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OPINIÃO

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Competitivo desde 2020, Palmeiras é o time mais pronto do futebol do Brasil

Raphael Veiga, do Palmeiras, comemora gol - Marcello Zambrana/AGIF
Raphael Veiga, do Palmeiras, comemora gol Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

20/03/2023 09h30

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O que se pode dizer de um time que irá disputar a quarta decisão do Campeonato Paulista seguida, sendo que até agora ganhou duas e perdeu uma?

Mas não é só isso: o Palmeiras já foi bicampeão da Copa Libertadores, ganhou uma Copa do Brasil, um Brasileiro, uma Supercopa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana.

De todos esses títulos, Abel Ferreira só não estava no Paulista de 2020, quando o Palmeiras ganhou nos pênaltis do Corinthians - Vanderlei Luxemburgo estava no comando.

É impossível discutir essas conquistas sem reconhecer que foi o Abel quem colocou uma mentalidade vencedora nessa equipe. E fez isso de diversas maneiras.

Taticamente, é uma equipe fortíssima, que em nenhum momento se desorganiza, mesmo quando perde o controle do jogo. O seu trabalho psicológico com os jogadores é invejável, assim como consegue fazer todos do elenco se sentirem importantes. E realmente são, porque ele joga aberto, é honesto com todos nas suas decisões e, o mais importante de tudo, os jogadores confiam fielmente em tudo que ele fala, porque sentem verdade nos seus olhos.

Podem dizer o que quiser, mas não tem um treinador, brasileiro ou não, que trabalhe aqui e supere o trabalho de Abel Ferreira nos últimos três anos. O Palmeiras não passou um ano sem ser campeão de alguma coisa desde quando ele chegou, em outubro de 2020.

Claro que o grupo é talentoso, mas eles cresceram muito nas mãos do técnico, porque ele consegue tirar o melhor de cada um. E não é qualquer treinador que consegue isso.

O time é muito bem formado, com o melhor goleiro brasileiro que joga aqui nesse momento. Tem ótimos laterais. Gustavo Gómez e Murilo formam a melhor dupla de zaga do futebol brasileiro, na minha opinião.

Tem uma grande dupla de volantes. Zé Rafael está jogando demais e, me arrisco a dizer, passou a ser o grande termômetro do time com a saída do Danilo. Ele rouba bola com facilidade, tem um ótimo passe, faz poucas faltas e, por ter sido meia antes, tem ótima chegada e bate muito bem de fora da área.

Agora tem a companhia de um outro Gabriel Menino, que aproveitou da melhor forma possível a brecha deixada pelo Danilo e se ainda não ganhou a total confiança do Abel, já está próxima essa conquista.

Na frente deles tem o novo camisa 10 da seleção brasileira, Raphael Veiga, pelo menos para esse amistoso contra o Marrocos, dia 25, em Tânger. Digo isso porque foi assim que entendi a fala do treinador interino da seleção brasileira, Ramon Menezes, na coletiva no dia da convocação. Ele está numa fase incrível, como estava nos últimos anos, quando foi injustiçado pelo ex-treinador Tite, que se prendeu na sua panelinha.

O ataque tem dois dos jogadores mais agressivos do futebol brasileiro: Dudu, que também foi injustiçado, e o intenso Rony, também convocado por Ramon. Só falta uma posição para ele decidir quem será, porque o Rodrigo Tabata está conquistando essa vaga, mas se machucou contra o Ituano e ainda não sabemos a gravidade. O Abel colocou o Brenno Lopes, mas eu prefiro o garoto Giovani, que é mais habilidoso e técnico.

Esse time do Palmeiras é o mais pronto do futebol brasileiro dos últimos anos, porque conseguiu se manter com a mesma competitividade.

Nesta segunda (20), saberá com quem vai decidir o título do Campeonato Paulista. Mas será o favorito contra qualquer um dos dois (Água Santa ou Red Bull Bragantino) que passar, até porque joga a segunda partida em casa.

O Palmeiras entra em todos os campeonatos como favorito, mas claro que tem adversários à altura, no Brasil e na América do Sul. Aqui no Brasil, na minha opinião, ainda são Atlético-MG e Flamengo que batem de frente nos pontos corridos. Em jogos eliminatórios mais times que podem vencê-lo, mas é sempre favorito.

Bom, as dificuldades começarão com o início do Brasileiro, da Libertadores e quando entrar na Copa do Brasil. Aí sim o Palmeiras precisará colocar em prática todo o foco, confiança e segurança conquistados nos últimos anos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL