Casagrande

Casagrande

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Leila Pereira é uma das maiores presidentes da história do futebol nacional

Para mim, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, está no grupo dos melhores presidentes da história do futebol brasileiro.

Ela demonstra ter muita personalidade e imposição para lidar com esse meio excessivamente machista, dominado por homens. Basta ver as reuniões dos presidentes dos clubes brasileiros: ela aparece como destaque nas fotos e já demonstrou ter uma voz muito forte nas decisões.

Leila comanda a Sociedade Esportiva Palmeiras com muita competência em todos os sentidos; tirou privilégios tanto dos conselheiros como da torcida organizada, e isso fez com que ela arrumasse muitos inimigos. Ainda assim, não sofre com as ameaças que recebe.

Já picharam os portões de sua empresa com intimidações, mas ela mantém as suas decisões com muita firmeza. Ela pensa totalmente no que é melhor para o Palmeiras e isso é nítido até nas pressões que sofre por contratações: Leila não faz nada em relação ao elenco sem conversar com o treinador Abel Ferreira e com seu diretor de futebol Anderson Barros. Neste ponto, ela mostra que sabe ouvir e aceita opiniões.

Empresária de muito sucesso, vem ganhando destaque no meio do futebol por estar fazendo algo incrível, seguro, com os pés no chão e sem aventuras.

Gostei muito do comportamento dela enquanto chefe de delegação da seleção brasileira; ela se impôs quando ninguém abriu a boca para falar sobre Robinho e Daniel Alves. Neste código machista da CBF e dos clubes, quando falam sobre esses casos, é para passar pano. Todos se protegem.

Mas Leila não faz parte de código algum; não faz parte de nenhum grupo de proteção de parças; e foi bem clara e direta ao mencionar dois ex-jogadores estupradores condenados.

Tem outra situação que a fez demonstrar ser uma mulher de personalidade: as entrevistas. Ela olha no olho dos jornalistas. Fez uma coletiva inédita só para jornalistas mulheres porque elas não têm espaço porque são atropeladas.

Leila é uma mulher forte e que usa sua voz sabendo que, hoje em dia, isso tem muito peso. Não "engole sapo" de ninguém, e não se importa com o incômodo que isso causa na grande maioria dos presidentes - esses, sim, atropelados por empresários, torcedores e jogadores. Gostaria de vê-la como presidente da CBF - ou como CEO, como bem sugeriu o professor de economia da Unicamp Humberto Miranda.

Continua após a publicidade

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes