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Manchester City atropela o Bayern e Haaland diz: perdeu, Mané!

Erling Haaland, do Manchester City, e Sadio Mané, do Bayern de Munique - MB Media/Getty Images e Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images
Erling Haaland, do Manchester City, e Sadio Mané, do Bayern de Munique Imagem: MB Media/Getty Images e Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images

Colunista do UOL

11/04/2023 18h13

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O mundo estava na expectativa para assistir o jogo mais esperado das quartas de final da Champions League. Manchester United x Bayern de Munique, dois grandes times com estilos, histórias e peso de camisa diferentes.

Acho que nesta temporada o City está muito mais competitivo e agressivo por causa da presença de um centroavante como o norueguês Haaland. Mas tem pela frente uma das grandes potências do futebol mundial, com uma história riquíssima e uma camisa pesadíssima.

Não tem nada melhor que o futebol mundial poderia oferecer numa tarde de terça-feira para os apaixonados da bola.

O jogo começou numa forte intensidade, como é normal na Europa, principalmente com grandes jogadores em campo.

Um detalhe para entendermos o tamanho desse jogo: somando os jogadores que saíram como titulares dos dois times, 21 deles estiveram na Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Só o Cometa Haaland não estava, porque a Noruega não se classificou.

Falando do jogo: achei que o Bayern estava controlando a partida sem correr muitos riscos, levando muito perigo ao usar a velocidade pelos lados - com Coman na direita e com Sané pela esquerda -, muita movimentação e inversão de posições.

Nesse domínio o Bayern começou a envolver o City, chegando com perigo. Mas, logo após criar a sua grande chance, o City saiu em velocidade com toques rápidos até a bola chegar aos pés do espanhol Rodri. Ele bateu de fora da área, com uma curva incrível, e fez um golaço no ângulo, colocando o time inglês em vantagem no seu pior momento.

O gol fez o jogo ficar alucinante, com muita agressividade dos dois times, virando uma grande troca de ataques. O time do Guardiola foi pressionando e se aproveitando do momento em que o Bayern ficou abalado, forçando o goleiro Sommer a fazer uma defesa espetacular com os pés, mostrando um grande poder de reação.

O segundo tempo começou com o Bayern partindo para cima, colocando uma dinâmica que o City não esperava, pegando o time inglês de surpresa. Ederson precisou fazer duas grandes defesas seguidas em menos de 5 minutos.

Fora a confusão na área do Bayern criada pelo zagueiro Upamecano e o goleiro Sommer, com o chute travado do Haaland, foi o time alemão que comandou o início da etapa. E, se não fosse o Ederson junto com o Rúben Dias, o City poderia ter tomado o gol de empate logo de cara.

Para mim o Bayern de Munique estava jogando muito melhor, mas a sua defesa estava pedindo toda hora para tomar o segundo gol. Que coisa incrível!

Upamecano novamente saiu mal e entregou a bola nos pés do Jack Grealish, que deixou de calcanhar para o Haaland - e o norueguês deu uma assistência fantástica para o Bernardo Silva fazer 2 a 0 para o City.

Depois disso o Bayern ficou totalmente atordoado e o City, que estava devagar, virou avassalador. Mais uma vez a bola chegou para Erling Haaland na cara do gol e o norueguês não perdoou: fez 3 a 0.

Quatro jogadores do Manchester City foram muito acima da média na partida:

  • O goleiro Ederson, que nos piores momentos salvou o time;
  • O zagueiro Rúben Dias, que deu um show de posicionamento, evitando várias vezes que a bola chegasse ao gol com perigo por estar no lugar certo;
  • Bernardo Silva, que além de ter feito o segundo gol, partiu para cima no um-contra-um o jogo todo, fazendo jogadas agressivas pelo lado direito;
  • Jack Grealish, que além da ótima técnica, se dedicou na marcação e foi primordial na pressão, forçando o erro na saída de bola da confusa defesa do time da Baviera;
  • E, sem dúvida, Erling Haaland, que deixa qualquer defesa tensa mesmo sem pegar na bola - e, quando pegou, teve uma chance no primeiro tempo em que bateu mal, mas deu uma grande assistência e fez o terceiro gol do seu time.

Foi uma atropelada nervosa numa grande potência da Europa e em um dos favoritos ao título.

Não me lembro de um resultado assim do Manchester City num time do tamanho do Bayern numa fase importante como essa.

Tudo pode acontecer nesses jogos, mas desde a chegada do Haaland ao City, falo que ele era a peça que faltava para o Guardiola vencer a Champions League com o time inglês.

Na Inglaterra, o Manchester City já é uma grande equipe, com muitos títulos nos últimos anos, mas para mudar de prateleira no continente está faltando um título de peso como a Champions.

Na Europa não é fácil ser um time médio por quase um século e depois se transformar em um grande clube. O PSG está sofrendo com isso há décadas e não vejo chance disso mudar um curto espaço de tempo.

Mas, para o City, o salto de qualidade pode acontecer já nesta temporada. Faltava ter um time mais agressivo e com um jogadores que fizessem mais gols, porque foi isso que faltou nos últimos anos, porque a equipe fraquejava sempre nos momentos decisivos.

Claro que ainda teremos o jogo de volta e uma possível semifinal contra Real Madrid (mais provável) ou Chelsea. Mas, dessa vez, acredito que o Manchester City possa conquistar o tão sonhado título da Champions.