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Sra. Rosa Parks representa a força das mulheres nesse dia que é só delas

Nesta sexta-feira, 8 de março, seria um dia como todos os outros se não fosse comemorado o Dia Internacional das Mulheres.

A origem desse dia vem da classe operária, apesar de muitas pessoas considerarem apenas como uma data em homenagem às mulheres. Mas, diferentemente de outras datas comemorativas, ela não foi criada pelo comércio, pois tem raízes mais profundas.

Hoje estão acontecendo manifestações pelas mulheres no mundo todo e as reivindicações são simplesmente para conseguirem viver em paz. Contra o assédio moral e sexual, contra o feminicídio, contra a violência sexual (estupro), ou seja, elas só querem viver e não sobreviver.

Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional das Mulheres é comemorado desde o início do século 20, surgindo através da coragem e da luta dessas mulheres.

Essa data sempre representará a reivindicação de igualdade de gênero que teve início com a luta das mulheres que trabalhavam nas fábricas nos Estados Unidos e na Europa.

Se fosse feita uma linha do tempo dos primeiros "dias das mulheres" que surgiram no mundo, ela começaria possivelmente como uma grande passeata realizada por elas em 26 de fevereiro de 1909 em Nova York.

Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia Internacional das Mulheres.

São duas, entre tantas, manifestações que foram acontecendo através dos tempos para que esse dia seja importante não só para as mulheres, mas para a humanidade.

Foram tantas as mulheres que participaram de passeatas, manifestações coletivas ou solitárias com reivindicações de todos os tipos, mas vou destacar uma mulher que escolhi entre tantas que já existiram e existem na nossa história para representar todas as mulheres neste dia.

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Vou falar sobre a Sra. Rosa Louise MacCauley, que nasceu em 4 de fevereiro de 1913 em Tuskegee e faleceu em Detroit em 24 de outubro de 2005.

Com seu nome, talvez a maioria das pessoas não saiba de quem estou falando, mas como Rosa Parks, que ficou para a história da luta contra a segregação racial americana, todos saberão quem foi ela.

Quando, no dia 1º de dezembro de 1955, ela se recusou frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus para um homem branco.

Seu ato foi o estopim do movimento que foi denominado "Boicote aos ônibus de Montgomery" e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista.

Rosa Parks se tornou um ícone porque suportou todas as retaliações e perseguições que sofreu por grande parte da sua vida.

Quando faleceu, no dia 1º de dezembro de 2005, o seu corpo foi velado com honras da Guarda Nacional do estado do Michigan, com a presença de autoridades e antigas lideranças dos movimentos civis.

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Peguei a história da Sra. Rosa para representar as mulheres, porque realmente a sua luta para viver abrange todas as reivindicações das mulheres até hoje, principalmente a mulher preta.

Ela deu o pontapé inicial para todas as mulheres daquela época e as que vieram depois, até hoje, levantarem a cabeça e criarem coragem de lutar pelos seus direitos.

Se em 8 de março de 2024 as mulheres estão saindo nas ruas pelo mundo inteiro lutando pelos seus direitos de viver, principalmente pela própria segurança, imaginem o tamanho da atitude que Sra. Rosa Louise MacCauley tomou em 1955.

Tenho o privilégio de conhecer, conviver e ter convivido com mulheres incríveis pela personalidade, inteligência, cultura, força, principalmente pelas atitudes que tomam.

A mulher continua sendo "caçada" nas ruas, nas festas, nos bares, nos bailes, mas também dentro de casa, onde deveria se sentir minimamente segura.

Dona Zilda (minha mãe), Zildinha e Zenaide (minhas irmãs) foram as primeiras mulheres poderosas que conheci e que me ensinaram todos os meus princípios e valores relacionados à relação com as mulheres na minha vida.

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Com a Sra. Rosa Parks como referência, dou os meus parabéns para todas as mulheres brasileiras.

Independentemente da cor da pele, classe social, profissão ou lado político, as dificuldades das mulheres são as mesmas em um mundo altamente dominado por homens.

Salve a força feminina!

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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