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Dorival apaga brilho de Endrick, e Brasil sofrerá por vaga contra o Uruguai

O empate por 1 x 1 com a Colômbia foi o pior jogo da seleção entre os três que fez na primeira fase da Copa América. Foi muito ruim em todos os sentidos, chegando a ser pior que o 0 x 0 com a Costa Rica. Na realidade, o time do Dorival Jr só jogou bem os primeiros 45 minutos contra o Paraguai e mais nada.

Uma defesa confusa, com saídas de bola arriscadas, tanto que entregou duas chances claras de gol para os colombianos, que o Alisson defendeu porque foram em cima dele. Meio de campo sem nenhuma criatividade, somente combativo e que "esbanja" toques laterais e para os zagueiros. E o ataque não mostrou absolutamente nada até agora. Claro que tem a justificativa de que a bola só chega com chutões e esticadas para o Vinicius e o Rodrygo correrem e tentarem algo sozinhos. Falta personalidade e liderança técnica para esta seleção.

Dorival Jr fez contra a Colômbia um trabalho pior que contra a Costa Rica, principalmente nas alterações. Confuso, parece que substitui sem muito critério, tanto que não dá para entender qual foi o intuito das trocas. Colocar o Endrick faltando só cinco minutos mais os acréscimos não dá para entender, porque ele foi o destaque dos amistosos antes do início da competição. Fez gol contra a Inglaterra, Espanha e México, e aí na Copa América não tem espaço?

Ele diz que precisa ter paciência com o Endrick, mas a partir do ponto que o jogador é convocado para a seleção principal significa que está apto para jogar. Quem tinha que ter paciência com ele já teve e fez um ótimo trabalho, que foi o Abel Ferreira, porque esse processo é feito no clube, e não na seleção. Sem contar que esse comportamento do Dorival está murchando o entusiasmo e apagando o brilho que o Endrick tinha desde a sua estreia com o treinador.

Por que no início do trabalho do Dorival Jr o Endrick tinha uma importância enorme e agora não? O que aconteceu para o Dorival Jr mudar de ideia? A primeira opção para entrar no jogo era o Endrick desde a partida contra a Inglaterra e de uma hora para outra virou quarta opção? Essa situação está muito estranha e, se o próprio Dorival Jr não explicar, ficará uma dúvida no ar. Os jornalistas que estão participando das suas coletivas precisam fazer essa pergunta para termos um esclarecimento sobre essa mudança.

Por ter ficado em segundo lugar no Grupo D, o Brasil irá pegar no sábado (6) a melhor seleção até agora no torneio, que é o Uruguai. Somos zebra, não somos mais favoritos, nosso futebol é bem pior que o dos uruguaios e a nossa única arma é que, pela história desse confronto, pela rivalidade que existe, pode criar um equilíbrio. Em cima disso, uma vitória da seleção brasileira é possível, mas o Uruguai é muito favorito.

Se pegarmos como exemplo o jogo com a Colômbia, dá arrepios só de pensar no jogo de sábado, porque não vimos a cor da bola, ficamos na roda, com a torcida colombiana gritando "olé, olé, olé," e a Colômbia trocando passes por quase dois minutos até finalizar no gol.

Nesse momento, essa seleção brasileira está longe de reconquistar ou de criar uma identificação com os torcedores, que na grande maioria não têm tanto interesse pelos jogos da seleção, apesar da audiência da TV.

O Brasil joga um futebol medíocre que tira o entusiasmo dos torcedores raiz, mesmo porque aquela torcida "ensaiada" grita por qualquer coisa e pouco se importa com o desempenho e resultado, porque o que importa é cantar musiquinhas forçadas e desconectadas. É difícil achar motivos para acreditarmos que iremos melhorar em curto prazo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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