Firme e sincera, Leila dispensa 'reforços de impacto' e não foge de nada
Nesse dia especial em que São Paulo completa 470 anos, entrei no ar no meu canal com a conversa que tive com a "presidenta" da Sociedade Esportiva Palmeiras, a Sra. Leila Pereira. Escrevi ontem um texto dando uma visão geral da conversa, enfocando mais no carinho e na atenção que recebi no CT do clube, mas hoje vou me aprofundar mais no papo em si.
Quero começar explicando por que senti uma certa tensão e um friozinho na barriga. Não foi porque estava dentro do CT do Palmeiras sendo corintiano e ter jogado diversas vezes contra esse incrível rival, mas sim por estar diante de uma mulher de personalidade forte, empoderada, e eu, como homem, mesmo sendo totalmente a favor da luta pelos direitos das mulheres, me senti um pouco intimidado nos primeiros minutos na presença dela.
Deixar claro as nossas fragilidades não é fácil, mas é necessário para a evolução, e como já demonstrei várias vezes onde me sinto vulnerável, não tenho problema em reconhecer o poder de uma mulher. Passando por tudo isso, a conversa foi muito tranquila, mesmo abordando os temas mais polêmicos.
A Sra. Leila, na minha visão, foi super sincera e verdadeira, demonstrando estar à vontade e segura ao falar comigo. Isso me deixou à vontade e não tive nenhum problema em falar sobre todos os temas.
Gostei muito de saber como funcionam as contratações no Palmeiras. Como torcedor, gosto muito de contratações de impacto, em todos os times. Adorei ver o Gerson, Pedro Rocha e Toninho Guerreiro no São Paulo, Edu, Leivinha, Jorge Mendonça no Palmeiras, Cejas, Marinho Peres e Ailton Lira no Santos, e no Corinthians, vibrei muito com a chegada do Natal, Samarone, Roberto Miranda, Palhinha e, obviamente, do Magrão. Perguntei a ela sobre esse meu gosto que é também uma cobrança de alguns torcedores do Palmeiras.
Ela foi muito sincera ao dizer que não iria criar essa expectativa. Além de dizer que não entra em leilão, e que o Palmeiras só gasta o que pode, ela explicou que as contratações são pontuais, como gosta o Abel Ferreira.
Senti-me à vontade para perguntar sobre o possível conflito de interesses, e a Leila respondeu tranquilamente, sem deixar de mencionar que em breve terá que decidir entre suas empresas e o Palmeiras, e que isso ainda não aconteceu em nenhum momento. Ela falou que o contrato de patrocínio da Crefisa e da FAM termina no fim deste ano e será aberta uma concorrência pela camisa do Palmeiras, com todos os valores sendo divulgados para a imprensa e os torcedores.
Curti muito falar com ela sobre a adolescência dela, de como chegou a torcer pelo Palmeiras, pois tive o interesse de conhecê-la melhor e fazer com que as pessoas também tivessem esse conhecimento sobre ela. Ela também falou sobre mim e me emocionou ao dizer que me admira por ser verdadeiro e imparcial.
Logo no início, dei um presente para ela, que foi a equipe do Palmeiras de 1972 em jogo de botão. Eu coleciono grandes times do passado em jogos de botão, por exemplo: Santos de 1973, Portuguesa de 1973, Botafogo de 1968, Corinthians de 1971, Holanda de 1974, Cruzeiro de 1966, São Paulo misturado de 1971/1975, e resolvi dar de presente o do Palmeiras para ela.
No final, quando passei a bola para ela na brincadeira do "virando o jogo", onde deixo o convidado me fazer quantas perguntas quiser num primeiro momento, a Sra. Leila foi pega de surpresa, mas logo fez as suas perguntas da forma que ela é, ou seja, direta, incisiva e contundente. Quando se tem uma conversa verdadeira com qualquer pessoa, por mais difícil que seja o tema, tudo acontece naturalmente. Quando a pessoa se enrola, é porque algo não é verdade, e isso não aconteceu em nenhum momento na nossa troca de ideias. Pretendo fazer o mesmo tipo de conversa com os outros presidentes dos grandes clubes de São Paulo durante o Campeonato Paulista, mas quando chegar o Brasileiro, vou tentar fazer isso com todos os presidentes da Série A.
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