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Super Zé e Biro-Biro, aniversariantes com a cara do Corinthians

Sábado (18/5) também é dia de homenagear dois caras que, para mim, representam muito mais do que companheiros de um momento incrível do Corinthians.

Zé Maria (Super Zé) completa 75 anos e Biro-Biro faz 65 anos no dia de hoje.

Vou descrever como eu os vejo e o que cada um representa para mim.

Vou começar com o mais jovem, que vi chegar no Corinthians em 1978, contratado pelo presidente Vicente Matheus, vindo do Sport Clube do Recife.

Eu era juvenil e comecei logo a treinar com os profissionais. Lembro-me bem que o Biro foi ironizado por causa de seu apelido, pois ninguém o conhecia realmente.

Biro-Biro levanta taça do Campeonato Paulista de 1988
Biro-Biro levanta taça do Campeonato Paulista de 1988 Imagem: Sérgio Tomisaki/Folhapress

Naquela época, não existia internet, celular, redes sociais e TV a cabo. Era praticamente impossível conhecer bem jogadores de outros Estados.

A gente só via esses caras no Campeonato Brasileiro mesmo e quando faziam gols que no domingo à noite passavam no Fantástico. Por isso, os mais conhecidos eram os atacantes.

O Biro chegou tímido, falava pouco e baixinho, e foi entrando aos poucos. Muito rapidamente começou a se tornar uma peça importante no elenco.

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Ele conquistou o torcedor corintiano e a imprensa paulista por causa da sua raça, pelo seu modo de jogar, pois jogava em todas as posições do meio-campo e também nas pontas, fazendo o quarto homem desse meio.

Foi campeão em 1979 e eu estava no Morumbi em 30/1/1980, quando o Corinthians e o Palmeiras jogaram a segunda partida da semifinal com o empate favorável ao time do Parque Antártica, na época treinado pelo mestre Telê Santana.

Fui com mais cinco amigos da Penha até o Morumbi num Fusca.

Decidimos ir em cima da hora e partimos para o jogo.

Eu, Mané (Funileiro), Marinho, Magrão (único palmeirense), Tambor e Guaraná.

Chegamos quando estava terminando o primeiro tempo e o estádio estava lotado, com um monte de gente querendo entrar. Por fim, entramos cada um do seu jeito.

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No final do segundo tempo, numa confusão na área, o Biro chutou meio de canela e a bola entrou lentamente. Vencemos por 1 a 0, indo para a final com a Ponte Preta.

Ainda jovem, fui ao seu casamento junto com os meus amigos, que subiram para treinar nos profissionais junto comigo.

Mas claro que ficamos muito próximos a partir de 1982, na época da democracia corintiana, quando fomos bicampeões 82/83.

Já o Zé Maria, para mim, é o cara que mais representa o Corinthians.

Ao pensar no clube, logo me vem a imagem do Super Zé com a camisa branca cheia de sangue na final de 1979.

Acompanhei, quando garoto, toda a trajetória do Zé, desde que foi contratado pela Portuguesa de Desportos.

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Jogou por 12 anos no Timão, sobrevivendo à derrota para o Palmeiras em 1974, porque a sua raça empolgava todos os corintianos.

Um cara indiscutível na história do clube e foi compensado com toda justiça com os títulos de 1977/79/82/83.

Se tem alguém que eu respeito até hoje, não só como jogador de futebol, esse cara é o Zé Maria.

Eu brincava com todos no vestiário, colocava apelidos, mas se o Zé falasse algo, eu parava na hora.

Uma liderança nata, sendo um cara super legal, educado, gentil e como jogador um exemplo de verdade.

Seriedade, comprometimento, foco e raça. Por tudo isso, para mim, Corinthians e Zé Maria formaram uma simbiose mágica.

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Tricampeão do mundo no México, em 1970, titular da Copa em 1974, na Alemanha, e só não foi para 1978, na Argentina, porque teve uma distensão muscular pouco antes da lista final.

Quero parabenizar os meus amigos, os meus companheiros de Corinthians.

Super Zé e Biro-Biro, tenho muito orgulho de ter jogado com vocês.

Foi uma honra ter dividido um vestiário, vitórias incríveis, derrotas doloridas ao lado de dois caras incríveis.

Meus parabéns, amigos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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