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OPINIÃO

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Corinthians sobrevive nos últimos anos graças a Cássio

Cássio, do Corinthians, comemora após pegar pênalti do Remo na Copa do Brasil - Marcello Zambrana/AGIF
Cássio, do Corinthians, comemora após pegar pênalti do Remo na Copa do Brasil Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

26/04/2023 23h49

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Neo Química Arena bem cheia, uma linda festa de apoio na entrada dos clubes. As torcidas organizadas fizeram um pacto para apoiarem o time para chegar à classificação.

Era isso mesmo que deveria ser feito, porque os jogadores não têm nada a ver com as péssimas escolhas do presidente Duilio Monteiro Alves e muito menos com a história horrenda do sr. Alexi Stival (Cuca), que foi condenado em 1989 pelo envolvimento no estupro numa garota suíça de 13 anos em 1987.

A pressão está muito grande, porque além desses dois, muita gente mentiu desde quinta-feira na tentativa de confundir a opinião pública em relação a esse caso.

Só para relembrar que Cuca se disse inocente, que não havia participado de nada, que a garota não havia lhe reconhecido no julgamento e que ele foi julgado à revelia. Tudo isso foi desmentido pelas matérias dos jornalistas.

Com a bola rolando, o Corinthians começou voando. Logo no início, antes dos 2 minutos, o garoto Adson saiu em velocidade da direita para esquerda e fez um golaço, colocando o time em vantagem. O ambiente digno da maravilhosa torcida corintiana e o time correspondendo dentro do campo.

Em 6 minutos de jogo o time do Corinthians já se impôs e mostrou ao Remo quem iria ditar a dinâmica da partida. Tanto que logo em seguida, num cruzamento na área, Róger Guedes subiu e cabeceou forte, mas a bola explodiu no travessão.

Mas era isso mesmo que os jogadores deveriam fazer, porque é um confronto de um gigante da Série A contra uma equipe da Série C, e era obrigação desse time amassar o adversário.

Em 15 minutos de jogo já tinha ficado nítida a diferença técnica e física entre Corinthians e Remo. Que desespero estava o time paraense, que não conseguia trocar dois passes e nem passar do meio-campo.

O único jogador que pensava bem e tentava algo pelo lado do Remo era o camisa 8, Pablo Roberto, mas é muito pouco.

Foi aos 23 minutos que, pela primeira vez, o Clube do Remo levou perigo num cruzamento e deu um certo susto na defesa corintiana.

De repente, o ímpeto passou. Não vi mal nenhum nisso naquele momento, porque tinha um tempão para fazer pelo menos mais um gol e levar para os pênaltis.

E o desgaste, era claro que iria acontecer, pela forte intensidade que o Corinthians colocou desde o início do jogo.

No toque de bola o Corinthians foi chegando, e o Fausto Vera bateu bem da entrada da área e passou bem perto.

Com o ritmo caindo um pouco, o Remo conseguiu tocar um pouco a bola, com mais calma, e até chegou a incomodar com as jogadas aéreas. Mas o controle continuou sendo do time do Parque São Jorge.

Mas, mesmo contra uma equipe bem inferior, o Corinthians mostra muita fragilidade na criação e na agressividade, deixando claro mais uma vez o quanto Renato Augusto faz falta.

Chegando aos 40 minutos, e apesar de todo o domínio territorial, o Corinthians levou só real perigo no gol do Adson e, logo depois, com a cabeçada no travessão do Róger Guedes. Depois disso, só teve volume de jogo, mas não agressividade, e terminou o primeiro tempo errando alguns passes fáceis.

Não vejo necessidade de ter o Roni como volante marcador contra uma equipe que não consegue atacar e sem domínio no meio-campo. Não há necessidade de se ter o Roni no meio-campo sendo que o adversário ataca muito pouco e o time precisa de mais criatividade para chegar à classificação.

O Cuca manter o Roni jogando contra um time que não ataca é absurdo. Ele é voluntarioso, marca bem, é raçudo, mas toca muito para os lados e erra muitos passes.A saída de bola com ele é mais lenta, principalmente para um jogo em que se precisa vencer de qualquer jeito, ainda mais com dois gols de diferença.

Aos 17 minutos, saiu o Roni e entrou o Maycon. O segundo tempo foi muito ruim, com cruzamentos de longe e muitos horríveis. O Corinthians é um time limitado tecnicamente e isso é muito claro. A torcida estava irritada, e com toda razão.

O camisa 8 Pablo Roberto e o camisa 10 Muriqui, do Remo, jogaram melhor tecnicamente do que todos os jogadores do Corinthians. Passes certos, domínio de bola, mas principalmente com mais inteligência futebolística.

Até os 23 minutos nada de importante tinha acontecido ofensivamente para o Corinthians e o time paraense ainda arrumou um bom contra-ataque, ganhando um escanteio. Mas nada aconteceu.

Matheus Bidu entrou para dar mais agressividade pelo lado esquerdo, mas errava todos os cruzamentos que tentou fazer.

Enquanto no Maracanã o Flamengo não parava de fazer gols, na Neo Química Arena o Corinthians não criava nada e precisava fazer mais dois.

Aos 28 minutos do segundo tempo, o Remo começou a atacar com frequência, conseguindo ficar mais tempo no campo de ataque, mas o tempo foi passando rapidamente.

O jogo do Corinthians é muito previsível nas jogadas, e a entrada do Paulinho foi para tentar criar algo novo, porque do jeito que estava até os 34 minutos, nada acontecia.

E a torcida cumpria o que prometeu, só apoiou, mesmo com o time jogando muito mal e sem criar nada.

Eram 40 mil pessoas corintianas, fanáticas, fiéis, que foram até Itaquera para sofrer pela fragilidade do seu time do coração.

Um segundo tempo do nível do time do Duilio Monteiro Alves, que é o maior responsável por todos os fracassos dos últimos anos.

Estamos nos 41 minutos e, independentemente do que acontecer, já está vergonhoso o desempenho desse time. O Remo está levando muito mais perigo real do que o Corinthians no finalzinho do jogo, e só sobrou apelar para o chuveirinho para tentar algo com o Gil, que virou centroavante.

Mas vale a pena destacar que o goleiro Vinícius, do Remo, fez uma grande partida muito segura, principalmente nas saídas das bolas aéreas.

O Remo foi mostrando experiência, ganhando laterais e escanteios para passar o tempo.

E em um desses cruzamentos na área, o Róger Guedes subiu e fez o segundo gol, suado.

Como falei, isso não muda o péssimo segundo tempo que fez. Mas o jogo acabou indo para os pênaltis.

Fico aliviado pelos torcedores que amam esse time e que estavam lá para apoiar o Corinthians, como fizeram o tempo todo. Em nenhum momento vaiou e nem protestou, só torceu e vibrou com os gols.

E foi mesmo para os pênaltis!

Um time gigante da Série A não conseguiu fazer três gols para se classificar. E lá no Maracanã, o Flamengo estava na mesma situação e fez 8 x 2 no Maringá.