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Classificação do Real Madrid foi incontestável. Agora, às quartas de final!
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Quarta-feira, 15 de março de 2023. Há exatos 37 anos eu estava em Budapeste (Hungria) com a seleção brasileira para enfrentar a seleção húngara no dia 16. O jogo foi um desastre, porque perdemos por 3 a 0. Mas no dia anterior nascia meu primeiro filho, o Victor Hugo.
Além desse ser um dia marcante na minha vida, tivemos também a última rodada das oitavas de final da Champions League. Escolhi assistir Real Madrid x Liverpool, no Santiago Bernabéu.
A tarefa do time inglês não era simples, longe disso, porque depois de ser goleado por 5 a 2 em Anfield Road, precisava vencer por três gols de diferença para se classificar.
Mas, com 10 minutos de jogo, já dava para perceber que o Real queria dar outra goleada, marcando a saída de bola e tentando forçar o erro, como foi lá em Liverpool. O time do Klopp é sempre muito perigoso, até porque tem o Salah, que pode resolver uma partida a qualquer momento.
Porém isso estava raro, porque o time do Ancelotti estava dominando com agressividade e empurrando o Liverpool para atrás. O Alisson precisou fazer uma defesa espetacular. E, como narrou André Henning, parecendo goleiro de handebol, salvou o primeiro gol do Real Madrid.
Numa outra avançada do time espanhol, Camavinga bateu da entrada da área forçando o goleiro brasileiro a salvar seu gol novamente. Com as pontas dos dedos, mandou a bola no travessão.
Alisson não tinha folga. Logo em seguida, o espetacular Modric deu uma pancada que passou raspando o travessão e, dessa vez, o goleiro brasileiro não ia conseguir fazer nada.
Como informou a repórter da HBO+ Tati Mantovani, as ordens do treinador Carlo Ancelotti eram para que o Real não sentasse na vantagem e nem no regulamento. E deu para ver claramente que os jogadores estavam obedecendo.
O jogo estava bem intenso desde o início. Aos poucos foi diminuindo de intensidade, mas continuou rápido.
A queda na dinâmica foi um pouco melhor para o Liverpool, que começou a transitar mais no campo de defesa do Real Madrid. Mas existe um problema sério para o time inglês, que se chama Thibaut Courtois, porque o goleiro do Real começou a fazer grandes defesas novamente.
O Liverpool passou a pressionar e a encontrar espaços para jogar, mas esse time do Real Madrid é muito tranquilo e não se abala em nenhum momento. Já tinha mostrado isso em Anfield Road, quando tomou dois gols e rapidamente virou o jogo.
O primeiro tempo terminou igual, na minha opinião. Porque se o início foi todo do Real Madrid, com o Alisson salvando, o final foi dominado pelo Liverpool, com o Courtois também livrando a cara do seu time.
Mas igualdade não ajuda em nada o time do Klopp, que precisa ser muito superior para tentar algo.
O segundo tempo começou totalmente aberto: era contra-ataque dos dois lados e os jogadores tendo mais espaço para criar jogadas. Mas em nenhum momento o Liverpool deu sinal de que conseguiria fazer os gols que precisava.
Na verdade, esse jogo do Santiago Bernabéu foi mais a realidade dos dois times; aquele do Anfield Road é que foi fora da curva.
O Real Madrid diminuiu bem a dinâmica da partida, porque era interessante para ele. Afinal, quem tinha que acelerar era o Liverpool. O time inglês até conseguia criar mas errava muito o último passe, dando contra-ataques que o time espanhol também não aproveitava.
Só para constar: que jogada fez o Modric, dando um chapéu e indo para fundo. O croata é um jogador formidável, com uma leitura de jogo, criatividade e visão periférica do campo impressionantes.
A lentidão do jogo no segundo tempo tirou qualquer possibilidade do Liverpool reverter o resultado. Na minha opinião, o time inglês aceitou muito o ritmo cadenciado que o Real colocou.
Os erros do Liverpool na saída de bola aumentaram muito, que encontrava pela frente um time que marcava muito bem — principalmente o Salah, em quem a marcação às vezes era tripla. Quando destaquei os erros do último passe do time do Klopp, o jogador que mais errava essa jogada era o próprio Mohamed Salah.
E nessa cadência o tempo foi passando. Naturalmente o Real foi tocando com mais calma e errando menos. Até que numa enfiada de bola do Camavinga para o Benzema, teve um bate e rebate e a bola foi para o Vini Jr, que trombou com o Van Dijk e, mesmo caído, deu o passe para o francês marcar mais uma vez na Champions League.
A classificação do sempre favorito Real Madrid foi incontestável. No agregado foi 6 a 2 para o time treinado por Carlo Ancelotti.
Agora os oito classificados estão definidos, esperando só o sorteio para sabermos os confrontos, em que pode acontecer qualquer coisa. Manchester City, Internazionale, Milan, Napoli, Bayern de Munique, Real Madrid, Chelsea e Benfica vão brigar para ver quem vai para a semifinal.
O grande protagonista dessas oitavas e da Champions até agora se chama Erling Haaland, o camisa 9 do Manchester City.
Independentemente do sorteio, o Manchester City com o Haaland aumentou muito o poder o ofensivo, a agressividade e o número de gols, então acredito que pode ser o ano
em que o time inglês poderá conquistar o seu grande sonho, ser campeão da Champions pela primeira vez. Mas é somente uma intuição.
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