Única coisa importante nas Eliminatórias é não perder para Argentina, e só!
Depois de noticiários policiais envolvendo jogadores que costumam servir a seleção brasileira, com supostos envolvimentos em apostas e violência contra a mulher (ninguém deveria ser convocado até que tudo se esclareça e se resolva), vou comentar sobre a primeira semana de trabalho do novo treinador do Brasil — seja interino ou não —, Fernando Diniz.
A princípio, o foco são os jogos pelas Eliminatórias à Copa 2026. Na sexta-feira (8), o Brasil estreia diante da Bolívia, às 21h30 (de Brasília), no estádio Mangueirão, em Belém. Já na próxima terça-feira (12) o adversário será o Peru, em Lima.
O olhar que Diniz tem sobre o futebol me agrada. Gosto da postura ofensiva e de um time técnico, como é a escola do futebol brasileiro, mas que foi abandonada desde 2010.
Acho difícil conseguir uma mudança significativa treinando só às vezes a seleção, mas não tenho dúvida nenhuma de que, no mínimo, o futebol será mais leve.
Classificação e jogos
Se ele repetir na seleção o mesmo modelo que faz no Fluminense, já será ótimo: toques rápidos, um só volante que saiba jogar em casa e fora (se possível) e com dois jogadores abertos e ofensivos ao lado de um centroavante.
O problema é aquele camisa 10 criativo, que o futebol brasileiro não tem há muitos anos. Precisamos daquele cara que pensa o jogo e que acha espaços que ninguém enxerga, como faz o Paulo Henrique Ganso, atleta de Diniz no Tricolor carioca.
As próximas convocações precisam ser melhores do que essa, pois esta primeira trouxe jogadores que não estão bem em seus clubes, outros que nem jogaram oficialmente ainda na temporada, deixando de fora outros atletas que estão voando.
Mas dá para começar as Eliminatórias da América do Sul tranquilamente, visto que a Fifa aumentou para 48 o número de seleções que disputarão a Copa do Mundo de 2026 (EUA, Canadá e México). Virou um monte de jogos sem importância alguma.
A seleção brasileira nunca ficou fora de uma Copa, visto que é muito superior às demais aqui do continente, assim como é a Argentina. Por exemplo, em 1970, só três seleções sul-americanas se classificavam ao Mundial do México: Brasil, Uruguai e Peru. Com o tempo, aumentaram para quatro classificadas, e a quinta disputava a repescagem.
Mas agora não existe nem uma possibilidade de o Brasil não ir à Copa. De dez seleções que irão jogar as Eliminatórias Sul-Americanas, seis se classificam diretamente, enquanto a sétima disputará uma vaga na repescagem contra outro país da Oceania.
Supervalorizar essas Eliminatórias é uma forçada de barra tremenda.
A Fifa aumentou o número de participantes nas Copas para não correr mais o risco de ficar sem as grandes seleções, como aconteceu nas últimas duas edições, como ocorreu com a tetracampeã mundial Itália.
Nas últimas duas Eliminatórias, o Brasil sobrou, e muito, chegando em primeiro. Mas agora acho que o cenário mudará porque a Argentina chegará como campeã do mundo e não quer mais encerrar o ciclo em segundo.
Apenas se classificar já não será suficiente para os argentinos, e talvez isso dê uma animada quando tivermos estes confrontos.
A única coisa interessante nas Eliminatórias no nosso continente será a concorrência entre a Argentina, campeã da Copa América e do Mundial, contra nós brasileiros, que ficamos a ver navios ao assistir os "hermanos" comemorando títulos de camarote, inclusive, nos vencendo em pleno Maracanã.
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Quero receberEntraremos nestas Eliminatórias com o moral baixíssimo em todos os sentidos. Nossa seleção não vence uma Copa desde 2002, e os argentinos ganharam a última no Qatar, no ano passado.
Somado a isso, o último jogador brasileiro a ser eleito como o melhor do mundo pela Fifa foi Kaká, em 2007. De lá para cá, o argentino Lionel Messi ganhou sete vezes, e os brasileiros não passaram nem perto.
Então, nesta competição entre nós e eles, estamos em desvantagem neste momento, além da seleção argentina ser melhor que a nossa.
A única motivação nestas Eliminatórias para o Brasil é não perder para a Argentina e, no final, chegar na frente deles.
Bom, pelo menos o Brasil é a única seleção que disputou todas as Copas do Mundo, e isso ninguém tirará mais.
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