Corinthians e Flamengo vencem com personagens opostos: Paulinho e Gabriel
Corinthians fez sua melhor partida do ano e passa para a próxima fase da Copa Sul-Americana, atropelando o Racing (URU) por 3 x 0. Um pouco mais tarde, o Flamengo, num Maracanã lotado, fez o mesmo 3 x 0, dominando por completo o Milionários (COL), porém se classificando em segundo do seu grupo da Libertadores, deixando de cabelos em pé aqueles que passaram como líderes dos outros grupos. Os dois times brasileiros jogaram muito bem, mas vou destacar dois personagens de cada time.
Vou começar com o Corinthians, que entrou com um meio-campo bem interessante, com dois volantes que marcam e saem para o jogo (Raniel e Breno), e com dois meias de movimentação, criatividade e bom passe (Garro e Coronado), que revezavam o espaço deixado livre pela direita, além de muita movimentação. Para mim, o time de Antônio Oliveira fez a sua melhor partida do ano e com Garro e Coronado comandando todas as jogadas ofensivas.
O jogo estava complicado até o zagueiro fazer uma falta infantil no Yuri Alberto, quase no bico da grande área do lado direito. Demorou uma eternidade para a cobrança da falta e, quando o árbitro apitou, o camisa 10 Rodrigo Garro fez um golaço. Uma batida de quem sabia exatamente o que queria fazer, e a bola foi no lugar que ele pensou em bater. Sem chance, fazendo 1 x 0.
Depois disso, o Corinthians tomou conta do jogo após um início confuso defensivamente. Fora isso, Garro também liderou a dinâmica de jogo, com viradas de bola, toques curtos, tabelas, enfim, fez uma grande partida.
Outra coisa: mesmo nas outras partidas que o time jogou muito mal, ele em nenhum momento se escondeu do jogo, sempre estava tentando algo para ajudar a equipe tecnicamente. Já o Igor Coronado, que até agora havia ficado mais no departamento médico do que em campo, fez o seu grande jogo com a camisa corintiana. Com passes verticais precisos, clareou bem as jogadas quando o jogo embolava e encontrava o Wesley aberto lá do outro lado, fazendo viradas de bola interessantíssimas. Mas o auge foi mesmo o golaço que fez no segundo tempo, partindo em dribles em diagonal do lado esquerdo para o direito e batendo firme para fazer o terceiro gol (o segundo foi do Yuri Alberto) e acabar com qualquer chance do adversário. Os dois fizeram uma partidaça de verdade e me parece que o António Oliveira está encontrando um esquema favorável para as características dos seus jogadores no elenco.
Para finalizar, quero destacar a despedida do volante Paulinho, que era o último remanescente da geração campeã da Libertadores e Mundial de 2012. Foi protagonista direto desses títulos, quando além de estar em grande fase naquele momento, fez o gol da vitória contra o Vasco, que levou o Corinthians para a semifinal contra o Santos. Nesse mesmo jogo, o penúltimo a sair, que foi o goleiro Cássio, já havia feito milagre no chute de Diego Souza, cara a cara. Coincidência ou não, os dois saíram em menos de um mês. Parabéns ao Paulinho, sem dúvida alguma irá figurar na lista dos ídolos eternos do Corinthians com muita justiça.
Pedro brilha no Flamengo
Lá no Maracanã, eu destaco o camisa 9 rubro-negro, Pedro, que para mim é o grande centroavante brasileiro. Tem tranquilidade para marcar gols, finaliza de direita e esquerda, é um exímio cabeceador e com muita presença de área. Fez dois gols, sendo o primeiro de centroavante esperto e focado no jogo, com a bola atrasada curta para o goleiro. Só ele acreditou na jogada e foi lá e "só não entrou de bola e tudo porque teve humildade".
E o segundo foi um gol de quem não se assusta quando frente a frente com o goleiro, além de mostrar um senso de posicionamento incrível. Viña achou o Pedro no tempo certo de seu passe e da movimentação do atacante, que só deu um tapa deslocando o goleiro. Pedro, Endrick e Vitor Roque são centroavantes para a seleção brasileira tranquilamente e com características diferentes.
Meu outro destaque foi indiferente dentro do Maracanã nessa noite de terça-feira (28). Gabriel, e seu novo número (99), ficou no banco o jogo todo, ninguém percebeu a sua presença, quieto, cara de taxo e bem deslocado. A cara dele era de quem não queria estar ali naquela situação. O problema é que o excesso de vaidade causa estragos e cria situações constrangedoras. Não tenho a mínima ideia de qual é a sua intenção, mas nesse jogo específico foi uma figura nula dentro do estádio.
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