Fluminense pode se frustrar contra o Boca pelo excesso de gols sofridos
Faltando pouco mais de uma semana para disputar a segunda final da Copa Libertadores da sua história, a situação do Fluminense é superpreocupante e delicada devido ao grande número de gols que tem sofrido nos últimos compromissos pelo Brasileirão.
Depois que eliminou o Inter e carimbou o passaporte para decidir em casa o título de melhor da América do Sul, diante do Boca Juniors, em 4 de novembro, no Maracanã, o Tricolor carioca entrou em campo quatro vezes pelo torneio nacional.
Neste período, o time de Fernando Diniz sofreu nove gols e anotou oito — muito graças aos cinco que fez ontem sobre o Goiás, visto que passou em branco em duas partidas (derrotas para o líder Botafogo e para o vice-líder Red Bull Bragantino). Antes, já havia levado 3 a 0 do Cuiabá, ou seja, 12 gols dos adversários em cinco jogos pelo Nacional, o que dá o saldo de -4.
Agora, a equipe das Laranjeiras tem a sétima pior defesa do Brasileirão, com 38 gols sofridos — apenas o Grêmio (42) figura acima do Flu na classificação, enquanto os demais brigam para não serem rebaixados à Série B.
Classificação e jogos
O excesso de gols sofridos começou na 25ª rodada do Brasileirão, quando foi amassado pelo Cuiabá (3x0), na Arena Pantanal. Na partida seguinte, voltou a ser derrotado pelo Botafogo (2 x 0). Pela 27ª rodada, terminou o primeiro tempo perdendo para o Corinthians por 3 a 1, no Maracanã, e conseguiu o empate (3x3) na etapa final.
Já no domingo passado, novo tropeço contra o Red Bull Bragantino (1x0), fora de casa. Ontem (25), em Volta Redonda-RJ, o Goiás, que tenta se afastar do Z4, abriu 2 a 0. Porém, o Fluminense virou e ganhou por 5 a 3.
A fase do Fluminense não é boa. Se começar perdendo por dois ou mais gols contra o Boca, será muito difícil, quase improvável, que consiga se recuperar na decisão.
Os entusiastas não estão analisando estes dados que mencionei.
No caso de Fernando Diniz é ainda pior, porque, no meio de tudo isso, a seleção brasileira ainda empatou com a Venezuela por 1 a 1 e perdeu para o Uruguai por 2 a 0. Até a final de 4 de novembro, o cenário precisa melhorar. É necessário arrumar essa defesa que está tomando gols demais. Antes, ainda terá dois jogos pelo Brasileiro, com Atlético-MG e Bahia (ambos fora de casa).
Muitos podem dizer: "Mas o Boca chegou à final da Libertadores sem vencer nenhum jogo nas fases de mata-mata e levou oito gols nos últimos quatro jogos pelos torneios argentinos".
O Boca Juniors tem sim um time tecnicamente mais fraco em comparação ao Fluminense, mas a camisa dos Xeneizes é pesadíssima quando se trata de finais de Libertadores — é o segundo maior campeão do torneio, com seis taças, uma a menos que o Independiente.
A equipe argentina treinada por Jorge Almirón ainda é catimbeira e conta com um grande goleiro pegador de pênaltis, o Sergio Romero, que foi decisivo diante do Palmeiras.
Se o Boca ficar à frente no placar, o Tricolor sofrerá muito para conseguir empatar ou virar o jogo. O excesso de entusiasmo não está compatível com a realidade.
Tenho certeza que internamente o ambiente está preocupante com esse número enorme de gols sofridos. A defesa está mal posicionada, a equipe está entrando nos jogos sem foco e sem a intensidade inicial.
Na final de 4 de novembro não poderá dar esses vacilos que vem acontecendo desde a 25ª rodada do Brasileiro, senão se frustrará novamente, assim como foi em 2008, contra a LDU.
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