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OPINIÃO

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Palmeiras faz 3 a 0 em casa, mas o Santos não sai do zero na Vila Belmiro

Raphael Veiga, do Palmeiras, celebra gol sobre o Fortaleza em confronto da Copa do Brasil - Ettore Chiereguini/AGIF
Raphael Veiga, do Palmeiras, celebra gol sobre o Fortaleza em confronto da Copa do Brasil Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

17/05/2023 21h15

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Depois do massacre do City, passei para os jogos das 19h da Copa do Brasil, e escolhi assistir o primeiro tempo de Santos x Bahia, porque estou curioso para ver mais o garoto Deivid Washington jogar depois do golaço que fez contra o Vasco no último domingo.

É bem legal ver dois times tradicionais do futebol brasileiro jogando com uniformes oficiais.

O jogo começou com pouca intensidade, os times tocando a bola, mas com pouca agressividade. Porém o Bahia está mostrando estar mais ligado no jogo, marcando melhor e com um contra-ataque rápido. Em um desses o ponta Biel quase marcou, não fosse uma boa defesa do João Paulo.

Concordo com o comentarista Sérgio Xavier quando disse que o Santos estava confundindo paciência com passividade. E, realmente, o time da Vila parecia estar um pouco disperso no começo da partida.

Até os 20 minutos quem criou chances de gol foi o time baiano, inclusive o zagueiro Vitor Hugo deu uma pancada de virada de dentro da área, forçando o João Paulo a fazer uma grande defesa. Depois o Santos começou atacar com mais força, mas deixando espaço para o Bahia sair em velocidade.

Enquanto isso, lá no Allianz Parque, em menos de 20 minutos, o Palmeiras já estava vencendo o bom time do Fortaleza por 2 a 0, com gols do Raphael Veiga e Bruno Tabata.

O Santos está errando muitos passes na hora de criar a jogada, não conseguindo finalizar com perigo. Já o Bahia foi controlando a partida porque a sua marcação estava encaixando e o ataque santista não encontrava espaços para clarear a jogada e finalizar.

Mas o time de Salvador estava encontrando espaço para bater. O meia Cauly acertou uma pancada da entrada da área e João Paulo fez outra defesa difícil. Se o jogo está empatado é graças ao goleiro santista.

A hora em que o Santos consegue arrumar um bom contra-ataque, os jogadores erram o último passe, como já havia destacado antes.

O primeiro tempo terminou com o Bahia jogando melhor, tocando bem a bola e criando jogadas importantes. Se não fosse o João Paulo, já estaria vencendo a partida.

O time do Odair Hellmann precisa voltar para o segundo tempo com outra postura. Menos passivo, colocando mais intensidade, sendo mais agressivo e errando menos passes, porque não jogou nada e foi dominado pelo Bahia.

O Santos até conseguiu fazer o seu gol, novamente com Deivid Washington, mas foi anulado pelo bandeira e o VAR. Na minha opinião eles erraram, para mim, o gol foi legítimo.

Em relação ao garoto Deivid Washington, que pegou pouco na bola, conversei com o diretor de futebol e meu amigo Paulo Roberto Falcão, que me explicou que estão fazendo um trabalho de força muscular com ele e que ele só tem a evoluir, porque é bom jogador e tem boa cabeça.

VAR anula gol de Deivid Washington no jogo entre Santos e Bahia - Reprodução/Premiere - Reprodução/Premiere
VAR anula gol de Deivid Washington no jogo entre Santos e Bahia
Imagem: Reprodução/Premiere

Bom, o segundo tempo irei assistir a Palmeiras 2 x 0 Fortaleza.

Em 10 minutos de jogo entre Palmeiras e Fortaleza, ficou clara a diferença da dinâmica de jogo de times que tem o mesmo treinador há um bom tempo e com entrosamento.

O time do Abel Ferreira é o mais pronto da América do Sul e entra como um dos favoritos em todos os torneios que disputa. O Juan Pablo Vojvoda também tem uma equipe forte, entrosada, com um esquema tático definido, sendo um time que nos últimos anos vem ficando no topo da tabela no Brasileiro.

Só que a Copa do Brasil é diferente por ser jogos eliminatórios, e tudo pode acontecer.

O Palmeiras fez um ótimo primeiro tempo, marcando dois gols e indo para cima com um jogo intenso. No segundo tempo, a estratégia do Abel foi outra, atraindo o Fortaleza e saindo em velocidade. Em um desses contra-ataques, o Raphael Veiga cabeceou na cara do gol com a bola indo na trave.

Mas o time do Vojvoda voltou mais intenso, acertando os passes e levando perigo ao gol do Weverton.

O time do Palmeiras é muito experiente, muito bem treinado fisicamente, sabe a hora de acelerar o jogo, a hora de diminuir a intensidade, sendo uma equipe fortíssima em todos os sentidos. Só acho que poderia ter apertado mais um pouco para tentar aumentar o resultado para ir bem tranquilo para jogar no Castelão daqui duas semanas.

De repente o jogo ficou mais brigado, com divididas duras e com pouca criatividade. E, para acender a torcida, Richard Rios fez um belo gol, demonstrando frieza e classe.

Agora sim o Palmeiras fez um resultado difícil do Fortaleza reverter, mesmo no Castelão lotado, porque terá que partir para cima e deixará espaço para o tipo de jogo que o Abel Ferreira mais gosta.

A torcida do Palmeiras é a mais sorridente e feliz do Brasil, porque torce para um time organizado, talentoso, vencedor, com jogadores focados em todos os jogos.

O time mostra aquilo que um torcedor mais quer ver em campo, que é entrega, raça e garra: tudo isso forma uma equipe pronta para ser campeã. E o Palmeiras já está pronto desde a chegada do Abel Ferreira, tanto que já ganhou tudo pelo nosso continente.

Na Vila Belmiro, empate por 0 a 0 entre Santos e Bahia, um resultado muito ruim para o Peixe.