca muito bem, mas não tem a mesma técnica de passe e nem de criatividade. Ele começou a cruzar a bola na área da intermediária e errando.
O Hulk fez muito bem para Galo (é o maior artilheiro do clube na Libertadores), mas em toda jogada no primeiro tempo ele caía e queria falta ou pênalti — já faz um tempo que vem acontecendo. Ele precisa ser agressivo como sempre foi, ficando de pé e partindo para cima, criando, finalizando e fazendo a diferença.
Faltou movimentação no ataque atleticano. Os jogadores estavam muito estáticos, esperando a bola nos pés. E quando se enfrenta uma equipe que está toda atrás, fica uma presa fácil para ser marcada.
Repito que as duas coisas que menos gostei no primeiro tempo foram o excesso de cruzamentos da intermediária e as quedas forçadas do Hulk. Faltaram agressividade, movimentação, criatividade e chutes na direção do gol.
Já falei que não gosto de estatística, mas no primeiro tempo vale pena destacar: posse de bola 72% e nenhum chute a gol do Atlético; e 28% do Millonarios com um chute a gol. Isso mostra que não adiantou ficar com a bola a maior parte do tempo, só tocando para o lado e cruzando na área sem criar nenhum perigo.
O Galo voltou mais esperto e focado. E o Hulk, que estava sumido, deu um passe espetacular para o Paulinho fazer o gol de cabeça.
É isso, uma postura diferente. E se o meio-campo está sem criatividade, precisava o Hulk voltar para criar. Foi isso que o camisa 7 fez, deixando o camisa 10 na cara do gol.
Gosto dessa dupla. Aliás, sou fã do Paulinho como jogador e como cidadão brasileiro, já que sempre que pode se posiciona com importância.
A entrada do Pedrinho também deu uma dinâmica mais agressiva, porque ele se mexe mais, parte para cima e tem chute forte e ótimo de fora da área. Com isso, as alternativas para chegar ao gol aumentaram.
Depois de um começo alucinante, antes mesmo da metade do segundo tempo, caiu muito a intensidade de jogo, principalmente do Galo, que diminuiu a velocidade. Já o Millonarios precisou se aventurar para tirar a vantagem — ficou mais ofensivo com as alterações mas deixava espaços para contra-ataques.
Mas foi no toque de bola que o Atlético que conseguiu chegar ao seu segundo gol. E que golaço! A jogada foi muito bonita na tabela entre Paulinho e Patrick, com o camisa 10 fazendo o seu segundo gol de cabeça na partida, colocando o Galo na fase de grupos da Libertadores. E que passe do Patrick, que para mim foi o melhor jogador da partida depois do Paulinho, obviamente.
Logo depois foi a vez do Hulk fazer um golaço, depois de um passe do dono do jogo, Paulinho.
Depois, num erro de toque do Otávio, o atacante Uribe (que havia acabado de entrar) diminuiu o resultado para 3 a 1.
Vamos reconhecer o mérito do treinador Eduardo Coudet, que fez o seu time voltar para o segundo tempo completamente diferente, na postura e na bola.
E quero falar sobre o Patrick também: ele estava no São Paulo no ano passado e, por uma divergência com o Rogério Ceni, foi para o Atlético-MG, porque o treinador tricolor não quis lhe dar uma outra chance.
Agora, ele é titular absoluto do Galo e está na Libertadores, enquanto o time do Rogério já está fora das finais do Paulistão e não tem ninguém no elenco com as qualidades do Patrick.
Parabéns para o Galo, um clube que tenho muito carinho, pela classificação.
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