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'Carlos Migué' trai colegas de time e será esquecido no Corinthians

O Corinthians fez uma partida ruim neste domingo (23), mas conseguiu um empate em um campo em que muitos concorrentes a fugir do rebaixamento terão dificuldades para conseguir resultados. Mas não é sobre o jogo que quero falar, e sim sobre identificação com a história do clube, com a torcida e com o orgulho de vestir a camisa do Corinthians.

Há pouco tempo, o gigante Cássio, que para mim é o melhor goleiro da história do time do Parque São Jorge, decidiu, depois de 12 anos, sair do clube. Ele defendeu as cores preto e branco, ganhando todos os títulos possíveis e, nos últimos três anos, com times ruins, assumiu a responsabilidade de evitar uma nova queda para a Série B. Fez diversas partidas milagrosas, pegando tudo e mais um pouco, sendo que tudo caía sobre suas costas. Parecia que o time só tinha um jogador, porque, quando evitava uma derrota certa, era o Cássio quem segurava a onda. Mas, quando perdia, também era ele o responsável.

Foram anos de péssimos times, futebol ruim em que, para todos os outros jogadores, estava muito cômodo porque ninguém precisava se explicar, só o Cássio. Pois bem, quando se recusou a renovar e disse que sairia para o Cruzeiro, muitos começaram a chamá-lo de "traidor". Jogaram Cássio para baixo e valorizaram Carlos Miguel como se esse já fosse um grande goleiro, que já havia demonstrado amor ao clube e que faria como ele, jogaria por anos independentemente da fase do clube.

Mas, em pouco tempo, Carlos Miguel mostrou sua verdadeira cara. Não estava nem aí para o Corinthians, sem nenhum carinho e afeto pela camisa do clube, e apunhalou toda a torcida, o time, a diretoria e o treinador pelas costas. Claro que se aproveitou do acordo, prejudicial ao clube, que o pior presidente da história do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, fez com ele. Nesse "acordo" muito suspeito e sinistro, Duilio diminuiu a multa contratual, que a princípio seria de 50 milhões de euros, para 4 milhões de euros.

Cássio saiu e ele virou titular, fazendo bons jogos, assim como péssimas entrevistas, até chegar à partida contra o São Paulo, uma antes do Internacional, seu ex-clube. Sem motivo algum, criou uma confusão sabendo que tinha 2 cartões amarelos e, se tomasse o terceiro, ficaria de fora contra o Colorado Gaúcho, e ele tomou. Na quarta-feira (19), em Florianópolis, o Corinthians perdeu por 1 x 0 para o Inter com Matheus Donelli no gol, que nasceu no Corinthians, respeita o clube e fez ótima partida mesmo com a derrota. Mas contra o Athletico voltaria o Carlos Miguel, voltaria!

Ele treinou a semana toda e, na véspera, disse ao médico que estava com dores no tornozelo e não viajou com o clube. A resposta do António Oliveira para o repórter, quando lhe perguntou sobre essa situação, deixou tudo muito claro:

"Carlos Miguel não jogará mais pelo Corinthians. Falo como líder desse grupo e já disse na entrevista pré-jogo que só ficará aqui no clube quem quer e quem o faz de uma forma apaixonada e comprometida. Muitos que estão aqui hoje deveriam perceber o sonho que é representar um dos maiores clubes do mundo. Então, nessa justificativa, eu os digo que me incomodou e incomoda a atitude do Carlos Miguel, e atitudes serão tomadas. O Carlos Miguel não jogará mais pelo Corinthians."

Essa declaração deixou claro que o Carlos Miguel "inventou" uma dor para não jogar em Curitiba, deixando o time todo na mão e, de maneira egoísta, só pensou nele. Em nenhum momento teve qualquer sentimento pelo Corinthians e traiu todo o grupo e seu treinador. Essa atitude é a mais clara e pura demonstração da falta de identificação e amor por um clube e sua camisa.

O Cássio pediu para sair depois de 12 anos, muitos títulos e 712 partidas, enquanto Carlos Miguel pediu depois de três anos, sem títulos e com "incríveis" 26 jogos. Quem traiu o clube? Quem faltou com respeito com a camisa e com a torcida do Corinthians? Quem merece ter seu nome gritado no estádio pela Fiel torcida? Cássio é um herói histórico para o Corinthians e Carlos Miguel optou por não ser nada para o clube. Cássio será lembrado pela eternidade, enquanto Carlos Miguel será esquecido em um mês.

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Como disse muito bem o jornalista Vitor Guedes sobre o goleiro traidor: "CARLOS MIGUÉ".

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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