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Uma noite com dois belos espetáculos: Santos e Palmeiras dão show de bola
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No começo da noite desta quarta-feira (10), acompanhei o jogo Santos x Bahia, na Vila Belmiro. Foi a melhor partida que vi o Peixe fazer no campeonato e, talvez, no ano. O time do Odair Hellmann começou avassalador, indo para cima, e em 14 minutos já estava vencendo por 2 a 0.
O garoto Deivid Washington, de 17 anos, que está substituindo Marcos Leonardo, fez o seu primeiro gol como profissional, e esse momento é mágico na vida de um jogador jovem. A gente sente que os sonhos começam a se realizar — foi assim que me senti quando fiz o meu primeiro gol. O garoto é bom de bola, se movimenta bem e com inteligência, sai para a tabela, sendo muito esperto dentro da área.
Já o segundo gol foi num lançamento perfeito do Lucas Lima para o Speed Mendoza, que saiu na cara do gol e fez Santos 2 x 0 Bahia.
No segundo tempo, saiu também o primeiro gol do Ângelo, que é outro menino da Vila que ainda não havia marcado nesse campo histórico. Num cruzamento baixo, também do Lucas Lima, o goleiro deu rebote e garoto só deu um tapa para as redes. Ele saiu correndo para dar um beijo em sua avó e na sua mãe, que é tudo para a gente quando se está começando a jogar futebol.
O Santos teve mais chances para aumentar o resultado, mas muitas vezes demorou para finalizar e acabou perdendo as oportunidades.
A contratação do Lucas Lima deixou muita gente em dúvida (inclusive eu), mas o Santos acreditou no jogador, fez um contrato de rendimento e depois renovou. E ele vem fazendo total diferença na equipe. Todas as ações de criatividade e de organização de jogo passam pelos seus pés.
Foi uma vitória importante para o time da Vila Belmiro se afastar da zona de rebaixamento, chegando aos 7 pontos. Claro que a rodada ainda não terminou e, dependendo dos outros resultados, sem uma vitória, poderia ficar numa situação delicada na tabela. Mas estou gostando muito da nova geração dos meninos da Vila, como sempre, talentosos.
Palmeiras x Grêmio: show verde no Allianz Parque
Logo após o show santista na Vila Belmiro, passei para um dos grandes clássicos do futebol brasileiro. No Allianz Parque se encontraram Palmeiras e Grêmio, que foram rivais "ferozes" nos anos 90, com jogos incríveis e violentos pela Libertadores da América.
O momento é completamente diferente, porque o Palmeiras é o atual campeão brasileiro, enquanto o Grêmio voltou a jogar na Série A depois de ter ficado por um ano na Série B.
O time de Abel Ferreira é o grande favorito ao título, por ser uma equipe super organizada, forte mentalmente e muito vencedora nos últimos anos. Já o Renato Gaúcho tem uma equipe em formação e com pretensões diferentes — acredito que o objetivo seja se classificar para a próxima Libertadores.
O jogo começou intenso e com o domínio do Palmeiras, que em menos de 10 minutos teve duas ótimas chances de gol. Uma num contra-ataque espetacular, com uma reposição rápida e precisa do Weverton com as mãos.
A estratégia do Renato foi claramente de não deixar espaços defensivos, deixando a bola com o Palmeiras e esperando arrumar um contra-ataque. Enquanto a do Abel é exatamente em cima da paciência, para tocar bola de um lado para o outro, fazendo a defesa gremista dançar e esperar abrir um buraco defensivo para uma infiltração, uma tabela e marcar forte a saída de bola para tentar roubá-la rápido ou forçar o erro para chegar à finalização.
O domínio do Palmeiras era tão grande que, aos 23 minutos, a posse de bola era de 71% a 29%. E não demorou muito para o "buraco" defensivo aparecer, porque a marcação do Grêmio dançou com as viradas de bola da esquerda para a direita. Numa dessas, o Mayke olhou e viu a infiltração do Raphael Veiga no meio da defesa, colocando a bola na cabeça dele para fazer 1 a 0.
O time gaúcho teve que se virar, porque o Palmeiras continuou indo para cima com uma intensidade muito forte, ditando o ritmo e colocando a dinâmica da partida do jeito que mais gosta. O Grêmio até conseguia tentar um contra-ataque, mas o time palmeirense quebrava rápido a jogada, porque todos os jogadores se entregam o máximo: esse é um dos motivos desse time ser sempre um favorito.
Foco, comprometimento, entrega, junto com a velocidade e a técnica dos jogadores, fazem desse time uma grande potência nas mãos de Abel Ferreira.
Só um detalhe: pela superioridade que teve no primeiro tempo, o Palmeiras falhou muito nas escolhas na hora de decidir a jogada. Demorava para finalizar ou finalizava no momento errado em cima dos zagueiros do Grêmio. Deveria ter ido para o vestiário com uns dois ou três gols de vantagem, porque em um erro defensivo ou em uma jogada ofensiva do Grêmio poderia acabar tomando um gol e se complicando num jogo dominado.
Acabei de escrever isso e o jogador Bitelo fez um golaço da entrada da área, conseguindo um empate nos acréscimos por causa das falhas ofensivas do Palmeiras.
O segundo tempo começou e já saiu uma linda jogada palmeirense. Ótimo cruzamento do Arthur com o Rony se jogando de peixinho, acertando uma forte cabeçada e terminando com uma defesa espetacular do goleiro Gabriel Chapecó.
Na jogada seguinte, outra jogada agressiva do Palmeiras, com uma finalização do Veiga com o goleiro jogando para escanteio. E, na sequência desse lance, o árbitro marca pênalti para o Palmeiras. Raphael Veiga foi para a batida e fez seu segundo gol.
O jogo continua do mesmo jeito que estava no primeiro tempo, ou seja, domínio total do Palmeiras: agressivo, chutando, conseguiu fazer o segundo gol, mas se vacilar de novo sofre o empate.
É um jogo para o Verdão vencer com tranquilidade, porque o Grêmio já mostrou que veio para sofrer, mas que está atento para aproveitar as poucas oportunidades que aparecer.
A intensidade que o Palmeiras coloca no jogo é impressionante. Elogiamos muito o ótimo trabalho do Abel Ferreira, mas não podemos esquecer do preparador físico que faz esse time ter essa condição espetacular.
Como joga esse time do Abel Ferreira! Um espetáculo, toca a bola com rapidez, viradas de jogada até chegar para finalizar. Dessa vez, o Mayke acompanhou e acabou pegando a sobra para fazer o terceiro do Palmeiras.
O lateral Mayke merece todos os elogios possíveis. Já esteve na lista de dispensa e, num momento com vários jogadores no departamento médico, o Abel precisou dele numa posição mais avançada. Ele foi e recuperou todo o seu prestígio. Hoje é uma peça fundamental no elenco palmeirense e virou um homem de confiança do Abel.
Por todo segundo tempo o Palmeiras continuou dominando, mas com mais eficiência para fazer os gols. Num escanteio, o zagueiro Luan fez o quarto para o Verdão.
Vou ser repetitivo dizendo que o Palmeiras é o time mais forte da América do Sul e o Abel Ferreira, o melhor treinador trabalhando no Brasil. Para quem reclamava que o seu time ganhava mas não jogava bem, assistiu nesta noite um show verde no Allianz.
Aos 31 minutos do segundo tempo, e desde o início do jogo, o controle foi total do Palmeiras, com uma intensidade fortíssima, uma dinâmica de jogo envolvente, sem correr riscos. O Grêmio não jogou nada porque o Palmeiras não deixou o time gaúcho respirar.
A estratégia do Renato foi por água abaixo no segundo tempo, e esse jogo serve para que ele preste atenção. Porque, se vacilar, vai ficar difícil o campeonato. Claro que é início e tudo pode melhorar para o Grêmio, mas demonstrou muita fragilidade nessa partida. O Renato não poderá disputar um campeonato difícil como o Brasileiro sem agressividade ofensiva, com dificuldade de criação e sendo atacado o jogo todo sem reagir.
Já o Palmeiras está marchando em alta velocidade em busca da liderança, sendo que seus grandes adversários estão lá atrás na tabela. Neste momento, o Botafogo, o Fluminense, o Athletico e o Fortaleza, caso vença amanhã, são os seus concorrentes para brigar no topo da tabela.
O jogo foi caindo nos acréscimos e o time palmeirense só esperando o apito final do árbitro para comemorar uma grande vitória, apresentando um futebol para empolgar todos os torcedores do Verdão.
Fim de jogo e o Palmeiras é novo líder, com 13 pontos e com 10 gols de saldo, o melhor ataque do campeonato.
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