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Dorival na seleção, grana no Timão e Everton no Bahia me fazem refletir

Três notícias do futebol brasileiro que ocorreram neste final de semana me chamaram bastante a atenção.

Vou começar falando sobre a grande possibilidade de Dorival Jr aceitar assumir o cargo de treinador da seleção brasileira, com a CBF pagando a multa milionária ao São Paulo.

A Confederação Brasileira de Futebol não transmite a mínima confiança no que diz e faz.

A entidade está totalmente desorganizada e tem cometido erros atrás de erros, colocando a nossa seleção, que não passa por uma boa fase, em risco. Tudo isso contribuí para a falta de respeito pela nossa camisa vitoriosa.

Foi completamente incompetente na escolha do treinador que substituiria Tite, que havia anunciado que deixaria o cargo após a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.

Naquele momento, já deveria ter fechado com o Dorival, que tinha acabado de conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores no comando do Flamengo.

As escolhas de Ramon Menezes (seleção ol[impica) e, em seguida, de Fernando Diniz, enquanto aguardavam a definição do italiano Carlo Ancelotti, foram péssimas.

Ednaldo Rodrigues conseguiu dispensar dois treinadores interinos à frente da seleção principal em um ano. Também errou no modo como resolveu dispensar Fernando Diniz, porque faltou respeito ao profissional.

Não acho que o Diniz tenha experiencia suficiente e nem rodagem para dirigir a seleção brasileira, especialmente neste péssimo momento que atravessamos.

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E essa conversa de que o Diniz pensa mais que "simplesmente vencer" é incompatível com o esporte.

O futebol é competição. E quem concorda com uma coisa dessas é porque nunca competiu esportivamente.

O atleta de qualquer modalidade é treinado e preparado para competir e vencer, ponto!

Jogar bem e ganhar é maravilhoso, mas perder é uma enorme frustração para todos.

O modo como Diniz gosta de jogar necessita de treino diário, e na seleção isso infelizmente não existe.

Ouvir o Diniz dizer que se preocupa em criar homens e concordar com essa afirmação é omitir o que ele fez com o volante Tchê Tchê, nos tempos de São Paulo, e com tantos outros jogadores que treinou.

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Já o Dorival é diferente, pois sempre se mostrou emocionalmente equilibrado e tratou os jogadores com respeito e educação, principalmente durante uma partida transmitida ao vivo.

O seu esquema de jogo é muito bom e mais simples de entender, não requerendo a necessidade de treinos exaustivos para que o jogador aplique o seu método.

Se eu fosse o Dorival Jr, colocaria no contrato um item que confirmasse que seria o treinador na Copa do Mundo de 2026 e uma multa gigante caso se torne mais uma vítima da desorganização e incompetência da CBF.

Outro destaque foi a chegada de Everton Ribeiro no Esporte Clube Bahia, sendo uma contratação importantíssima.

O Tricolor baiano venceu a concorrência de grandes clubes do Sudeste e Sul do país.

Everton esteve com toda a sua família na primeira entrevista coletiva que concedeu no novo clube. Mas o grande destaque não foi o jogador, e sim o seu filho Totói, que cantou o primeiro verso do hino do Flamengo.

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O menino soltou "Uma vez Flamengo, sempre Flamengo" e arrancou diversas gargalhadas de todos, sem qualquer constrangimento, pois é impossível olhar para Everton e não lembrar do momento mais vitorioso do clube da Gávea, já que ele esteve em todos desde 2019.

O Bahia faz parte do Grupo City e conseguiu resistir e permanecer na Série A. Agora está chegando o momento de começar a montar um grande time para um clube com uma enorme torcida.

A terceira situação que me chamou muito a atenção foi o Corinthians ter fechado o maior patrocínio master para a sua camisa.

São incríveis R$ 360 milhões por três anos, divididos em 120 milhões por temporada.

Esse acordo é uma verdade. É assim que se deve trabalhar para não iludir o fiel torcedor corintiano.

Agora vamos ver de que forma esse dinheiro será utilizado.

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O torcedor deseja ver a diretoria montando um grande time e tem total razão.

Por outro lado, o clube tem dívidas que acumulam cerca de R$ 800 milhões que precisava urgentemente ser diminuída.

Não só porque quem deve tem que pagar, mas para acabar com a fama de mau pagador, algo que atrapalha qualquer negociação.

Dito tudo isso, faço as seguintes indagações:

Será que Dorival Jr conseguirá recuperar o respeito pela camisa "amarelinha" do saudoso Zagallo?

Everton Ribeiro fará o Bahia dar um salto de qualidade técnica já neste ano?

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A gestão de Augusto Melo saberá administrar esse dinheiro da melhor maneira possível?

O que acham que poderá acontecer de verdade?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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