Topo

Casagrande

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com péssimo futebol, Corinthians e São Paulo são figurantes no Brasileiro

Colunista do UOL

14/05/2023 19h16

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Domingo (14), Dia das Mães, mas também dia do clássico conhecido como Majestoso. Corinthians x São Paulo fazem na Neo Química Arena um jogo de altos riscos.

Corinthians vem de péssima temporada e em cinco rodadas só fez quatro pontos. A equipe vem sofrendo muitos gols e fazendo poucos, e até agora nenhum treinador deu conta de fazer esse time jogar bem nos últimos quatro anos. A equipe precisava ganhar de qualquer jeito para o ambiente começar a mudar e tudo ficar mais tranquilo.

Já o São Paulo vem se recuperando desde a chegada do Dorival Jr, que deixou o ambiente em paz. Existia o peso do forte tabu, porque o Tricolor nunca venceu o Timão na Arena e ainda tomou uma goleada histórica durante esse tempo todo.

O jogo começou tenso, faltoso, truncado e com pouca bola rolando. Só para ter ideia, o Fágner tomou cartão amarelo antes dos cinco minutos de jogo.

As diferenças de estratégia apareceram rápido enquanto o Corinthians tentava acelerar o jogo. Já o São Paulo tentava cadenciar para quebrar essa tentativa de colocar intensidade por parte do time do Vanderlei Luxemburgo.

Depois dos 10 minutos, o Corinthians começou a empurrar o Tricolor para trás, fez uma marcação pressão na saída de bola e uma mini-pressão com cruzamentos perigosos com a bola atravessando de um lado para o outro.

Porém, logo em seguida a defesa são-paulina conseguiu sair jogando e começou bela jogada pela direita, com o Rafinha chegando sozinho e dando passe para o Michel Araújo dominar sozinho e fazer 1 a 0 para o time do Dorival Jr.

Detalhes do gol: Rafinha entrou sozinho e, quando deu o passe para dentro da área, Gil, fora de tempo, tentou antecipar a jogada, não alcançou a bola e deixou Michel Araújo livre dentro da pequena área para dar um tapa sem chance de defesa para Cássio. Pareceu um gol de pelada, mostrando mais uma vez que Vanderlei precisa de qualquer forma arrumar o posicionamento defensivo ou trocar jogadores, porque ocorrem falhas em todos os jogos.

Nos primeiros 20 minutos, o Corinthians dominou por pouquíssimo tempo. Depois do gol do São Paulo, ficou completamente perdido, desorganizado e com dificuldade para atacar. Todo jogo o Corinthians mostra uma defesa frágil, meio-campo sem criatividade e falta de agressividade ofensiva. Um jogo lento, que demora uma eternidade para passar ao ataque, sem contar o enorme número de erros de passes na hora de fazer a transição.

Já Dorival Jr tem um time certinho, com bom toque de bola, a defesa muito bem posicionada, tanto que entrou como a menos vazada no início da rodada. O São Paulo controlava o jogo, ditando a dinâmica e colocando seu ritmo na partida, enquanto o Corinthians errava passes inacreditáveis, sem variações de jogadas, sendo previsível e não mostrando nenhuma evolução tática.

O São Paulo, assim como o Botafogo, colocou o Corinthians na roda o primeiro tempo todo, usando muito bem os vários "buracos" deixados pelo time de Vanderlei, que jogava com os setores distantes. O time de Dorival estava compacto, conseguindo fazer triangulações e tabelas sem que o adversário oferecesse resistência.

Mesmo com o péssimo primeiro tempo do Corinthians, a nação corintiana cantava. Na única jogada aguda dentro da área, já no finalzinho da primeira etapa, o jovem Wesley foi para o um contra um e sofreu pênalti cometido por Rafinha. O jogador mais agressivo do Corinthians no primeiro tempo foi o garoto Wesley, da base, porque os atacantes mais experientes não apareceram para o jogo.

O Roger Guedes, que estava sumido, foi lá e bateu muito bem o pênalti, empatando a partida. No entanto, o gol não apaga o fraco primeiro tempo que o Corinthians fez, com muitos jogadores sem fazer nada. Gil, Fágner, Maycon, Yuri Alberto, Matheus Bidu e Giuliano foram muito mal nessa primeira parte do clássico e já passou da hora de uma reformulação nesse elenco que nunca encaixou.

O segundo tempo continuou do mesmo jeito, com o São Paulo tendo espaço para tocar e o Corinthians sendo empurrado para trás, errando muitos passes e com um problema sério para um time de futebol, que é quando o centroavante não consegue segurar a bola na frente.

A bola batia no Yuri Alberto e voltava para a equipe Tricolor, e isso não deixava o Corinthians sair de trás. Beraldo e Arboleda tomaram conta do centroavante corintiano e ainda saíam tocando a bola com tranquilidade. Faltava ao São Paulo um pouco mais de intensidade e agressividade para transformar em gol todo o domínio técnico em campo.

O São Paulo era melhor na partida quando o árbitro interrompeu o jogo por conta dos cantos homofóbicos da torcida alvinegra. O telão e a locutora do estádio também pediram pelo fim dos gritos.

Voltando a falar do jogo, todos os passes que o Corinthians dava para tentar ir ao ataque eram errados, muitas vezes em passes forçados. Eram 30 minutos de um jogo ruim, um segundo tempo mal jogado, sem nenhuma intensidade e chutes a gol. Uma partida com dois times super limitados tecnicamente e com falta de criatividade.

O São Paulo tocava melhor a bola, mas não acontecia nada, enquanto o Corinthians nem conseguia tocar a bola. Os erros de passes das duas equipes eram vergonhosos para jogadores profissionais.

No segundo tempo, o ataque do Corinthians viveu da velocidade de Roger Guedes, mas sem que ele tivesse ajuda, porque Yuri Alberto simplesmente não existiu, sendo facilmente dominado pela zaga tricolor. Entre todas as substituições que os treinadores fizeram, só o camisa 9 corintiano saiu vaiado pelos torcedores.

A maior parte do tempo de jogo o São Paulo foi melhor, conseguindo controlar e colocar uma dinâmica mais cadenciada, evitando que o Corinthians pudesse acelerar o jogo. O Tricolor teve as duas jogadas mais perigosas dentro da área do Cássio. Já o Corinthians foi mais uma vez muito mal, sem criatividade, sem agressividade, errando muitos passes e sem ganhar desde a chegada do Vanderlei Luxemburgo.

O time está seguindo a cartilha do rebaixamento, que é perder fora, empatar em casa e trocar toda hora de treinador. O Corinthians precisa quebrar rapidamente essa sequência e sair desse vácuo negativo que a equipe entrou.

Ficou claro que os dois times estão totalmente fora de qualquer chance de título no Campeonato Brasileiro já na sexta rodada rodada. Os objetivos são se distanciar ao máximo do Z4, tentar se recuperar no campeonato e quem sabe entrar na luta por uma vaga na Libertadores

Para isso acontecer, o futebol dos times de Vanderlei Luxemburgo e Dorival Jr precisa melhorar muito, porque está bem longe de disputar qualquer coisa e no meio da semana já tem as oitavas de final da Copa do Brasil.

O São Paulo vai a Recife enfrentar o Sport para depois decidir em casa, e está praticamente classificado para a fase eliminatória da Sul-Americana. Já o time do Parque São Jorge precisa ficar atento para não estar fora de todas as competições antes do meio do ano.

Na Libertadores está quase eliminado, no Brasileiro já está fora da disputa pelo título e vai brigar com o Atlético MG para ir adiante na Copa do Brasil.

Corinthians e São Paulo, pela história que têm, não podem ser simplesmente figurantes nos campeonatos que disputam. E por enquanto são nos principais torneios.

Tradutor: Corinthians e São Paulo com esse péssimo futebol não passam de figurantes no brasileirão

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL