Arthur Jorge engoliu taticamente Fernando Diniz
Fazia muito tempo que eu não via um time massacrar tanto o outro como o Botafogo fez com o Fluminense na vitória por 1 a 0 pelo Brasileirão.
No primeiro tempo, praticamente só o time do Arthur Jorge jogou e agrediu, deixando a equipe de Fernando Diniz totalmente acuada lá atrás, sem achar espaço para sair tocando, pois o Botafogo marcou a saída de bola com muita agressividade.
O Botafogo cansou de perder gols aproveitando a lentidão e o péssimo modo de marcar do Fluminense. Parecia um time profissional de Série A e o outro um time de divisão bem inferior. O Fluminense só consegui um ataque com uma cabeçada do Marquinhos, e mais nada.
Júnior Santos ganhava todas na força e velocidade, Luís Henrique com sua técnica e inteligência futebolística fazia a diferença com a bola nos pés, e Tchê Tchê dominava o meio de campo com ótimos passes e muita movimentação, deixando os jogadores do Tricolor sem saber quem marcar.
A diferença nesse setor é a dinâmica e o ritmo que o Botafogo colocou, ficando claro que Martinelli e Lima estavam se matando para marcar, porque ficou evidente a grande dificuldade de Ganso em jogar em sintonia alta.
Achei que o Fluminense voltaria melhor, mais organizado e que conseguiria equilibrar a partida, mas que nada, o Tricolor continuou perdidinho em campo. A intensidade do jogo que Arthur Jorge fez a sua equipe colocar não deixou em nenhum momento o Flu entrar na partida.
Marlon e Manoel foram lentos para marcarem Júnior Santos com sua enorme velocidade e força física. O Botafogo foi melhor em tudo nessa partida, principalmente taticamente.
Arthur Jorge mostrou um arsenal de jogadas ensaiadas de bolas paradas entre faltas e escanteios. Enquanto Fernando Diniz não mostra nada de novo desde o começo do ano, e a cada partida fica mais claro que ele é um treinador de um esquema só.
Seus times jogam sempre da mesma maneira, e isso faz os adversários saberem como enfrentá-lo. Nenhuma jogada diferente, a bola parada é a mesma de sempre e quando o adversário marca a saída de bola, o Fluminense fica perdidinho.
Escapou de tomar uma goleada histórica porque Júnior Santos, nesse jogo, cansou de perder gols mesmo jogando muito bem. Fazia tudo certo, mas errava na finalização.
E como falei das jogadas perigosas de bola parada do Botafogo, foi assim que o time chegou ao gol num dos inúmeros escanteios que teve com uma perfeita cabeçada do ótimo zagueiro angolano Bastos, sem chance de reação para o goleiro Fábio, que foi o melhor de seu time.
Na reta final da partida foi aquele desespero, com Diniz enchendo seu time de atacantes, como se isso, na prática, fosse uma solução ideal para ter mais agressividade.
O Nilton Santos estava lotado com um espetáculo incrível da sua torcida. A forma alucinante que o time jogou incendiou os torcedores que acompanharam a intensidade do Botafogo.
Foi uma vitória merecidíssima, porque só o time de Arthur Jorge jogou e dominou o Fluminense completamente sem dar a mínima chance de reação. No confronto entre os treinadores, Arthur Jorge deixou Fernando Diniz completamente perdido, sem saber o que fazer, deixando explicito toda a fragilidade e previsibilidade do Fluminense.
Vou destacar alguns nomes que jogaram demais, começando por Tchê Tchê, que dominou o meio-campo, deixando Martinelli e Lima sobrecarregados, já que Ganso está lentíssimo e não consegue jogar quando a dinâmica colocada é intensa demais para ele.
Júnior Santos, apesar de ter perdido muitos gols, ganhou praticamente todas as jogadas na velocidade, mas falhou na hora de finalizar. Bustos, não só pelo gol, mas também porque anulou German Cano e John Kennedy, junto com seu companheiro argentino Alexander Barboza.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberO time todo Botafogo foi bem demais hoje, mas peguei esses para representarem o time.
Alguns números do jogo deixam claro a enorme superioridade do Botafogo. Chutes na direção do gol, foi uma goleada: Botafogo 6 x 0 Fluminense. Nos escanteios foi ainda pior: Botafogo 14 x 2 Fluminense.
Agora vou mostrar dados enganadores. Na posse de bola e nos números de passes, o Fluminense levou grande vantagem, mas obviamente foram passes laterais e para trás na maioria das vezes.
O Fluminense teve 53% de posse e o Botafogo 47%. O Fluminense deu 402 passes e o Botafogo 307.
Eu não uso números para analisar uma partida de futebol, mas usei os de hoje para mostrar quanto o esquema do Fernando Diniz é inofensivo e previsível.
O Botafogo fica na liderança e dependerá da rodada de quinta-feira para ver se continua ou não, mas está fazendo um campeonato brilhante e mais equilibrado do que o de 2023.
Deixe seu comentário