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OpiniãoEsporte

CBF, torcedor quer futebol e arte, um jogo inteiro e não pela metade

Ontem à noite, fui ao Teatro Vivo SP, na zona sul da capital paulista, para assistir à incrível peça 'A Última Sessão de Freud', com os ótimos atores Odilon Wagner e Claudio Fontana.

É uma peça que abre discussões interessantes e conflitos que temos dentro de nós em diversos momentos de nossas vidas. Durante a apresentação, refleti sobre mim mesmo e até sobre os personagens.

Recomendo muito!

Mas fiz essa introdução para dizer que não acompanhei o jogo entre Botafogo e Atlhetico-PR, mas ao chegar em casa soube que a partida foi suspensa no início do segundo tempo por falta de energia elétrica. O duelo no estádio Nilton Santos será retomado neste domingo (22), às 15h, com portões fechados.

Bom, é uma rodada importantíssima e uma disputa entre dois times dos mais fortes do Campeonato Brasileiro.

O líder Botafogo é forte, e o Athletico luta por uma vaga na Libertadores 2024. Alguma ação mais concreta deveria ter sido tomada, com condições seguras, para evitar ao máximo que qualquer fator extracampo não interferisse no campeonato.

Procurarei ler algumas coisas sobre o fato e me chamou a atenção o que escreveu o ótimo jornalista e meu querido amigo Sérgio Xavier, do SporTV.

"Não sei qual é o maior escândalo nessa história de remarcar o jogo do Botafogo para hoje, sem torcida. A violência contra o líder do campeonato, que perde a sua maior vantagem num jogo empatado, ou o descaso da mídia nacional que esconde essa notícia no pé de página em seus noticiários."

Concordo plenamente com o Serginho e não é de hoje que a imprensa esportiva prefere assuntos e títulos sensacionalistas para ganhar cliques, ao invés de informar ou opinar com isenção e objetividade.

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Continuou o que disse o Serginho, com toda razão, isso atrapalha a igualdade da disputa do campeonato. A CBF, como de costume, tomou uma decisão que desequilibra a disputa pelo título brasileiro e pela briga por uma vaga direta na Libertadores, por mais que os dois clubes tenham sido consultados sobre o adiamento.

Colocar esse confronto superimportante para o campeonato no estádio com portões fechados está favorecendo o visitante e dando desvantagem na rodada para o Botafogo, que só perdeu uma partida nos seus domínios.

Além de jogar muito bem, o Fogão conta com a força de sua torcida, como todos os times que estão disputando algo na parte de cima da tabela ou lá embaixo.

Santos e Vasco, que foram punidos por mau comportamento das suas torcidas, tiveram que jogar com portões fechados na luta contra o rebaixamento e ficaram desesperados naquele momento. Até que o número de jogos de punição diminuiu e os dois times começaram uma reação exatamente por contar a favor com o apoio das suas torcidas na Vila Belmiro e em São Januário.

Um campeonato de pontos corridos precisa ser igual para todos. Só deve haver jogos sem público por punição, e não porque faltou energia no estádio.

O que o Botafogo fez para receber uma "punição" como essa se ele está disputando o título?

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Seu concorrente direto, o Red Bull Bragantino, jogará em casa com o Fluminense com o estádio Nabi Abi Chedid lotado.

Essa decisão também é injusta com os torcedores botafoguenses que pagaram caro pelos ingressos — muitos que foram ao Rio acompanhar o jogo de perto moram em outros Estados. Eles pagaram para ver um espetáculo por inteiro, e não pela metade.

Toda a rodada será com os estádios cheios, como foram os jogos de ontem.

É isso que precisa ser discutido e cobrado da CBF.

Retomar a partida Botafogo x Athletico, que estava empatada em 1 a 1, com portões fechados não é a solução mais justa para o campeonato, mas principalmente para o líder Botafogo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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