Outro título para as meninas do Corinthians, mas o show foi de Byanca

Em seu lugar, entrou Lucas Piccinato, que estava fazendo um ótimo trabalho no Internacional para dar continuidade a esse time vencedor.

E neste início de temporada, o Corinthians manteve o ritmo tradicional desta equipe.

Este é o segredo de um grande treinador. O cara assumiu um time super campeão e que o seu treinador só saiu para dirigir a seleção brasileira.

Claro que o Lucas coloca algo do seu no trabalho, mas dá sequência ao que vinha sendo feito por Arthur da melhor maneira possível.

O Corinthians é um time que tem como ponto forte o futebol coletivo, tanto que várias jogadoras já fazem gols e decidem jogos.

Assisti ao jogo pelo SportTV, porque adoro a narração da Natália Lara e os comentários da Renata Mendonça e do ex-jogador Dodô.

Aliás, acho disparado o Dodô o melhor ex-jogador que atua como comentarista. Usa uma linguagem fácil para todos entenderem, com termos tradicionais do futebol. Sabe muito bem o limite do comentário sério e do bem-humorado, por isso curto muito assistir aos jogos com ele comentando.

Outra coisa que destaco há muito tempo é o potencial incrível que tem Gabi Portilho. Neste jogo de hoje (18), o Dodô também cansou de elogiar a atacante corintiana.

Critiquei muito a convocação de Pia Sundhage para a Copa do Mundo feminina de 2023 por ter deixado Gabi Portilho fora da lista.

Nesta final da Supercopa, a Gabi foi novamente o grande destaque individual deste time que tem como maior qualidade o forte coletivo. Ela dá aquele algo a mais com o seu jogo fácil, hábil e técnico.

Claro que existem mais jogadoras de classe, como a Gabi Zanotti. Ela tem criatividade, visão de jogo e inteligência futebolística. É uma verdadeira representante da camisa 10 do Corinthians.

Voltando a falar de Gabi Portilho, como bem destacou o Dodô, ela foi a válvula de escape do time que sempre, quando está apertado, manda a bola longa para ela na ponta direita.

Ela dominava e saía em velocidade. Quando possível, partia para o fundo ou direto para o gol. Às vezes, arrancava e se via sozinha, freava e recomeçava a jogada.

Outra jogadora de quem sou muito fã é a camisa 9, a centroavante Jennifer. Ela entrou no final do segundo tempo, mas deu para perceber na reação da torcida que não sou o único fã dessa jogadora.

Gostei muito do time do Cruzeiro também, que é dirigido pelo ótimo treinador Jonas Urias. A equipe mineira é muito bem armada e organizada, e com uma jogadora espetacular: a camisa 10 Byanca Brasil.

Que jogadora incrível, com muita técnica e habilidade, muito acima da média. Movimenta-se por todos os lados do campo e parte para cima quando está no um contra um, com muita confiança e segurança do que vai fazer na jogada.

Byanca Brasil mostrou todas essas qualidades numa jogada aos 41 minutos do segundo tempo, fazendo um golaço de craque mesmo. Só que o gol foi anulado porque ela levou vantagem com a bola batendo no seu cotovelo.

É a regra do jogo dizendo que a bola não pode tocar na mão ou no braço do atacante, que será falta.

Não valeu o gol, mas valeu toda a jogada da Byanca Brasil.

Ela não é só uma jogadora espetacular, mas também uma ótima cabeça dentro do nosso esporte, visto a entrevista que concedeu após a partida.

Destacou a oportunidade do Cruzeiro jogar uma final transmitida pela TV Globo, o que nem sempre acontece.

Elogiou muito o projeto do Cruzeiro e o apoio que Ronaldo Fenômeno está dando para o futebol feminino do clube.

E o mais importante foi que Byanca Brasil não gastou um só segundo para reclamar da arbitragem, dizendo que o projeto é muito maior do que a anulação de um gol, sem esquecer de elogiar a torcida presente e expressar esperança de que um dia a torcida cruzeirense fará o mesmo.

O Corinthians foi tricampeão da Supercopa, vencendo o Cruzeiro por 1 a 0, com um gol de falta marcado por Duda Sampaio, e começou muito bem a temporada de 2024.

Ainda quero destacar o comando do departamento de futebol feminino destes dois clubes. O Corinthians tem no comando a Cris Gambaré, enquanto o Cruzeiro conta com a Kin Saito. Isso explica muito o sucesso de organização destas equipes, pois são duas mulheres muito competentes, inteligentes e que conhecem muito de futebol.