Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Luxemburgo é um dos poucos que sempre tem coelhos para tirar da cartola
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Vanderlei Luxemburgo merece um texto bem detalhado sobre o seu conhecimento futebolístico.
Ele não faz um bom trabalho há algum tempo. Nunca gostei de classificar alguém de ultrapassado em relação ao conhecimento e, no caso dele, escrevi aqui que ele precisava melhorar nas entrevistas.
Estava falando coisas que não existem mais e que precisava se adequar a essa nova realidade de comunicação no futebol. Mas nunca como conhecimento.
Talvez não esteja mais no patamar dos mais jovens, mas o tempo te ensina atalhos e soluções mais rápidas, ou seja, os experientes sempre têm "coelhos para tirar de uma cartola". Ou podemos dizer também que têm sempre uma "carta na manga".
Essas coisas o Vanderlei tem várias. Talvez precisasse exatamente de um desafio difícil, mas com possibilidade de usar essas cartas.
Como, por exemplo, trazer o Bruno Méndez novamente para o elenco, esperar a volta do Renato Augusto, colocar o garoto Murilo no time, arrumar um esquema em que o Fagner ainda consiga ser útil, colocar os dois melhores volantes que tem no elenco e que são bons mesmo, como Fausto Vera e Maycon... enfim, ninguém inventa os coelhos para tirar da cartola, eles precisam já estar lá esperando para alguém usá-los.
Uma coisa que funciona bem é quando você consegue usar a facilidade da linguagem que tem com jogadores adaptada através do tempo.
Inicialmente estava claro para mim que o Vanderlei tinha dificuldade para chegar a essa linguagem, errando muito nas coletivas.
Com a imprensa ele ainda precisa mudar o modo de conversar, porque tem algumas coisas que vem falando que não são mais agradáveis de ouvir.
Mas tem muito conhecimento do futebol e jogou muito bem o segundo tempo com o Flamengo e contra o Fluminense. Foi melhor que o Sampaoli e que o Diniz.
Mas a superioridade plena veio aparecer na grande vitória contra o Atlético-MG.
Vanderlei Luxemburgo deu um nó tático em Eduardo Coudet, engolindo o Galo através das suas mexidas na escalação e na estratégia de jogo.
Três zagueiros, além de espetar os dois alas (Matheus Bidu e Fagner). Mas o principal foi deixar o Renato Augusto lúcido para criar, construir jogadas, pensar, fazer a bola rolar com qualidade. Porque além de ter a ajuda dos dois ótimos volantes ,também tinha os três zagueiros atrás para evitar contra-ataques.
Todos os jogadores renderam muito acima do que estavam jogando, mas com dois pontos de segurança.
Cássio, que estava bem mesmo com a fase ruim, e Róger Guedes, que também era a grande arma agressiva do time, fizeram a diferença.
Enfim, o conhecimento do Vanderlei apareceu claramente nesse jogo e acredito que, de agora em diante, será muito mais difícil enfrentar o Corinthians, com os jogadores confiantes e a massa corintiana empolgada.
O perigo está na vaidade do Vanderlei, e isso é com ele.
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