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Flu e Inter deram show no Maracanã, mas Boca e Palmeiras machucaram a bola

Analisando os dois primeiros jogos da semifinal da Copa Libertadores, ficou claro que quem se classificar entre Fluminense e Internacional chegará no Rio de Janeiro, para a decisão em 4 de novembro, como favorito ao título.

Obviamente, essa minha análise foi feita baseada pela bola que os times estão jogando neste momento no torneio.

Não tem como comparar a intensidade e a dinâmica de jogo entre os primeiros duelos pela semifinal da competição continental.

Quem assistiu ao empate por 2 a 2 entre Flu e Inter, na última quarta-feira (27), no Maracanã, viu uma partida espetacular e cheia de alternativas, com duas equipes jogando bola na técnica e buscando o gol o tempo todo. Os primeiros 10 minutos já foram espetaculares.

Já quem teimou em acompanhar o jogo Boca x Palmeiras, sem dúvida, ficou decepcionado pelo futebol apresentado pelas equipes.

Um jogo chato, sem que nenhuma equipe tentasse se impor a outra. Ficou claro que os dois treinadores preferiram empatar sem precisar se arriscar, ao invés de tentar a vitória. Alguns torcedores dos dois times podem dizer assim:

"Pô Casão, foi um jogo difícil é muito brigado!"

Difícil e muito brigado é uma combinação que deixa uma partida de futebol horrível.

Passes para os lados e para trás. Assim está o futebol do Palmeiras nos últimos tempos. O time de Abel Ferreira não é nem sombra daquele que ganhou tudo nos últimos anos.

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Para mim, esse Boca é o pior que já vi. Se os argentinos pegarem Fluminense ou Inter jogando como estão, serão totalmente envolvidos na decisão no Maracanã.

A palavra certa na 'esfera futebolista' para os times de Fernando Diniz e Eduardo Coudet é exatamente essa: envolvente.

O saudoso treinador Cilinho usava muito essa palavra nos times que comandava. Fui jogador dele no São Paulo. Ele costumava falar sempre nos treinamentos e nas preleções antes das partidas que tínhamos que envolver o adversário.

Isso significa trocar a bola com velocidade, tendo aproximação para as tabelas, com movimentação constante e rápida. Inter e Flu, em muitos momentos das partidas, costumam fazer isso.

Existe uma diferença de época, porque o Cilinho treinava o time para tocar a bola em evolução, com agressividade de um modo vertical.

Nos anos 1980, as equipes não recuavam a bola para o goleiro toda hora e não se tocava tanto a bola para os lados. Mas hoje isso mudou.

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Hoje, o futebol exige uma participação total dos jogadores no momento de tentar envolver o adversário. E isso Diniz e Coudet estão executando bem melhor que Abel Ferreira e Jorge Almirón (técnico do Boca) neste momento.

Claro, vão aparecer aqueles que falarão assim:

"A final é um jogo só e tudo pode acontecer!"

Concordo plenamente, mas não estou falando da decisão, e sim do que vi nestes dois jogos. Evidentemente, pode ser que tudo seja diferente nas partidas da próxima semana em Porto Alegre e em São Paulo.

Foi infinitamente mais prazeroso assistir ao jogo do Maracanã do que o duelo em La Bombonera. Fluminense 2 x 2 Internacional foi um jogaço, com um futebol vistoso que prendeu a atenção do torcedor. Até o último minuto o resultado poderia mudar, como mudou.

Boca Juniors 0 x 0 Palmeiras foi um jogo chatíssimo, com um futebol fraco e que o torcedor sabia que os clubes poderiam jogar cinco horas e, mesmo assim, o zero não iria sair do placar. Como não saiu.

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Futebol é competitividade, luta pela bola, marcação agressiva e ofensiva e que se deve buscar o gol sempre. Isso é básico.

Boca x Palmeiras não conseguiram fazer nem esse básico.

Futebol gostoso é o futebol envolvente!

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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