River Plate será a maior 'pedra no sapato' dos brasileiros na Libertadores
Na próxima segunda-feira (3), às 13h (de Brasília), acontecerá o sorteio para as oitavas de final das Copas Libertadores e Sul-Americana. Mas vou falar sobre a Libertadores, porque o sorteio pode colocar confrontos brasileiros não esperados antes do início da competição.
Vamos imaginar a possibilidade de o Grêmio ficar em segundo do seu grupo, apesar de que sei que o time do Renato, vencendo as duas, ficará em primeiro lugar. No pote 1, já estão São Paulo, Fluminense, Palmeiras e Atlético MG. No pote 2, Flamengo, Botafogo e possivelmente o Grêmio. Tirando o Botafogo, todos os outros entraram na competição fazendo parte dos favoritos.
Eu acredito que pelo menos dois confrontos entre brasileiros têm grande chance de acontecer mesmo, e aí sim a Libertadores começa de verdade. Porque, na minha opinião, a primeira fase é muito fraca. Na América do Sul, não existem tantos times de alto nível para jogarem o torneio mais importante do continente.
Se realmente acontecerem esses confrontos, os brasileiros se eliminarão e abrirão as portas para o único rival capaz de chegar ao título sem que seja um dos nossos. Tem muitas coisas favoráveis ao grande River Plate, começando pelo local da final, que acontecerá no Monumental de Núñez, seu estádio, todo reformado, em Buenos Aires.
Outro fator favorável, que com a colaboração do Palmeiras aconteceu, é que o time argentino terminou a primeira fase como líder geral, portanto decidirá as classificações em casa até o fim. Por que colaboração do Palmeiras? Simples. Era só o time de Abel Ferreira vencer o San Lorenzo no Allianz Parque na noite desta quinta-feira (30) para ter essa vantagem, mas não teve competência para isso e deixou de mãos beijadas esse privilégio ao River Plate.
Eu acho Flamengo, Atlético MG e Palmeiras melhores que o River, mas com a vantagem de decidir em casa, coloca esses possíveis confrontos em igualdade de condições. Para eliminar o River, precisarão fazer como fez o Fluminense em 2023, ou seja, golear em casa e ir jogar em Buenos Aires com a faca e o queijo nas mãos. Historicamente, os times argentinos, na dúvida, sempre foram favorecidos direta ou indiretamente pela arbitragem da Conmebol, e com a final no Monumental de Núñez, será que engolirão uma final com dois times brasileiros?
Será que a Conmebol assistirá tranquilamente a uma possível eliminação do River Plate? Desde 2019, só brasileiros vencem a Libertadores, com dois títulos do Flamengo (2019 e 2022) e do Palmeiras (2020 e 2021), e com o Fluminense vencendo em 2023. Duas dessas finais foram no Maracanã: Palmeiras 1 x 0 Santos em 2020 e Fluminense 2 x 1 Boca Juniors (prorrogação) em 2023. Em 2019, o Flamengo deu uma virada histórica no próprio River em Lima, vencendo por 2 x 1.
Então, com todo esse histórico de brasileiros deitando e rolando nos últimos cinco anos, inclusive em cima dos dois maiores times argentinos, aconselho os dirigentes brasileiros a ficarem bem espertos nos bastidores. Não estou inventando nada e nem fazendo acusações indevidas, mas chamando a atenção para fatos que sempre aconteceram por aqui.
Um exemplo escandaloso, entre tantos, foi o "roubo" absurdo em 15 de maio de 2013, quando o ex-árbitro paraguaio Carlos Amarilla simplesmente derrubou o Corinthians em pleno Pacaembu, favorecendo o Boca Juniors. Em 2015, foram divulgadas escutas telefônicas que indicam que Amarilla teria realmente beneficiado o Boca deliberadamente, num esquema com o então presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Julio Grondona.
Times brasileiros, fiquem espertos, porque na Libertadores tudo pode acontecer, até mesmo com o VAR, porque é só o árbitro errar e não ir olhar o monitor. O River é um dos grandes clubes do futebol mundial, sem dúvida alguma. Sou fã desse clube porque tenho um amigo que foi um dos maiores ídolos desse clube, o uruguaio Enzo Francescoli. Não tenho motivo algum para desconfiar de seus dirigentes, mas estou relatando fatos reais da história do futebol sul-americano.
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