Turnê dos Titãs nos deixa imaginar como seriam shows de Legião e Barão
Este ano aconteceu um fenômeno incrível no rock nacional: a turnê de 40 anos dos Titãs, uma das grandes bandas da história do país. O que mais marcou foi o grande público em todos os shows espalhados pelo país, em estádios lotados ou na Concha Acústica em Salvador, que é um lugar mágico.
Mas não foi só por aqui que esse fenômeno ocorreu, porque em Portugal e nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova York, também teve lugares lotados. E isso me fez pensar em outras bandas que talvez teriam o mesmo resultado se pudessem se reunir e fazer essa mesma estrada.
Se o Renato Russo não tivesse nos deixado tão cedo, em outubro de 1996, como seria uma turnê da Legião Urbana completa, girando pelo país, cantando os seus grandes clássicos e quantas outras letras o Renato iria escrever em todo esse tempo. Seria espetacular, assim como foram os Titãs, onde o público cantava e conhecia todas as músicas em quase três horas de show.
Outra banda que também seria espetacular assistir nos nossos dias seria o Barão Vermelho com o Cazuza, que também se foi precocemente em julho de 1990, mas deixou um legado incrível, sendo considerado um poeta do rock.
Eu adoro Barão, com o Frejat na guitarra e vocal, mas a minha viagem é assistir às bandas de rock do boom dos anos 80 com a turma original. Considero o Barão Vermelho uma grande banda de rock and roll, mesmo com uma linha Rolling Stones, que para nós, adolescentes daquela época, foi o máximo. Não tenho dúvidas de que o Barão também daria um forte impacto se pudessem se reunir para comemorar anos de existência com a turma original.
Da saudade daqueles caras fantásticos do nosso rock que se foram cedo, que eram imprescindíveis para o movimento e principalmente para a banda que faziam parte. Tem uma banda que eu gostava muito desde quando vi no MPB Shell 1981, festival organizado pela TV Globo, interpretando a música "Perdidos na Selva". A Gang 90 & Absurdetes foi uma banda de rock new wave que achava incrível, e essa banda tinha um cara genial e responsável pela fundação da Gang 90 em 1980.
Estou falando de Júlio Barroso, que foi jornalista, compositor, escritor e cantor. A banda tinha vocais femininos geniais que lembravam muito a B'52, o que era incrível para o rock brasileiro. Júlio Barroso faleceu de uma forma polêmica há quase 40 anos, quando caiu da varanda do seu apartamento aqui em São Paulo, em 6 de julho de 1984. Foi com a Gang 90 & Absurdetes e com a Blitz que o movimento do rock brasileiro deu sinal de que iria explodir no começo da década de 80.
Não sei se lotaria grandes lugares porque não tenho noção disso, mas não tenho nenhuma dúvida de que eu estaria lá para ver a banda tocar ao vivo clássicos como "Telefone", "Nosso Louco Amor" e tantas outras.
Como esses caras geniais que se foram estariam hoje dentro do nosso cenário musical? Não tenho ideia, mas tenho certeza de que esses encontros aconteceriam depois do fenômeno Titãs.
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