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Caminhada da seleção precisa mudar, e o pontapé inicial será no Marrocos
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Sábado, dia de jogo do Brasil. E, apesar de ser só um amistoso, é muito especial, porque se inicia um novo ciclo.
O adversário é muito complicado, porque foi uma das sensações da Copa do Mundo do Qatar, em 2022. O Marrocos fez uma campanha espetacular, chegando até a semifinal, quando foi eliminado pela França de Mbappé. Antes disso, venceu Espanha e Portugal, respectivamente.
Bom, mas quero falar desse recomeço, visando a Copa de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá.
Com o aumento de participantes (serão 48), as Eliminatórias viraram um monte de jogos inúteis — antes, até tinha um pouquinho de apreensão, mas o Brasil na maioria das vezes nadou de braçada. A partir de agora, de 10 seleções sul-americanas, sete se classificam. A Fifa conseguiu tirar a emoção de todas as eliminatórias que acontecem pelo mundo.
A ganância, o querer agradar a gregos e troianos, fez da Copa do Mundo um torneio muito enfraquecido tecnicamente.
Por isso, esse novo ciclo que começa com o treinador interino Ramon Menezes, irá servir para montar e entrosar uma equipe com novos jogadores, porque não existirá nenhuma dificuldade nas Eliminatórias. E o pilar desse novo ciclo será o capitão Casemiro, como referência e verdadeira liderança para essa nova seleção.
Gostei da convocação e da possível escalação para o jogo. Um ataque com Rodrygo (com a camisa 10), Rony e Vinícius Jr pode ser interessante. Mas, nas próximas vezes, gostaria de ver o Vitor Roque como centroavante, porque acredito que se formaria um trio ofensivo muito poderoso: juventude, velocidade, técnica e faro de gol nos três.
Está se formando um novo time, porque a geração 2018 e 2022 não deu em nada. E, se continuassem, os resultados seriam os mesmos: nada!
Em relação ao Neymar, já disse que eu não o convocaria nos próximos dois anos. Em 2025, se ele estivesse bem, focado e querendo jogar bola, como o Messi fez na última Copa, eu chamaria.
O Neymar não precisa ser testado, porque se estiver bem, convoca e pronto; se não estiver, fica de fora e acabou. Com ele, de agora em diante, precisa ser 8 ou 80.
Chega de ser titular de carteirinha e não levar a sério a profissão, principalmente quando está vestindo a camisa da seleção. Grande jogador ele é, mas faz tempo que não exerce esse papel. Se estiver bem, não abriria mão dele no grupo - e ser titular é outra história.
Precisamos esperar sem pressa a chegada de um novo treinador. Portanto, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, poderá tentar os melhores pela sua cabeça, e não entrar no barulho daqueles que ficam girando em volta dele como tubarões, indicando treinadores para continuarem tendo influência (que, até hoje, só foi negativa).
O Brasil pode fazer um bom jogo em Tânger, pelo talento do time e muito pela empolgação dos estreantes com a camisa amarela, porque Marrocos já tem entrosamento e está com a autoestima elevadíssima.
Depois da desvalorização das Eliminatórias, serão muito importantes os amistosos com boas seleções. Porque se o Brasil continuar jogando contra seleções da América Central, Ásia, Oceania e do terceiro escalão da Europa, acontecerá o mesmo que nas últimas Copas. No primeiro confronto com times bons, vamos cair.
Como caímos em 2006 para França, em 2010 para a Holanda, em 2014 para a Alemanha, em 2018 para a Bélgica e agora, em 2022, para a Croácia.
A nossa caminhada precisa mudar. Não podemos mais repetir as preparações anteriores. Já está mais que provado que, ao ficar quatro anos sem jogar com seleções do nosso tamanho, estamos muito menos competitivos que os europeus e agora atrás também da Argentina.
O pontapé inicial da mudança de processo será dado hoje e daqui em diante, com o Ramon ou com outro treinador. E todas essas mudanças precisam ser feitas.
Até 2026, precisaremos jogar no mínimo quatro vezes com seleções de médio e grande porte da Europa, para colocar competitividade no time, uma das coisas que faltou.
Em todas as eliminações que citei acima, faltou a competitvidade e fomos atropelados.
Contra a França foi um show do Zidane, e apesar de ter sido só 1 a 0, o Brasil não pegou na bola. Contra a Holanda, dominamos o primeiro tempo todo e, no segundo, fomos engolidos. A Alemanha fez a gente passar o maior vexame da nossa história. A Bélgica matou o jogo no primeiro tempo e, apesar da boa reação, não conseguimos nem empatar. E agora no Qatar perdemos nos pênaltis, mas a Croácia teve o domínio do jogo, com o Modric desfilando talento, e quando precisou, empatou.
Enfim, temos que mudar esse cenário e enfrentar grandes times. Isso será imprescindível para a nossa evolução.
Estou com uma grande expectativa nesse jogo, coisa que não tinha com a seleção do Tite. Com ele no comando, era certo que o jogo seria horrível.
Ganhar é importante, mas recuperar o prestígio da nossa camisa é urgente.
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