Mesmo com o olhar apaixonado, o torcedor enxerga um vazio no Corinthians
O roteiro se repetiu na noite de ontem (26) na Neo Química Arena. O Corinthians realizou uma apresentação inconstante, frágil e pouco competitiva na primeira partida contra o Fortaleza, pela semifinal da Copa Sul-Americana.
Mas isso não é novidade, pois isto tem sido uma constante nos últimos três anos.
Basta fazer uma rápida retrospectiva deste período para constatar o número de treinadores que passaram pelo Parque São Jorge desde 2020: Tiago Nunes (2020), Dyego Coelho (interino 2020), Vagner Mancini (2020-2021), Sylvinho (2021-2022), Vítor Pereira (2022), Fernando Lázaro (2023), Cuca (apenas dois jogos em 2023 e jogando mal) e agora Vanderlei Luxemburgo (desde de maio) — Danilo também passou pelo cargo rapidamente no clássico contra o Palmeiras, em abril.
Com nenhum destes técnicos o Timão passou alguma confiança que poderia disputar títulos e bater de frente com os clubes mais ricos do Brasil. Nenhum deles conseguiu fazer essa equipe manter uma sequência de boas atuações.
Classificação e jogos
No meio de todos estes anos, algumas partidas foram muito boas, mas uma bem distante da outra, inclusive, em anos e campeonatos diferentes.
Os torcedores costumam enxerga o desemprenho do time com paixão, e não com razão. Desta forma, a cada jogo bom, a torcida se empolga e acredita que daquela partida em diante o time irá deslanchar. Isso é algo que nunca aconteceu.
Mas para quem tem um olhar de fora, este quadro mais fica claro.
Só neste ano, o Corinthians passou por vexames incríveis, mesmo quando conseguia se classificar, como foi na fase anterior da Copa Sul-Americana.
Só para puxar na memória daqueles que não querem enxergar, o jogo do Corinthians contra o Estudiantes lá na Argentina foi um dos maiores massacres que o time já passou, mas conseguiu avançar à semifinal nos pênaltis, graças ao goleiro Cássio (mais uma vez).
A torcida reclamou e chiou. Mas pelo fato de o clube ter se classificado, esqueceu o péssimo rendimento.
Desta vez, foi o Fortaleza, comandado pelo ótimo treinador Juan Pablo Vojvoda, que dominou totalmente o Corinthians na noite de ontem (26).
Ao me deparar com os comentários de alguns corintianos, fica claro que eles percebem que o time não tem força e é mal treinado por Luxemburgo.
O Vanderlei não consegue fazer esse time jogar bem, ter um esquema e personalidade. Ele vive num universo paralelo, enxerga e fala coisas que não acontecem no nosso mundo real.
No duelo de ontem, independentemente do resultado, vimos o Fortaleza organizado e bem postado em campo, com jogadas treinadas, diante de um bando de jogadores espalhados pelo campo, como é a atual realidade do Corinthians.
Tudo piora quando o Vanderlei começa a mexer no time. As suas substituições, na grande maioria das vezes, desencaixam o time de vez.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberAgora, na semana que vem, jogará no estádio do Castelão lotado, com uma forte energia da sua torcida, e contra uma equipe bem melhor. Colocará todas as suas fichas num possível empate para encaminhar a decisão para os pênaltis e apostar tudo no Cássio — olha o roteiro se repetindo mais uma vez.
Um pensamento muito pequeno para um time com muita história.
Mesmo que essa linda história do Sport Club Corinthians Paulista esteja sendo jogada no lixo pela atual gestão do presidente Duilio Monteiro Alves, a camisa alvinegra é respeitada no mundo todo.
Não é aceitável que o Timão se comporte como uma equipe pequena.
Enfim, o torcedor está enxergando claramente depois deste péssimo jogo com o Fortaleza.
O coração, no entanto, fala mais alto. Se o Corinthians avançar à final, todos ficarão cegos novamente.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.