Leila faz o que ninguém da CBF fez: falar sobre os crimes de estupro
Precisou de uma mulher como a Leila Pereira, presidente de um grande clube como o Palmeiras, ser a chefe da delegação da seleção brasileira nos dois amistosos com Inglaterra e Espanha para algum dirigente se manifestar sobre os casos de estupro de Daniel Alves e Robinho. Em entrevista ao UOL, ela considerou um "tapa na cara" os dois casos.
Nenhuma federação falou nada, nem presidentes de clubes, treinadores, jogadores e muito menos a CBF teve a capacidade de se posicionar sobre isso, sendo que os jogadores estupradores jogaram Copas do Mundo com a camisa da seleção brasileira.
Mas a Leila Pereira não faz parte de nenhum código do silêncio e muito menos do corporativismo que existe entre os homens do futebol.
Coloco a Leila como uma das melhores dirigentes do futebol brasileiro, se não for a melhor, porque não se omite e se coloca em todas as reuniões de presidentes para decidirem qualquer coisa relacionada ao Campeonato Brasileiro.
Tive o prazer de entrevistá-la no CT do Palmeiras e ali percebi que ela era muito mais do que eu imaginava.
Uma mulher não poderia mesmo se calar diante dessas barbáries que esses caras, Robinho e Daniel Alves, cometeram de forma covarde e nojenta, e que o futebol brasileiro permanece calado.
A CBF e seus dirigentes fingem que não está acontecendo nada, e isso é uma vergonha. Pelo menos uma nota de repúdio contra o estupro e condenando os crimes que os dois ex-jogadores da seleção brasileira cometeram seria o mínimo.
Será que a CBF tem orgulho desses jogadores mesmo sendo criminosos sexuais?
Mas o importante mesmo é que a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, está dando uma aula de conduta para os homens do nosso futebol.
Eu sei que muita gente tem restrições às atividades profissionais da Leila, mas sei também que essas restrições partem, para muitos, de forma machista. Porque não admitem uma mulher poderosa, independente, com personalidade e batendo de frente com eles.
Não acho a Leila Pereira perfeita, longe disso, mas tenho uma admiração muito grande por não fazer parte desse sistema do futebol brasileiro.
Quando será que a CBF conseguirá entender que não pode se alienar do que acontece ao seu redor?
Portanto, a Leila Pereira representou muito bem a CBF, mesmo que momentaneamente, se posicionando sobre os casos Robinho e Daniel Alves.
Também foi a única dirigente a fazer isso, sendo que todos os homens dirigentes ficaram e estão calados até agora.
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