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Ansiedade do Botafogo faz torcida perder paciência com Bruno Lage

Qual foi o verdadeiro efeito do empate do Botafogo por 1 a 1 contra o Goiás, ontem (2), no Nilton Santos?

Vou começar pela classificação do Campeonato Brasileiro.

O Botafogo continua disparado na frente e começou a rodada com sete pontos de diferença para o segundo colocado, que era o Palmeiras, e terminou com os mesmos sete, só que agora o vice-líder é o Bragantino.

Efetivamente, não mudou nada, só que o Botafogo ficaria a nove pontos à frente e ainda mais tranquilo para reencontrar o caminha das vitórias.

Mas o efeito psicológico será ruim. A campanha no returno é muito fraca, pois somou apenas cinco pontos em seis jogos — tem três derrotas (Flamengo, Atlético-MG e Corinthians), uma vitória (Bahia) e dois empates (São Paulo e Bragantino).

Ontem à noite, o Fogão, mesmo empurrado pela sua torcida que lotou o estádio, teve dificuldades para empatar contra um time que está lutando para fugir do rebaixamento. Isto é péssimo também para a confiança dos jogadores que fizeram um primeiro turno de campeão e agora têm campanha no returno de time do Z4.

Outro efeito negativo vem das arquibancadas. Após o apito final da partida com o Goiás, os botafoguenses começaram a chiar mais forte contra Bruno Lage (já havia alertado sobre este problema no texto anterior).

As escolhas do treinador português para escalar o time já estão criando dúvidas no próprio grupo de jogadores. O seu método de treinamento e esquema de jogo também não está agradando muito o elenco e nem a diretoria.

Até quando o Botafogo dará sorte? Porque que está correndo atrás continua perdendo ou um puxando o outro para baixo?

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Essa partida contra o Goiás em casa era para se fazer três pontos. E não tem conversa.

Na próxima rodada, o Bragantino terá um confronto muito difícil contra o Athletico, na Ligga Arena da Baixada. Já o Botafogo terá o clássico contra o Fluminense.

Se o time de Fernando Diniz passar pelo Inter e avançar à final da Copa Libertadores, irá empolgado para o duelo no Maracanã. Caso caia diante dos gaúchos, o Tricolor carioca começará a levar mais a sério o Brasileiro.

Será uma rodada desconfortável para todos e pode até mudar o segundo colocado novamente.

Só para recordar, o Grêmio (3º colocado) tem o clássico Grenal contra o Colorado, no Beira-Rio, enquanto o Palmeiras (4º) recebe o Santos no Allianz Parque. O Flamengo (5º), que tenta se reencontrar, pega o Corinthians em São Paulo.

O problema é que o Botafogo perdeu aquela intensidade alucinante do primeiro turno. Está com dificuldade para encaixar o seu toque de bola e finalizando muito menos. A posse de bola continua alta, mas sem progressão, e não é só por causa da forte marcação do adversário, mas também por ter menos mobilidade que antes.

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Ontem, também ficou claro como está rifando a bola com excessivos cruzamentos na área. No segundo tempo, foram vários que o goleiro Tadeu saiu e interceptou (ou algum atacante botafoguense fazia falta nele). No final da partida, fizeram uns três cruzamentos a esmo que saíram lá do outro lado do campo.

Está nítida a ansiedade, a falta de paciência e a pressa para se construir uma jogada e o aumento de erros de passe.

O Botafogo está precisando ir para o divã, e todos colocarem o que estão sentindo para fora, pois talvez esteja faltando uma conversa profunda e, como se diz no futebol, "lavar a roupa suja" em casa.

O ambiente interno está um tanto conturbado. Na entrevista à beira do gramado depois do jogo, Tiquinho Soares, que fez o gol de empate, falou que estava muito bem fisicamente, e isso me pareceu uma indireta para quem o deixou no banco.

O atacante só foi para o jogo após o intervalo, quando o Botafogo perdia por 1 a 0. É difícil entender por que o artilheiro do Brasileirão começou na reserva.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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