Conmebol consegue piorar cada vez mais a vida dos clubes

Depois da surpresa e merecida vitória no Mineirão, 1 a 0 sobre o Atlético-MG , o Corinthians volta a jogar hoje (11), pelo playoff da Copa Sul-Americana, contra o Universitario do Peru, na Neo Química Arena.

Se já não bastasse o calendário lotado para todos os clubes, a Conmebol inventou neste ano esses dois jogos extras entre os terceiros originários dos grupos da Libertadores contra os segundos dos grupos da Sul-Americana — para ver quem continua na competição.

Devido ao jogo de hoje, a partida de volta corintiana diante do América-MG, pelas quartas da Copa do Brasil, que ocorreria nesta quarta, foi adiada para o sábado e, consequentemente, o duelo com o Grêmio, pelo Brasileirão, também foi adiado — e ainda não teve nova data divulgada. Assim também aconteceu com o Botafogo e o América.

O jogo desta noite é importante para o Corinthians, principalmente se o Vanderlei Luxemburgo confirmar o time de garotos que venceu o Liverpool-URU, na última rodada da Libertadores.

Seguir vivo na Sul-Americana é de grande importância pela questão financeira do clube, além do fato de que os jovens jogadores irão adquirir experiência.

Voltando a falar da desorganização do futebol sul-americano, vejo claramente que a Conmebol pouco se importa com a integridade física dos jogadores. O que importa é ganhar mais dinheiro, sem se preocupar se irá atrapalhar um calendário já apertado. Este playoff antes das oitavas de final da Sul-Americana é uma nova invenção da Conmebol, pois estes jogos extras não existiam até esta edição do torneio.

Mas isso não é esperado da Conmebol, porque a ideia original é da Fifa quando aumenta para 48 o número de times que disputarão a próxima Copa do Mundo, demonstrando que tanto faz se o nível técnico do torneio cairá bruscamente. Com mais jogos sendo televisionados, o pacote para a compra dos direitos de transmissão ficou mais caro.

O mesmo irá ocorrer no novo Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado durante a temporada do nosso continente e nas férias dos jogadores europeus.

Se os jogadores não reclamarem juntos, essas entidades que gerem o futebol seguirão criando mais e mais torneios para enriquecer dirigentes, federações, confederações... e massacrando os artistas do espetáculo.

Eu sei que aparecerão alguns comentários por aqui dizendo que os jogadores ganham milhões e ainda reclamaram. A questão não é reclamar ou não, e sim o direito de férias e de tempo entre os jogos para recuperação.

Se os jogos não forem adiados, Corinthians, Botafogo e América-MG terão que jogar dois dias seguidos, ou terça e quinta, sem acompanhar as 48 horas de descanso, colocando em risco a integridade física dos jogadores.

Em algum momento, no entanto, estes clubes terão que enfrentar essa maratona de jogos consecutivos.