Erros grosseiros da arbitragem podem interferir na luta contra rebaixamento
Que a atual arbitragem brasileira é medonha, todos nós sabemos há muito tempo. Mas existem lances que geram muitas dúvidas sobre a idoneidade desta comissão.
Vou pegar alguns lances absurdos que aconteceram nos jogos da noite de ontem (26): Santos 2 x 1 Coritiba e Vasco 1 x 2 Internacional, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, com alguns destes clubes lutando contra o rebaixamento à Série B.
Começando por um lance que não pode ser considerado somente um erro de arbitragem, porque no mundo todo, inclusive por aqui, a regra do impedimento é seguida da seguinte maneira: a jogada segue até ter a definição, aí o (a) auxiliar levanta a bandeira e, se for irregular, se anula ou se traçam as linhas do impedimento no VAR para decidir se foi ou alguma infração.
Só que na partida em São Januário, ainda no primeiro tempo, quando já estava 1 a 0 para o Colorado, Enner Valencia foi lançado num contra-ataque e partiria em velocidade em direção à meta vascaína, podendo ampliar a vantagem para os gaúchos. Foi quando a assistente Neuza Inês Back levantou a bandeira e o árbitro Luiz Flávio de Oliveira assinalou o impedimento do equatoriano, interrompendo a jogada.
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Erro gravíssimo?
Como se pode chamar de erro se em todos os torneios do mundo se espera a finalização do lance, sendo gol ou não no complemento da jogada? Só então que o VAR entra em ação para traçar as linhas para ter certeza da irregularidade e chama o árbitro.
Pior ainda foi a transmissão da TV do Premiere, que não achou estranho, tanto que nem passou o replay da jogada. Apenas Dodô (para mim, é o melhor ex-jogador que trabalha atualmente como comentarista) disse que achou que o atacante do Inter não estava impedido.
Ninguém levou a conversa adiante e nem chamaram o ex-juiz Paulo Cesar Oliveira, comentarista de arbitragem do Grupo Globo, para opinar. Mais estranho ainda é que o árbitro Lúcio Flávio de Oliveira, que comandava o jogo no Rio de Janeiro, é irmão de PC.
Trabalhei com o PC Oliveira. Ele é meu amigo, sei da sua honestidade, mas passaram por cima de uma situação no mínimo estranha nesta partida.
Se fosse ao contrário, com um atacante do Vasco saindo na cara do gol em São Januário lotado, será que a Neuza Back levantaria a bandeira e o árbitro apitaria antes da finalização da jogada?
Será que a TV não mostraria o replay e criticaria fortemente a arbitragem?
O "se" na vida não existe, mas não achei nada natural a marcação deste impedimento e nem o fato de a TV não mostrar o replay do lance.
Foi uma interferência grave da arbitragem no resultado do jogo, porque poderia beneficiar o Vasco, sendo de propósito ou não.
Mostram replay de tudo, mas por que não desta jogada?
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Quero receberJá o duelo na Vila Belmiro, que colocou frente a frente Santos e Coritiba, teve a marcação de um pênalti absurdo e de grosseria técnica do árbitro Wagner do Nascimento Magalhães.
Ele foi arrogante e prepotente ao marcar o pênalti do lateral santista Dodô, alegando que ele bloqueou a jogada com a mão.
Mas claramente a bola bateu na mão do jogador santista, que estava de costas para a jogada, sem bloquear nada voluntariamente. Ele nem sabia onde estava a bola.
Dodô tentou antecipar para cortar o lançamento na área do Peixe e não alcançou a bola. O movimento dos seus braços foi natural para pegar impulso e tentar bloquear a jogada de ataque do Coritiba com o peito.
De cara, o comentarista Serginho Xavier, que trabalhava na transmissão da partida, contestou a marcação, dizendo que ele iria voltar atrás e anular o pênalti. Mas isso não ocorreu. O Wagner foi até a cabine do VAR e, com teimosia e arrogância, manteve a marcação.
Neste mesmo lance, ele deu cartão amarelo para o volante Willian Farias. Ainda antes do intervalo, este mesmo atleta do Coxa entrou numa jogada em que nem encostou no meia santista Lucas Lima na frente da área. Porém, Wagner do Nascimento Magalhães marcou falta e expulsou Willian.
Foi nitidamente uma compensação pelo erro grotesco do pênalti.
Outra coisa, o primeiro gol do Santos foi marcado claramente de cabeça pelo zagueiro Joaquim, mas Wagner Magalhães colocou na súmula como gol contra de Matheus Bianqui.
É muita falta de competência?
Em tempos de apostas em cartões amarelos, vermelhos, laterais, pênaltis, escanteios... a arbitragem brasileira deixa muitas margens para desconfianças.
O péssimo trabalho da arbitragem pode interferir diretamente na luta contra o rebaixamento à Série B.
Muitos torcedores irão dizer que o seu time já foi prejudicado e que isso acontece com todos os clubes.
Verdade. Mas não dessa maneira tão grotesca e estranha como foi o impedimento de Enner Valencia, em São Januário, no pênalti do Dodô e na expulsão do Willian Farias, na Vila Belmiro.
Para finalizar, Wagner do Nascimento Magalhães deveria admitir todos os erros, pedir desculpas e ser afastado para reciclagem. Antes, no entanto, ele precisa alterar a súmula, pois o primeiro gol do Santos foi de cabeça de Joaquim.
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