Seleção inglesa precisa definir o que quer para o futuro sem Southgate
Vocês se lembram que eu havia escrito, no meu texto de ontem, que o Gareth Southgate estava muito pressionado pela mídia inglesa para pedir para sair ou ser demitido? Pois bem, ele pediu demissão hoje pela manhã, em Londres, do seu cargo de treinador do English Team, mas não sai tão mal porque foi muito elogiado por ter dado competitividade para a seleção inglesa, chegando em duas finais seguidas da Eurocopa (2021/2024), mesmo perdendo as duas.
Porém, foi mesmo uma grande evolução se formos pensar que a Inglaterra não chegava em nenhuma final desde o título da Copa do Mundo de 1966 em Wembley, contra a Alemanha. Até o Parlamento Britânico, através do primeiro-ministro Keir Starmer, escreveu uma carta pública de agradecimento pelo trabalho de Southgate.
Agora a Federação Inglesa terá que decidir rapidamente qual caminho e estilo irá querer para a seleção inglesa, porque em setembro já tem jogos pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. O que mais desagradou foi o excesso de preocupação em não tomar gols e deixando de lado a ofensividade, mas principalmente limitando uma equipe muito talentosa de usar o melhor de seus jogadores.
Jude Bellingham, Phil Foden, Bukayo Saka, Cole Palmer, Harry Kane, entre outros, precisam ter liberdade para jogar porque são criativos, agressivos, ótimos finalizadores e não podem só ficar correndo atrás do adversário o jogo todo. Ajudar na marcação é uma necessidade do futebol atual, mas jogadores acima da média precisam estar livres para criar também.
Classificação e jogos
Nessa Euro, Gareth Southgate foi muito medroso em todos os jogos, mas principalmente na final contra a Espanha, fazendo Bellingham ficar marcando o tempo todo as descidas de Carvajal ao invés de fazer o espanhol se preocupar com ele. Assim como Saka ficou correndo atrás de Cucurella o jogo todo, e isso é o que todo lateral deseja quando o ponta adversário é muito habilidoso e driblador. O mesmo aconteceu com Foden, ficando atento às descidas do Rodri e depois de Zubimendi.
O futebol apresentado foi muito aquém do que esse ótimo time inglês poderia jogar e do que os ingleses esperavam que a sua seleção jogasse. Foi uma frustração enorme para todos os torcedores, mas também foi para o próprio Southgate, que procurou o caminho errado para chegar ao título da Euro. A Inglaterra tem time para agredir qualquer adversário, principalmente quando o adversário tem um estilo ofensivo, porque se não atacar ficará sendo pressionado o tempo todo, como aconteceu contra a Espanha.
Pelo que conversei com jornalistas amigos da Inglaterra, os preferidos são Graham Potter, Eddie Howe e Mauricio Pochettino, mas isso não impede que surja um nome que possa surpreender a todos.
Southgate fez seu papel muito bem, mas agora a Inglaterra precisa de um treinador que consiga fazê-la dar um salto de qualidade no modo de jogar. Afinal de contas, já passou da hora do English Team fazer jus às expectativas de seus torcedores e do mundo, porque toda competição entra como um das favoritos, mas não consegue ganhar nada. Lembrando da música "Inútil", do Ultraje a Rigor, a frase "a gente joga bola e não consegue ganhar" está servindo perfeitamente para o English Team.
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