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OPINIÃO

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Grêmio vence sofrendo, mas se garante no G4 nesta rodada

Renato preparou muito bem o seu time para jogo em Porto Alegre - Maxi Franzoi/AGIF
Renato preparou muito bem o seu time para jogo em Porto Alegre Imagem: Maxi Franzoi/AGIF

Colunista do UOL

04/06/2023 18h17

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Jogo de tricolores na linda Arena do Grêmio, que no meio de semana passaram para as quartas de final da Copa do Brasil. A diferença foi: de que forma se classificaram? O Grêmio foi ao Mineirão e venceu por 1 x 0, depois de ter empatado em casa por 1 x 1. Já o São Paulo caminhou paralelo ao vexame, porque depois de ter vencido em Recife, perdeu no Morumbi com mais de 50 mil torcedores por 3 x 1 para o Sport e só se classificou nos pênaltis.

O jogo até os 10 minutos ficou equilibrado, mas depois disto o Grêmio foi ganhando terreno, marcando forte, começando a conseguir roubar a bola rapidamente e deu início a uma pressão agressiva, empurrando o São Paulo para trás.

Só que o tricolor paulista tem um lema que, na maioria das vezes, funciona: "Toca no Calleri que é gol". E assim que aconteceu, exatamente com a mesma arma que o Grêmio estava usando. Roubou a bola e saiu em velocidade com o Caio Paulista pela esquerda, fazendo um ótimo cruzamento para o camisa 9 são-paulino fazer um bonito gol.

Mas, em seguida, o Grêmio respondeu com força, primeiro numa cabeçada de Suarez e depois do Kannemann, com o goleiro Rafael fazendo duas ótimas defesas.

O jogo estava intenso, brigado, e, apesar do São Paulo estar em vantagem, o Grêmio estava dominando a partida, sendo mais perigoso.

Tem um confronto de camisas 9 bem interessante nesse jogo. Claro que não tem comparação a história de um com a do outro, porque o Suarez faz parte da história do futebol mundial, com grandes títulos e 4 Copas do Mundo nas costas, enquanto o Calleri não tem essa bagagem toda, mas aqui no Brasil é muito respeitado e, no início, vinha levando vantagem.

Em 25 minutos de jogo, com domínio do Grêmio, que apertava e levava perigo o tempo todo, mas as duas únicas vezes que o São Paulo chegou, em uma fez o gol e na outra forçou o goleiro Gabriel Chapecó a fazer uma defesa importante.

A pressão gremista era insuportável para a defesa do tricolor paulista e, num desses bombardeios, Alan Franco interrompeu a trajetória da bola com o braço, e o árbitro Wilton Pereira Sampaio marcou pênalti.

Franco Cristaldo foi lá, bateu muito forte, empatou a partida e fez justiça pela ótima partida que o tricolor gaúcho estava fazendo.

E, com insistência do Grêmio pelo domínio que estava exercendo na partida, numa bela jogada coletiva com Suarez, que rolou para a chegada do ex-são-paulino Reinaldo bater e marcar o segundo gol gaúcho na partida.

O sufoco continuou, com só o Grêmio jogando, roubando bola, criando uma chance atrás da outra, sem deixar o São Paulo respirar.

O Renato preparou muito bem o seu time para esse jogo, colocando uma forte intensidade e com seu time ditando a dinâmica da partida no primeiro tempo todo, que terminou vencendo por 2 x 0.

Os primeiros 10 minutos do segundo tempo foram do São Paulo, que voltou para marcar o Grêmio em cima e sufocando a defesa gaúcha, conseguindo criar uma grande chance com Rodriguinho chutando no travessão.

Esse lance fez o Grêmio acordar e, em seguida, criou a sua chance de gol com o Rafael fazendo outra grande defesa.

No segundo tempo teve mais troca, porque o tricolor paulista voltou mais ligado no jogo e o Grêmio resolveu marcar atrás para usar o contra-ataque, o que era um risco.

Até porque essa atitude fez o São Paulo ficar bem mais com a bola, e foi para cima tomando conta das ações ofensivas, enquanto o Grêmio parou de tocar a bola e começou a abusar dos chutões para frente.

Até os 20 minutos, poucas vezes o time do Renato chegou ao ataque tocando a bola com rapidez, intensidade, além de errar muitos passes.

Enquanto no primeiro tempo os jogadores gremistas se aproximavam, no segundo estavam distantes uns dos outros e viraram presas fáceis para os marcadores paulistas.

O Grêmio deixou de jogar no segundo tempo com a estratégia de se retrair, tentando segurar o resultado ou matar o jogo no contra-ataque, mas renunciou ao ataque por muito tempo.

Foram dois tempos completamente distintos um do outro.

Enquanto no primeiro o Grêmio mandou o tempo todo, amassando o São Paulo, criando várias chances e poderia ter mais do que os dois gols que fez.

Já no segundo tempo, o São Paulo comandou a partida, colocando a dinâmica que quis, com a colaboração da renúncia de atacar do Grêmio, que se fechou e correu riscos de tomar o gol o tempo todo.

Mas, comparando as chances que cada um teve nos tempos que dominaram, as do Grêmio no primeiro tempo foram mais claras do que as do São Paulo no segundo.

Mas o Grêmio tomou um sufoco desnecessário até os acréscimos por opção.

Mas, de qualquer maneira, venceu a partida pelo primeiro tempo que fez, chegando à 3ª colocação com 17 pontos, mas mesmo se o Palmeiras vencer o Coritiba, terminará a rodada no G4.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL