Dorival tem missões difíceis na seleção contra a ousada Celeste de Bielsa
Neste sábado (6), às 22h, o Brasil enfrenta o Uruguai para decidir quem vai para a semifinal da Copa América já sabendo qual será o adversário, porque a outra partida será jogada às 19h entre Colômbia e Panamá.
A seleção uruguaia é treinada por Marcelo Bielsa, que considero um ótimo treinador e, sem dúvida alguma, muito experiente. Um cara que está ajudando o Uruguai a mudar seu estilo para melhor. A conhecida garra continua, porque está dentro do povo uruguaio, mas o excesso de "porrada" nos adversários deu lugar para a técnica e tática, o que deixou a seleção Celeste muito mais forte.
Quem começou esse processo foi o mestre Óscar Tabárez, e vem dando resultado desde a Copa de 2010, quando a Celeste ficou em 4º lugar. Hoje, nas mãos de Bielsa, o Uruguai é uma equipe muito mais ousada, técnica, com um meio-campo bastante dinâmico e criativo e com um ataque novo e diferente. Não tendo mais Cavani, e com Luis Suárez no banco, mas também se despedindo, Bielsa tem na frente um só centroavante, Darwin Nuñez, que é brigador, muito forte fisicamente, alto e rápido.
O Uruguai é favorito nesse confronto contra o Brasil, porque é um time mais pronto, com esquema definido e muito mais entrosado que o nosso. Venceu o Brasil por 2 a 0 no ano passado pelas Eliminatórias da Copa do Mundo em Montevidéu.
Já o Brasil tem como treinador o Dorival Jr, que de cara tem diversas missões difíceis para serem realizadas. Dorival não tem experiência com seleções e só tem sete jogos à frente do Brasil. Tem nas mãos um time para se reformular, recuperar o prestígio da seleção brasileira no mundo e, o mais difícil, criar uma nova identificação com o torcedor brasileiro. Está invicto, mas além de a seleção não jogar bem — empatou cinco e só venceu duas —, ainda não tem um time titular definido.
Irá colocar o Endrick como titular hoje pela ausência do Vinicius Jr e também por pressão da opinião pública. Já tem um clima estranho entre os jogadores, porque muitos se demonstraram insatisfeitos com algumas substituições que Dorival fez durante a primeira fase da Copa América. E isso não saiu da minha cabeça, mas sim das reportagens que diversos veículos de comunicação fizeram durante essa semana depois do empate com a Colômbia.
Claro que essa insatisfação foi incendiada com aquela cena do "ator" Neymar Jr, que sabendo que as câmeras estavam nele, e de propósito, disse "O Vini?" quando erroneamente Dorival sacou o jogador contra a Costa Rica no empate por 0 a 0. Um jogador em atividade fazer isso, além de falta de ética profissional, incendeia o ambiente, só que a indignação foi geral por esses erros de substituição.
A verdade é que a seleção brasileira não agradou até agora por ter um time bem confuso em campo, e no último jogo a Colômbia teve um domínio total, principalmente no segundo tempo.
O Brasil é inferior ao Uruguai em tudo hoje em dia, mas é um clássico mundial, que tem uma rivalidade incrível, e por isso tudo pode se igualar em campo. Mas a tendência é o Uruguai dominar o jogo, pressionar o tempo todo, sem contar que nosso meio-campo "inglês" (Bruno Guimarães, João Gomes e Paquetá) não fez uma só partida boa e foi totalmente dominado pelo meio-campo "brasileiro" (Richard Rios, John Árias e James Rodriguez) da Colômbia.
Mas é agora que começa a Copa América de verdade para Brasil e Uruguai, porque quem passar provavelmente pegará a Colômbia na semifinal e, se eliminar os colombianos, muito possivelmente a Argentina na final. O Brasil precisará jogar como não joga faz tempo para eliminar o Uruguai nesses "EMBALOS DE SÁBADO À NOITE".
Deixe seu comentário