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Ninguém no Flu lidou bem com sucesso de 2023. Hoje, vemos as consequências

Estamos caminhando para a reta final do primeiro turno, e o Fluminense está cada vez mais afundando num limbo do qual será muito difícil sair. Foi a sexta derrota consecutiva do tricolor, que não mostra, com formação alguma, qualquer sinal de reação. Esse time já estava ruim, confuso e totalmente perdido nas mãos de Fernando Diniz, e continua sendo com o interino Marcão. Não tenho ideia de quem poderia chegar para salvar o Fluminense de um rebaixamento cada vez mais iminente.

Outro dia, escrevi que quem chegasse iria ter que lidar com uma herança maldita deixada pelo Fernando Diniz, pois ela está aí. Um elenco com 12 jogadores acima dos 34 anos de idade, que ganham uma fortuna e que não darão retorno financeiro algum, e nesse momento não estão dando nem tático e muito menos técnico.

Durante a formação desse elenco, eu fui escrevendo e alertando a direção do Fluminense sobre esse risco que está acontecendo agora. Um time muito difícil de escalar porque a maioria dos titulares tem muita idade e ganha salários altíssimos. E ainda nem estreou o Thiago Silva.

O Thiago, acho, aumentará o nível técnico na saída de bola, mas o Fluminense precisa de mais do que isso. Em agosto, começam as oitavas de final da Libertadores da América e também da Copa do Brasil. E a pergunta a ser feita é: qual objetivo será o mais importante? Se dedicar para fugir de uma queda para a Série B, lutar para buscar o bi da Libertadores (algo que, nesse momento, nem o maior fanático torcedor tricolor acredita) ou ir em busca do título da Copa do Brasil?

Primeiro, Mário Bittencourt, que tem muita responsabilidade nessa situação, terá que urgentemente arrumar um treinador que esteja a fim de assumir o lanterna do Campeonato Brasileiro. Por que coloco o presidente Mário Bittencourt tão responsável quanto o Diniz por essa crise do Fluminense? Porque todo jogador que o Fernando Diniz pedia, o Mário Bittencourt contratava, sem pensar no futuro do clube. Sem analisar se valeria a pena não só para o momento, mas para o futuro.

Fora Flamengo, Palmeiras e, agora, o Bahia, não tem nenhum clube no Brasil que pode se dar ao luxo de ter 12 jogadores caríssimos que não darão retorno ao clube. Renovou o contrato do Diniz faz um mês com uma multa altíssima e ele agora foi demitido. Façam as contas. Multa contratual para o Diniz e 12 jogadores que recebem mais de R$ 600 mil (alguns chegam a R$ 1 milhão) e, em poucos anos, se aposentam ou saem de graça, sem dar retorno ao clube.

Olha o tamanho do prejuízo que as contratações pedidas por Fernando Diniz vão custar ao Fluminense. Todos foram irresponsáveis porque não pensaram em nenhum momento no futuro financeiro do clube. Só no imediato, nos delírios do Fernando Diniz, que tinha certeza que conseguiria fazer qualquer jogador, independentemente da idade, jogar um grande futebol.

Ele se deslumbrou muito mais que os jogadores com o título da Libertadores de 2023 e subiu uma soberba enorme. Criou um elenco totalmente desequilibrado. Tem menos jogadores que dão intensidade, velocidade e competitividade numa partida do que jogadores com ritmo cadenciado. Talvez ninguém no Fluminense tenha lidado muito bem com o sucesso de 2023. E estamos vendo as consequências.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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